Xango Ayrà

Xango Ayrà
Kaô Kabiecilê!

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

O FIM DE UM CICLO; O REINICIO DE OUTRO

Pessoal, bom dia.
Meu Orisà já vinha direcionando minha vida para a decisão que resolvi tomar hoje.
Talvez tenham sido minhas viagens profissionais, que permitiram momentos de reflexão no silêncio da solidão material; talvez tenham sido os problemas cotidianos em uma casa de asè; talvez eu tenha tantos outros motivos que eu pudesse tentar ficar justificando aquilo que Ayrà preparou em minha vida.
Então o primeiro ponto, crucial para meu próprio desenvolvimento, é entender que tudo no caminho do Orisà tem um por que e uma razão de ser. Antes mesmo do texto, acho que o mais importante eram os momentos de reflexão do que eu iria escrever.
Certamente aprendi muito mais do que ensinei com esse blog.
Meu objetivo jamais foi divulgação pessoal. Como sempre disse, o principal objetivo era compartilhar conhecimentos.
A primeira coisa que aprendi é que não adianta tentarmos misturar as diversas religiões de matriz africana. Eu continuo freqüentando a Umbanda e pretendo jamais abandonála; mas não adianta eu querer entender o mundo, ou as coisas que me acontecem, sob sua perspectiva, já que tenho minha fé e iniciação dentro do Candomblé.
Toda vez que tentei escrever algo concomitante, percebia que tinha que medir as palavras e a coisa não fluía como tinha que fluir. Além disso, dentro da rotina de uma casa de Orisà também percebi que isso é um erro, pois a pessoa não consegue aprender nenhuma das duas, gerando muita confusão.
Portanto, meu conselho é o seguinte: se você gosta de Umbanda: estude e se aprofunde nessa religião; se você gosta do Candomblé: estude e se aprofunde; se fosse gosta do Kardecismo: estude e se aprofunde; se você gosta do Catolicismo: estude e se aprofunde; se você gosta das religiões Evangélicas: estude e se aprofunde.
A única ressalva que faço aqui é que nada impede de você conhecer ou gostar de outra religião que não seja a sua (quantos e quantos católicos conheço dentro do espiritismo), mas a partir do momento que você escolhe uma delas para se iniciar tente não misturar as coisas, tentando justificar algo que acontece em uma sob um prisma de outra.
Quando a causa for à igualdade e respeito pela nossa religião espírita ou com as demais, ai sim é a hora de todos darmos as mãos e lutar por algo comum.
Infelizmente, tenho denotado que o Candomblé propagado na Internet e nesses eventos não é o Candomblé que vejo na minha vida real. Muitos cargos que pregam o respeito às diferenças em suas falas e mensagens são os primeiros a zombarem de algo que foge do seu contexto. (ou mesmo zombam com razão, mas sem buscar melhorar o lugar com seu conhecimento).
Pois é.
Como disse no começo, Ayrà certamente preparou esse momento em minha vida para eu perceber que devo ir mais além do que nas palavras de um simples blog, conversando com praticantes que, via de regra, já compartilham da minha opinião.
A mudança que devo exercer é muito maior e vou começar a fazê-la.
Fui iniciado em uma época que as pessoas não tinham vergonha do Candomblé. Não estou dizendo vergonha de DIZER que é do Candomblé; mas sim de não ter vergonha de VIVER o Candomblé.
Acredito que o Candomblé poderá se recuperar; sempre aprendi ao ouvir os mais velhos, por mais que eu discordasse deles em alguns aspectos (não posso negar minha lembrança de que isso também acontecia em minha vivência com minhas avós, quando eu achava que tudo era careta e hoje dou valor ao que elas me ensinaram).
Vim de uma época onde as pessoas tomavam benção de seus pais e mães com a cabeça no chão. E seus pais e mães não eram apenas seus zeladores, mas também seus Ogans e Ekedes. (apesar de muitos hoje nem mesmo dentro do Ilê tomarem benção de seu zelador)
Uma época que as pessoas me tomavam conselhos para suas vidas, pois sempre tiveram a certeza (e com razão) que os cargos possuem a essência de seu Orisà e que suas palavras não eram disparadas de forma leviana. Até hoje me lembro de coisas que disse em idade tenra a pessoas bem mais velhas, e que na época não sabia como eu pensava aquilo e hoje sei que era o próprio Orisà me utilizando para melhorar a vida em um de seus devotos.
Uma época que dia dos pais todos me batiam a cabeça e me abraçavam para ouvir “que meu PAI lhe abençoe”; ou ao menos ligavam para tanto. Não no sentido de vaidade, mas no sentido de me ter o respeito e a consideração como um pai.
Uma época que o Orisà não era vaidade; que o importante não era o quão caro custou o vestido, mas o quanto a vibração do Orisà estava presente em sua matéria, mesmo que com apenas um pano amarrado.
Uma certa época que Iawo era Iawo; onde não se havia questionamento aos bichos escolhidos por seu zelador; que seu zelador lhe escolhia as vestes; que os próprios Eres não permitiam que suas matérias falassem mal dos cargos na casa, ou pior ainda de seus próprios zeladores; na época que se tinha que olhar e “tomar cuidado” com os Eres para eles não aprontarem.
Época que uma Iawo não usava salto em preceito, que sempre botava a cabeça no chão onde encontrava seu zelador, padrinhos e madrinhas, ou pais e mães criadores.
Uma certa época que o sacrifício de uma folha era tão importante quanto o sacrifício de um animal.
Época que mais importante que o turbante na cabeça era o conhecimento e fundamento de um zelador.
Época que Iawo acompanhava seu zelador ou seus cargos em outros toques, para prestigiar os Orisàs de outro Ilê.
É essa época que vou tentar resgatar.
Mas não vou resgatar em textos, conforme já disse. Vou buscar esse resgate iniciando-o em minha casa, onde sou o Alabe (e Ogan também) mais velho.
Sou guardião do segredo e da história de minha religião e vou voltar a fazer o que tenho que fazer. Irei manter meus compromissos novamente em dia, mesmo que tendo que sacrificar outros.
Irei visitar outras casas e ouvir zeladores para aprender cada vez mais sobre o mundo mágico do Candomblé. Irei voltar a estudar, pois percebi o quanto ainda tenho a aprender!
Agradeço imensamente cada um dos quase 2000 acessos em espaço tão curto de tempo (sem falsos “fakes” de acessar diversas durante o dia para ter mais acessos).
Porém, o grande general de Savé propôs novos desafios em minha vida.
E vou começar imediatamente.
Peço a benção, a proteção e novamente falo de meus respeitos aos meus mais velhos.
Aos mais novos, que Ayra abençoe a vida de cada um de vocês e que seus próprios Orisàs possam lhe mostrar um belo caminho a se viver.
Asè.

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

OBALUAYE E A PIPOCA!OBALUAYE E A PIPOCA!

Prezados, bom dia.
Segue abaixo linda lenda sobre o senhor das palhas. Aşè!

Chegando de viagem à aldeia onde nascera, Obaluaê viu que estava acontecendo uma festa com a presença de todos os orixás.
Obaluaê não podia entrar na festa, devido à sua medonha aparência.
Então ficou espreitando pelas frestas do terreiro.
Ogum, ao perceber a angústia do orixá, cobriu-o com uma roupa de palha que ocultava sua cabeça
e convidou-o a entrar e aproveitar a alegria dos festejos.
Apesar de envergonhado, Obaluaê entrou,
mas ninguém se aproximava dele.
Iansã tudo acompanhava com o rabo do olho.
Ela compreendia a triste situação de Omulu e dele se compadecia.
Iansã esperou que ele estivesse bem no meio do barracão.
O xirê estava animado.
Os orixás dançavam alegremente com suas equedes.
Iansã chegou então bem perto dele e soprou suas roupas de mariô, levantando as palhas que cobriam sua pestilência.
Nesse momento de encanto e ventania, as feridas de Obaluaê pularam para o alto, transformadas numa chuva de pipocas, que se espalharam brancas pelo barracão.
Obaluaê, o deus das doenças, transformou-se num jovem, num jovem belo e encantador.
Obaluaê e Iansã Igbalé tornaram-se grandes amigos e reinaram juntos sobre o mundo dos espíritos, partilhando o poder único de abrir e interromper as demandas dos mortos sobre os homens.
[Notas Bibliográficas e Comentários]
Transcrito do livro Mitologia dos Orixás de Reginaldo Prandi publicado pela Cia das Letras, págs 206-207. Originalmente em Rita de Cássia Amaral, pesquisa de campo, 1986, 1987. A pipoca, chamada no candomblé de “flor de Obaluaê”, é
uma das comidas prediletas de Obaluaê, sendo também muito usada para fazer um tipo de festão
com que se enfeita o barracão nas festas desse orixá.
Xirê – [siré]: brincar, no candomblé, ritual em que filhos e filhas-de-santo cantam e dançam numa roda para todos os orixás.
Equede – [èkejì]: literalmente, segunda (pessoa); na África, cargo sacerdotal do rei, que só estava abaixo do orixá daquela cidade, de quem se acreditava que o rei descendia diretamente; no Brasil, a iniciada no candomblé para cuidar dos orixás, vesti-los e dançar com eles.
Mariô – [màrìwò]: folha nova da palmeira de dendê.
Fonte: YaoNile, aşè e obrigado pelo conhecimento cimpartilhado!
yaonile.blogspot.com/2011/08/obaluae-tem-as-feridas-transformadas-em.html?m=1

terça-feira, 9 de agosto de 2011

REFLEXÃOREFLEXÃO

Bom dia a todos.
Existem momentos na vida que precisamos refletir.
Nesses momentos o silêncio na maioria das vezes é o mais recomendado. É o que estou fazendo agora.
Houve uma saída linda na casa de minha mãe e devo comentá-la ainda nessa semana.
Aşè

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

É OBALUAYÈ

Bom dia a todos.
Hoje vou postar um ponto muito bonito do senhor das palhas:
É Obaluayè, é Obaluayè
Se você está sofrendo, num leito frio com dor;
Com pipoca e dende, muita gente ele curou;
Se o seu corpo está ferido e não pode mais mais suportar;
Peça proteção a ele que ele vai lhe ajudar;
É Obaluayè, é Obaluayè
Ele tem o segredo da vida, do começo e do fim,
Ó meu senhor das palhas, tenha muita dó de mim,
Na procissão das almas que vagam pro infinito;
Ele vai mostrando a elas como o mundo é mais bonito! É atotô!

Aşè

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

OLUBAJE

Começa hoje na maioria das roças de candomblé as homenagens ao senhor da Terra.
Meus sinceros respeitos ao grande senhor das palhas.
Que Obaluayè nos protega das doenças e traga a cura daquelas que possuímos.
Aşè

OLUBAJEOLUBAJE

Começa a partir de hoje na grande maioria das roças de candomblé as homenagens ao senhor das palhas.
Que Obaluayè nos livre das doenças e traga a cura daquelas que possuímos.
Meus sinceros respeitos ao belo Orişà, senhor da terra, por esse mês que lhe é dedicado.
Aşè

sexta-feira, 29 de julho de 2011

CAMINHOS DO ORIŞÀ

Aşè.
O Orişà é a nossa linha do destino.
Aqueles que acreditam nele, sabem que muitas coisas que passamos em nossas vidas é fruto do toque do Orişà.
Nenhuma provação será tão dura; nenhuma vitória seria tão completa sem sua presença.
Para aqueles que ainda não sabem o que é isso, podem ter certeza que é uma sensação única.
Não diminuo as demais; apenas valorizo o que sinto.
Minha vida é guiada por ele, grande general de Savé, e sem ele não seria quem sou.
Espero que o Orişà um dia toque sua vida dessa forma.
Aşè, aşè, aşè!!!

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Pessoal, bom dia.
Tivemos nessa semana a morte de mais uma pessoa famosa pelo uso de drogas ilicitas.
Infelizmente as pessoas continuam a respeitar seus corpos, elemento vivo do Orişà.
Então pode surgir a dúvida: existe problema em pessoas iniciadas utilizar esse tipo de droga?
Em minha concepção sim: primeiro existe a questão da ilicitude; de outro temos que os iniciados devem entender que são parte viva de seu Orişà e devem preservar essa parte sagrada que lhe foi concedida.
Isso não engloba apenas drogas, mas também os demais excessos e abusos do corpo e da mente.
Pare e reflita: nossa existência não é em vã; temos que agradecer todos os dias pela graça de nossa existência.
Meu pai Ayrà, agradeço o senhor por mais esse dia em minha vida!
Aşè a todos!

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Pessoal, bom dia.
Como estamos? Muito tempo desde meu último post...
Esse final de semana tive a oportunidade de ir a saída de um grande amigo, que conheço desde tenra idade, o Ogan 'Ka' e tive a oportunidade de rever outros antigos amigos como Ogan Tuca.
Nessa saída teve ainda uma bela fogueira de Şango que, dentro do que estudo foi feita de forma correta.
As chamas já ardiam a 12 dias, de forma a não se extinguir; as rezas eram diárias conforme fui informado e as rezas do ato eram as que eu conhecia.
Diversos filhos, todos possivelmente ligados ao Rei (como filhos de Oyà, Obà, Yemonjà...), estavam prostados levantando a poeira (elemento terra) em direção ao fogo.
Depois, veio Ayrà com um amalá em seu Ori, com todas as luzes apagadas, reluzindo perante o fogo que aumentara de volume, luz e calor com a dança ao seu redor. Todos comeram da comida do rei, eu agradecendo por minha viagem bem sucedida; minhas obrigações; por minha família e tudo mais.
Ao final, claro, dei um abraço acalorado em meu pai que respondeu-me com seu Ilà, balançando inclusive minha alma. Grande general de Savè, agradeço por sua presença em minha vida!
Após veio mulheres com as comidas do rei, colocando-as no calor do fogo da fogueira. Muitos podem não entender o porquê desse ato, mas vou expor minha opinião.
Şango e Ayrà são o PRÓPRIO FOGO, ou seja, não existe lugar com maior representatividade do Grande Rei que sua fogueira para colher seu aşè.
Após suas danças, a qual certamente toquei para meu pai (agradeço aos Ogans da casa por me receberem tão bem) outros Orişàs vieram engrandecer a festa do grande rei, que agora assistia em seu lugar as danças em sua homenagem, com ar de grande satisfação.
Aqui faço uma ressalva também a uma Oyà presente.
Esse zelador, pelos caminhos do Orişà, teve alguns atritos com minha mãe (nada grave, mas sabemos como funciona nossa religião). Por todo o respeito que aprendi, pedi a benção dele que me abençoou.
Porém, quando seu Orişà veio, recebi um abraço muito sincero de Oyà, com uma vibração única.
O detalhe dela dançar com os pés a beira das brasas virou apenas isso: um detalhe...
Por isso digo que admiro tanto minha religião, pois o Orişà não carrega as mágoas de suas matérias.
Pai Luis de Yemonjà parabéns pela sua festa e pelo seu Aşè.
Abraços a todos!

segunda-feira, 25 de julho de 2011

O RETORNO

Ufa!
Após três semanas fira retorno para São Paulo.
Amanhã já voltarei a compartilhar o pouco que sei.
Aşè

sexta-feira, 8 de julho de 2011

MOMENTO DE REFLEXÃO

Ficar longe dos seus é um sentimento ruim, que me gera a reflexão de como é importante as pessoas em minha vida. Deus, obrigado por tudo que tenho.

quarta-feira, 6 de julho de 2011

VIAGEM ESPIRITO SANTO

Pessoal, bom dia.
Conforme já informado estou em viagem pelo meu serviço pelas próximas semanas.
Aproveitem e revejam os posts anteriores.
Tenho que ressaltar a saúdade que estou de minha casa e, principalmente, da minha família: momentos como esses é importane para reflexão e perceber que não podemos viver sem ser em sociedade.
Valorize os seus: esse seria minha dica a todas as pessoas.
Um excelente dia.
Aşè

sexta-feira, 1 de julho de 2011

NOVA VIAGEM...

Pessoal, bom dia.
Terei nova viagem a partir da próxima semana :(
Estarei postando quando for possível.
Abraços

quinta-feira, 30 de junho de 2011

FUTEBOL E FÉ

Pessoal, bom dia.
Hoje vou postar sobre algo que me faz achar graça...
A questão do futebol e fé.
Eu, particularmente, sou muito fã de futebol, mas posso garantir que jamais acendi uma vela para 'ajudar' meu time, ou atrapalhar outro.
Sou de uma época que o Orişà era algo muito importante para ser tratado dessa forma (tenho opinião idêntica a jogos de azar) e que as caidas do jogo de búzios era usado para ajudar as pessoas, e não como ferramenta de auto-promoção.
Enfim, vejo minha religião como algo sério e especial, o qual certamente jamais utilizei para esse tipo de fim.
Agora se você é uma pessoa que tem esse costume, já pensou que poderia pedir coisas mais fundamentais a sua vida?
O que me deixa feliz é saber que os Orişàs concordam comigo; afinal como ouvi em uma de minhas viagens a Bahia, 'se macumba resolvesse o Campeonato Baiano acabava empatado todo o ano'.
Então aqui deixo minha reflexão: dê foco a coisas realmente importantes em sua vida.
Aşè

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Literalmente Şango não é Ayrà!

Bom dia a todos.
Tirando o pó de alguns arquivos antigos, localizei alguns posts de Orkut que me chamaram a atenção à época. Segue para dividir conhecimento.
Peço escusa mas não localizei a comunidade ou quem postou a época.


Há uma diferença muito grande entre os caminhos de Şango e Ayrà.
Şango vem da terra de Tapa!!!
Ayra vem da terra de Savé!!!
Ayra come com os Oxalas!!! Mas alguns pode levar dende, depende de cada nação. (nota: na minha não pega dende)
Ayra também é chamado de Arira, é o Deus dos trovões da cidade de Savé, por isso confundido com Şango. Mutios relacionam a um Orişà funfun, mas tem várias controvérsias. Ayra foi que descobriu o fogo, e segundo lendas??? Xango o trouxe para seu ministério, com interesse em obter este poder.
A relação com Oxala esta no uso de Seguis ( contas azuis e algumas nações marrom com branco) e o uso do Branco, prata e xumbo.
Seus assentos tbm são em gamelas e dependendo da nação os Otás pode ser em numeros de 2,6 e até 12, sendo o do meio o ponto central.
As qualidades se diferem por regiões aonde se cultivava inhame. Adjaunci, Igbonã e Intilé.
Adjaunci: em algumas nações e o Aira que come com Oba(feminino Orixa). Tem relação com todas as Iyabas e mora no santuario de Ilecó, tem plena relação com o fogo. Pois o mesmo através da magia abrandou um incendio no santuario de Ilecó, Oba com gratidão deu a ele o Titulo de Adjaunci. Liderando com ela o lado esquerdo do Orún. Tbm se arruma Iyemonja e Ogun.

Igbonã: Tem relação direta com a fogueira em chamas, o fogo vivo a ele pertence. Arruma-se Oxalas, Iemonja e Oxun.

Intilé: Esta relacionado tbm ao fogo, porém como carrega Oxalufon nas costas é o unico que de maneira nenhuma come dende. Veste-se de branco total e é o mais calmos dos Airas.


Segundo post:
Xango foi desbravador, conquistador,guerreiro e impiedoso. Traiu seu povo, depois se arrependeu.
Come dende, rabada, amalas quentes e tudo tem relação com muito...
O cobre é sua cor preferida, vermelho, marrom etc...
A grande diferença tbm esta relacionado a Coroa, pois Xango foi Rei, Aira não.
Apesar de seus assentamentos serem parecidos. Difere nas cores e algumas indumentarias, eles são bem diferentes.
A mãe de Xango é Bany, Iya Maci Malê.
A Mãe de Aira é Iya Mama.


Não poderíamos deixar de lembrar um fator constantemente citados nos mitos e narrativas tradicionais, e que influi consideravelmente no aumento do número de divindades - o herói adoro.Alguns ancestrais acharam seu caminho para entrar no panteão dividido através de excessiva veneração por parte do povo yorubá.Após seu desaparecimento físico, era organizado seu sistema de culto apoiado em gostos e predileções que tinham quando em vida.Em certos casos, o poder do herói foi tão forte, que ofuscou o brilho de òrìsà altamente tradicionais.É o caso de jákúta, que era originalmente a adivindade do fogo e do trovão; Sàngó captou esses atributos através de seus feitos memoráveis, passando a ser mais conhecido do que a divindade primordial, jakùtá, entre o povo de Òyó.É em conseqüência destes exemplos que alguns pesquisadores concluíram que a religião de òrìsà é toda de adoração a ancestrais.
Um dos raros relatos dos odù-Ifá em que são mencionados nomes de òrìsà e outros correlatos é o das Águas de Osalá. Aí, são mencionados Òsàlúfón, Òsàgiyàn, Sàngó e Aira como personagens distintos envolvidos numa odisséia onde destacamos um trecho do relato: ¨...Òsàlúfón foi retirado da prisão, mas ficou aleijado devido aos maus-tratos dos
Soldados de sàngó, que desconheciam quem ele era... Sàngó entregou Aira para acompanhar Òsàlúfón ao seu palácio em Ifón.No retorno, Òsàlúfón faz uma visita a Òsàgiyàn em Èjìgbò, sendo-lhe oferecida uma grande festa pelo seu retorno.”
Na cidade de Ilé Ifé, Òsàlúfón é visto como o pai de Òsàgiyàn e filho de Obàtála, enquanto que Aira é conhecido na cidade de Kétu como Aira Igbonan, originário de Savé, onde seus adeptos usam adornos de estanho, metal este consagrado a Òsàlá.É visto como o grande irmão de Sàngó e definido como “Aquele que estrondeia e brilha quando a chuva cai”, numa alusão aos raios e trovões.
Aşè a todos.

terça-feira, 28 de junho de 2011

NOVO VIDEO SENZALA SALESÓPOLIS

Pessoal, bom dia.
Conforme postei semana passada, tive um evento em Salesópolis no espaço conhecido como Senzala.
Postei ontem a noite um vídeo onde 'aqueciamos' os atabaques.
Confira lá e me de sua opinião:
Pesquise em meus videos. A noite postarei o link.
Já passei para quem me segue no Twitter: JoaoAyra
Aşè

segunda-feira, 27 de junho de 2011

FORÇA PARA RECOMEÇAR, SEMPRE!

Pessoal, bom dia.
Apesar de sempre existirem pessoas contrárias, sempre continuo com meus projetos, o qual incluo esse texto diário.
Porém, a minoria não influenciará meus objetivos e o que sou.
Leve isso com você: aprenda a separar criticas construtivas de mera INVEJA.
Abraços
Aşè

quarta-feira, 22 de junho de 2011

FESTA OGÙN SÁBADO

Pessoal, bom dia.
Essa semana já postei sobre o evento no Senzala e hoje vou postar sobre o toque em minha casa.
O toque em si foi muito bom, com a presença de Şango para alegrar a noite (sem vestir para não termos problemas com o dono da festa...), Iemanjà, Oyà e, claro, o dono da festa!
Tudon correu dentro das normalidades, até demais para o meu gosto. As vezes é interessante notar como você é mais respeitado em outros Ilês do que dentro do seu.
Mas enfim, o Orişà não tem culpa das pecuinhas das pessoas, tão inseguras de si mesmas.
Acho melhor parar por aqui para evitar mais problemas...
Um outro ponto muito positivo foi a forma de enfeite usada na casa por minha mãe, pois ela sabe o quanto gosto dessa forma de decorar o ambiente para essas forças da natureza.
Aşè a todos.

terça-feira, 21 de junho de 2011

SENZALA SALESOPÓLIS II

Pessoal, bom dia.
Questionaram-me sobre o que exatamente eu quis dizer no post de ontem.
Vou tentar ser mais claro :)
Eu estava em um local com muito significado; afinal eu estava no local onde as pessoas que trouxeram os fundamentos de minha querida religião.
Do mais, como já descrito, o ambiente em si mudou quando tudo terminou, e certamente fizemos um grande bem: apresentando minha religião e trazendo e de volta a alegria a alguns seres bem sofridos.
Amanhã estarei postando sobre a Festa de Ogùn em minha casa.
Aşè

segunda-feira, 20 de junho de 2011

SENZALA EM SALESOPOLIS - EVENTO EM 19/06/2011

Prezados, bom dia!
Ontem tive um daqueles momentos especiais, o qual não podemos esquecer jamais.
Explico.
Em Salesópolis, em uma rota alternativa para quem vem do litoral norte sentido região de Mogi das Cruzes, existe um espaço que preserva uma 'estadia' (explico melhor abaixo), onde além de descanso, servia como local para realizar trocas de mercadoria na época da escravidão (sal e escravos que vinham do mar por produtos de origem agrícola), além de ponto de prostituição com os quartos conhecidos como das virgens, onde não havia janela para evitar que as pessoas fossem assaltadas enquanto 'descansavam', sendo nesse quarto que ficavam as mais belas negras para serem estrupadas.
No local, conforme relatou seu proprietário, não existe indicio de senzala (apesar do nome) já que o local servia como área de parada entre as rotas do mar/fazendas. o ambiente estava muito carregado em minha concepção quando chegamos, e essa percepção não era exclusiva deste que escreve.
Além de toda essa parte histórica, o post de hoje sobre um dia tão especial não se limita apenas a visita.
Em continuação ao evento que participei em Suzano sobre o Candomblé e demais culturas afro na Copa do Mundo, um grupo de brancos, e negros, foram convidados para assistir as apresentações nesse local; começamos com Ogùn, sendo logo após apresentada puxada de rede da capoeira com Mestre Quim (grande amigo que pareço conhecer a ANOS); sendo apresentada na sequência roda de capoeira.
Finalizamos com Yemonjà; Oyà; e meu pai Şango, com grande destaque para esse último frente a apresentação do coreógrafo Onório com as chamas sagradas de meu pai em sua coroa.
E eu estava lá.
Tocando meu Rwm ao lado do Ogan suspenso em minha casa Marcelo.
Pois é meus amigos. O dono do lugar ficou amaravilhado com tudo, mas nem sabia como foi muito MELHOR para mim, por poder demonstrar meu dom dado por meu Orişà em local tão especial.
Pude cantar, fazer as louvações e até abraços emocionados recebi no local, agradecendo-me por proporcionar tamanha alegria a quem estava presente.
Porém, pela vibração que havia no local no momento do Ajeum, não era somente aqueles espectadores que eu havia agradado.
Arrepio-me de escrever isso, pois percebi que a alegria estava cravada naquele lugar na noite de ontem, onde muitos sofreram por noites que pareciam eternas.
Parece que meu Orişà sempre me coloca nessas provações: só conseguiram contato comigo faltando dois dias; sábado teve toque em minha casa (calma, irei postar sobre ele amanhã) e estava muito cansado. Porém, venci tudo isso, fiz essa apresentação na noite de ontem e pude dormir com a sensação de ter feito algo especial para pessoas especiais.
Que sentimento MARAVILHOSO para começar a semana.
Aşè a todos, pedindo a Ayrà que proporcione a todos um dia tão mágico como ontem para mim.

sexta-feira, 17 de junho de 2011

HISTÓRIA AIRA

Áyrà ou Airá
Normalmente confundido com Xangô, no Brasil, na verdade é uma divindade à parte, que não pertence à família de Xangô. Airá é uma divindade da região de Savé muito embora não existam registros de iniciação para ele nessas terras, seu culto está restrito ao seu templo em Savé, Nigéria. No Brasil, sacerdotes desinformados e sem discernimento criam inúmeras lendas a seu respeito, até dizem que ele seria irmão gêmeo de Xangô, o que é verdadeiramente um absurdo.

Segundo as casas de culto ao orixá, este orixá veste-se de branco e tem profundas ligações com Oxalá. Airá não usa coroa, mas um eketé branco. Suas comidas votivas não são temperadas com dendê, nem com sal e sim com banha de ori africana. Comeria quiabos, assim como Xangô e Iroko.

Airá era um Orixá no fundamento de Xangô, Airá era considerado um de seus servos de confiança e segundo uma de suas lendas, Airá, tentou instaurar um atrito entre Oxalá e Xangô, graças a isso Airá deve ser tratado de forma diferente de Xangô e seu assentamento deve ficar na casa de Oxalá. Por essa rivalidade com Xangô, não se deve coloca-los juntos jamais na mesma casa nem podendo Airá ser posto em cima do pilão de duas bocas, pois provoca a ira de Xangô. Sua cor é o branco e seus ornamentos são prateados.

Airá é um Orixá relacionado a família do raio mas pode ser relacionado ao vento, seu nome pode ser traduzido como redemoinho, redemoinho é o fenômeno que mais se assemelha a um furacão em território Africano. Airá então pode ser louvado como a divindade que rege o encontro dos ventos. Em território africano, não existe registro ou relatos de pessoas regidas ou iniciadas para ele, onde ele é cultuado, o culto predominante é o de Nanã e de Obaluaiê, já que Savé é uma região que fica em território Jeje. Pouco se sabe sobre o nascimento ou surgimento de Airá e por esta razão muitos atribuem sua filiação à Iemanjá e a Oraniã, assim como Xangô e Aganjú.

No Brasil, Airá é visto, erroneamente, como uma qualidade de Xangô. Airá seria uma face mais amena e pacífica de Xangô. Hoje, com a falta de conhecimento, muitos zeladores preferem iniciar uma pessoas de Airá do que de Xangô, na realidade está cada vez mais difícil encontrarmos filhos de Xangô, em sua grande maioria, os filhos de Xangô estão sendo iniciados em outros Orixás.

Ao contrário de Xangô, Airá não é um Orixá rei nem possui o carácter, punitivo como Xangô. Este fato, pode ser evidenciado em uma de suas cantigas que diz: "A chuva de Airá apenas limpa e faz barulho como um tambor".

Airá zela pela paz e pela justiça de forma incondicional, ao contrário de Oxalá que representa a paz, Airá estabelece a paz e possui uma ação mais imediata em suas funções, Airá pode ser qualificado como um sentinela de Oxalá, ou melhor, de Oxalufã é seria ele quem estabelece sua vontade.


A tradição da Fogueira foi criada por associação ao santo Católico São João, pois na África este ato é inexistente.

Em alguns terreiros de candomblé algumas pessoas afirmam que Airá é uma das qualidades de Xangô. Ele costuma ser visto como uma face mais branda e calma do deus do fogo.

Airá Intilé: Não existem qualidades de Orixá algum, Intilé é apenas um título de Airá que quer dizer "O dono da Casa". É o filho rebelde de Obatalá. Airá Intilé foi um filho muito difícil, causando dissabores a Obatalá. Um dia, Obatalá juntou-se a Odudua e ambos decidiram pregar uma reprimenda em Intilé. Estava Intilé na casa de uma de suas amantes, quando os dois velhos passaram à porta e levaram seu cavalo branco. Airá Intilé percebeu o roubo e sabedor que dois velhos o haviam levado seu cavalo predileto, saiu no encalço. Na perseguição encontrou Obatalá e tentou enfrentá-lo. O velho não se fez de rogado, gritou com Intilé, exigindo que se prostrasse diante dele e pedisse sua benção. Pela primeira vez Airá Intilé havia se submetido a alguém. Airá tinha sempre ao pescoço colares de contas vermelhas. Foi então que Obatalá desfez os colares de Airá Intilé e alternou as contas encarnadas com as contas brancas de seus próprios colares. Obatalá entregou a Intilé seu novo colar, vermelho e branco. Daquele dia em diante, toda terra saberia que ele era seu filho. E para terminar o mito, Obatalá fez com que Airá Intilé o levasse de volta a seu palácio pelo rio, carregando-o em suas costas. Nesta qualidade, Airá Intilé dá a seu devoto um ar altivo e de sabedoria, prepotente, equilibrado, intelectual, severo, moralista, decidido.

Airá Ibonã: Como já foi dito, não existem qualidades de Orixá algum. Ibonã nada mais é que um título que quer dizer: Ibonã = Quente ou Ibonã = Febril. Este é um título ostentado por muitos outros Orixás, um bom exemplo é o Orixá Omolu. É considerado o pai do fogo, tanto que na maioria dos terreiros, no mês de junho de cada ano, acontece a fogueira de Airá, rito em que Ibonã dança acompanhado de Iansã, pisando as brasas incandescentes. Conta o mito que Ibonã foi criado por Dadá, que o mimava em tudo o que podia. Não havia um só desejo de Ibonã que Dadá não realizasse. Um dia Dadá surpreendeu Ibonã brincando com as brasas do fogão, que não lhe causavam nenhum dano. Desde então, em todas as festas do povoado, lá estava Airá Ibonã, sempre acompanhado de Iansã, dançando e cantando sobre as brasas escaldantes das fogueiras. Nessa qualidade, os seguidores de Airá têm espírito jovem, perigoso, violento, intolerante, mas são brincalhões, alegres, gostam de dançar e cantar

Airá Osi: Mais um título de Airá que quer dizer Osi = Esquerda É o eterno companheiro de Oxaguiã. Um dia, passando Oxaguiã pelas terras onde vivia Airá Osi, despertou no jovem grande entusiasmo por seu porte de guerreiro e vencedor de batalhas. Sem que Oxaguiã se desse conta, Airá trocou suas vestes vermelhas pelas brancas dos guerreiros de Oxaguiã, misturando-se aos soldados do rei de Ejibô. No caminho encontraram inimigos ao que Osi, medroso que era, escondeu-se atrás de uma grande pedra. Oxaguiã observava a disputa do alto de um monte, esperando o momento certo de entrar nela, mas, para sua surpresa, percebeu que um de seus soldados estava de cócoras, escondido atrás da pedra. Sorrateiramente Oxaguiã interpelou seu soldado e para sua surpresa deparou-se com Airá que chorava de medo, implorando seu perdão, por haver enganado o grande guerreiro branco. Oxaguiã, por sua bondade e sabedoria, compadeceu-se de Airá Osi. No entanto, como punição pela mentira de Airá, decidiu que naquele mesmo dia o jovem voltaria à sua terra natal vestindo-se de branco e nunca mais usaria o escarlate, devendo dedicar-se a arte da guerra para poder seguir com ele em suas eternas batalhas. Os filhos de Airá Osi são considerados jovens guerreiros, lutam pelo que querem, mas as vezes deixam-se enganar pela impetuosidade. São calmos, não tidos a trabalhos intelectuais, são amorosos, alegres e sentimentais. São muitas as invocações ou qualidades de Xangô, que, como vimos, se juntam às outras tantas de Airá. Em diferentes países e regiões da diáspora africana em que a religião dos orixás sobreviveu e prosperou, há diferentes variantes das qualidades dos orixás, pois cada grupo, geograficamente isolado, ao longo do tempo, acabou por selecionar esta ou aquela passagem mítica do orixá. Muitas foram esquecidas, outras ganharam novos significados. Cada qualidade é representada por diferentes cores e outros atributos, de modo que, pelas vestes, contas e ferramentas, ritmos e danças, é possível identificar a qualidade que está sendo festejada, principalmente no barracão de festas dos terreiros. Não só por esses aspectos, mas também pelas oferendas votivas e pelos animais que são sacrificados em favor da divindade.

fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Ayr%C3%A0

Gostou? Essa era a parte fácil... Segunda-feira estarei comentando esse texto.
Aşè

quinta-feira, 16 de junho de 2011

GUARDIÃO DO CONHECIMENTO

Olá pessoal, bom dia.
Hoje vou esclarecer um projeto que terei aqui dentro do blog.
Nós Ogans, mais que tocar e cortar, temos como obrigação ser guardião da cultura histórica de nossa religião.
Portanto, estarei postando um pouco do que estudo para podermos compartilhar conhecimento e fazer cumprir cabalmente minha missão.
Ninguém tem o intuito de ser dono da verdade absoluta, mas acho interessante parte dos estudos que possuo, muitas vezes não podendo ser de acesso as pessoas.
Aşè

quarta-feira, 15 de junho de 2011

CQC MENTIRA

Pessoal, bom dia.
Nessa semana tivemos um especial do CQC na Rede Bandeirantes sobre mentiras.
Comecei a assistir o programa o qual sou (agora praticamente era) fã pelos seus apresentadores. Começou com a mentira de mapa astral quando me lembrei de um fato.
Dois zeladores, os quais confio plenamente para saber que jamais inventariam algo do tipo, me informaram terem sido, de forma insistente, procurados para fazer um trabalho de amarração, inclusive com valores e se identificando como do programa.
Francamente, após me lembrar disso parei de assistir o programa e preferi ir dormir.
Associei essa procura com tal programa sobre mentira e tenho certeza que se alguém aceitou fazer tal coisa associaram nossa religião a tais práticas, e da forma mais perjorativa possível, como já ocorreu anteriormente.
Se nenhum aceitou, dúvido que tenham informado isso no programa, demonstrando nossa seriedade. Posso estar queimando a lingua mas acredito ser improvável essa informação no ar.
Portanto, gostaria de deixar minha nota a esse programa por tentar tornar negativa nossa imagem, apesar de saber que tais trabalhos de amarração em nada tem haver com nossa religião. Todavia, essa não é a visão da maioria das pessoas e temos que lutar e sempre estarmos atentos a fatos assim, mesmo sendo fã de quem está fazendo, pois minha religião está acima disso.
Espero que eu tenha conseguido me expressar corretamente, pois o sono hoje está grande.
Caso as coisas tenham sido diferentes do que imaginei, peço escusas desde já e fico a disposição para discutir o assunto.
Abraços a todos!

terça-feira, 14 de junho de 2011

CRIANDO CANTIGAS

Pessoal, bom dia.
Outro dia, acompanhando uma discussão de seleto grupo de candomblecistas, chegaram a conclusão que seria possível criar novas cantigas, com o devido conhecimento iorubá (gramatical e verbal).
Eu mesmo já pude presenciar essa situação com senhora que domina o idioma e criou uma cantiga na saída de uma Yemonjà de 21 anos.
Lindo e que demonstra muito conhecimento.
Porém, me questiono francamente que caminho seguir: da criação ou do resgaste da cultura em nossa origem.
Eu ainda me inclino para a segunda corrente, pois ainda acho que nossas raízes estão sendo perdidas cada vez mais, ainda com maior volume em minha nação Keto, frente a diversos Iles hoje preferir o Efon mesmo não tendo ele em suas raízes.
Uma situação é a casa cantar um pouco ou homenagear outra nação em um Orişà (já presenciei muitas Angolas cantando um pouco para determinado Orişà em Keto).
Além disso, a criação de novas cantigas pode, ainda, cair 'nas mãos' de zeladores sem escrupulos que justificarão isso para tornar nossa religião motivo de piada, não sendo loucura imaginar a mistura iorubá-português.
Por essas e pelo tradicionalismo marcado em minha personalidade é que acredito ser periogoso esse caminho, devendo ser usado com cuidado e por quem efetivamente domina a cultura e idioma.
Mas acredito ser mais prudente e importante o resgate as raízes do que a criação.
Asè a todos.

segunda-feira, 13 de junho de 2011

O RETORNO

Pessoal, bom dia.
Conforme já havia informado, fiquei essa semana anterior sem postar, porém, retorno na presente data com força máxima (e frio no máximo também...).
Agora retorno com o intuito de continuar o trabalho que iniciei de diminuir os pré-conceitos existentes em nossas religiões de matriz afro.
Atualmente existe uma grande confusão nas cantigas e toques de origem yorubà, onde alguns confundem o Efon com Keto.
Certamente iremos conversando, debatendo e evoluindo.
Afinal, uma das coisas mais importantes de minha missão é justamente não deixar a história morrer!
Sigam-me no twitter @JoaoAyra: facebook com mesmo link e procure esse nome no Orkut!
Abraços a todos.

sábado, 4 de junho de 2011

UMA SEMANA SEM POST

Pessoal, bom dia.
Nessa semana que se inicia não poderei estar postando...
Peço que revejam os artigos anteriores e que postem comentários... eu estarei moderando eles quando eu retornar (não deixo livre por conta de comentários de puro preconceito a nossa religião).
Espero que meu blog esteja agradando, ou somando, algo a vida de vocês.
Estou muito feliz de poder compartilhar minhas opiniões com os senhores.
Abraços
Ogàn Ayra

quinta-feira, 2 de junho de 2011

O ASÈ EXISTENTE EM UM ASSENTAMENTO

Pessoal, bom dia.
Acho interessante e de muita liturgia os rituais existentes na roda de candomblé. Os Orisàs realizando seus atos; os cantos recontando suas histórias e principais características; o povo vestido (via de regra né... afinal sempre temos exceções) com as vestimentas características... tudo isso é muito bonito e muito especial para mim.
Todavia, quem já passou pelo rito de iniciação sabe que JAMAIS seria possível comparar tudo isso à energia existente em um assentamento de Orisà.
A pureza, vibração e poder emanado disso jamais poderá ser comparado a qualquer rito de incorporação (ou possessão como diz alguns). Ali o assunto é definido diretamente entre a conexão pessoa-orisà, sendo certo que a maioria sente e percebe que a partir daquele momento existe uma nova vida conectada a sua.
Portanto, as pessoas que acham belo o candomblé vistos nas rodas JAMAIS saberão a verdadeira vibração existente enquanto não tiver seu Orisà assentado e perceber que ele sempre estará ali; pronto para te receber, orientar, e passar forças para continuar no caminho.
Um excelente dia para vocês e que Ayrà nos cubra com sua benção.
Asè

quarta-feira, 1 de junho de 2011

1000 acessos!

Pessoal, bom dia.
Ontem, pouco mais de dois meses no ar, esse blog chegou a marca de 1000 acessos, sendo este um fato bastante comemorado por mim, que iniciei esse trabalho com o único intuito de poder escrever um pouco o que penso de nossa religião.
Meus textos a princípio eram de reflexão, demonstrando a importância do Orisà em minha vida.
A coisa maravilhosa foi que isso cresceu, cresceu e hoje percebo que meus textos auxiliam as pessoas de alguma forma e agradeço muito a meu pai Ayrà por me permitir realizar esse trabalho.
A responsabilidade cresce também e podem ter certeza que o cansaço nas manhãs, em sua imensa maioria em um trêm extremamente lotado (quem já utilizou a linha Estudantes-Guainases e Guaianases-Luz sabe do que estou falando...), não será fato impeditivo para eu poder continuar a escrever e compartilhar.
Apenas alguns fatos interessantes que me fizeram refletir a magnitude da internet e a responsabilidade que possuo:
Esse blog já foi acessado, além do Brasil é claro, nos Estados Unidos; Alemanha; Portugal; Cingapura; Angola; Chile; Indonésia e Malásia. Inclusive, em mais de um pais esse acesso é praticamente diário!
Ou seja, escrevo exclusivamente de uma religião brasileira (por favor, não vamos confundir o candomblé com o culto aos Orisàs existente na África (tópico para outro post...rs)) e consigo ter esse tipo de repercussão.
Do mais, podem ter certeza que tais fatos apenas fazem que eu tenha ainda mais vontade de continuar.
Obrigado a vocês, pois se utilizo esse blog para expor minhas idéias, o fato de saber que tantas pessoas o acompanham apenas me dá mais força para continuar.
Asè a todos!
Ayrà modupé!

terça-feira, 31 de maio de 2011

UMA QUESTÃO DE VAIDADE

Bom dia a todos.
Hoje vou postar algo inverso ao post 'uma questão de humildade...'
Paro e me pergunto muitas vezes porque existem pessoas tão vaidosas e que não sabem respeitar os demais cargos dentro de uma casa?
Interessante que pessoas assim constumam dizer que em outros lugares eram especiais e que tudo que é feito agora é errado, normalmente com um cinismo caracteristico, tudo para justificar o ostracismo de aprender algo novo ou de respeitar aqueles que já possuem raiz dentro do Aşè.
Pois é meus irmãos... leram e se identificaram com alguém? Nem ligue, pois isso é normal: a maioria das casas tem uma pessoa assim.
Nada contra aquelas que pessoas que 'migram' por algum problema com seu antigo zelador (só faço a ressalva da questão da ancestralidade totalmente ignorada pela pessoa...), mas o problema é chegar em um novo lugar e simplesmente querer mudar tudo.
Eu francamente mudei de Aşè com a partida para a eternidade de meu primeiro zelador, e a perda do seu Aşè em minha vida, MAS jamais me utilizei disso para tentar mudar algo onde frequento hoje.
Agora se você é a pessoa que menciono nesse post, aprenda a respeitar os cargos superiores dentro de sua nova casa, pois se não concorda ou não consegue respeitá-los, por favor, não tumultue o ambiente e procure um Aşè que você possa novamente colocar uma melancia debaixo do pescoço e possa achar que você é 'especial'.
Faço esse post em tom de revolta mesmo, pois todos somos iguais perante o Orişà, mas alguns possuem missão especifica em determinados ilês.
Melhor parar por aqui e evitar maiores problemas...
Mas nem me digam de conhecimento acumulado por trás desse ostracismo: cada aşè é um aşè e possue seus cargos de confiança.
Afinal cada lar tem seu rei; seu zelador; seu ogàn; sua ekedy; etc e etc.
Aşè a todos.

segunda-feira, 30 de maio de 2011

RESULTADO HOMENAGEM

Pessoal, bom dia.
Conforme eu havia postado na quinta (sexta não foi possível por consulta médica), tivemos uma linda homenagem organizada na Assembléia Legislativa, onde mães de santo, e algumas Ekédes, foram homenageadas por causa do dia das mães.
Homenagem mais que merecida, frente as caracteristicas matriarcais de nossa religião que sempre louva os seus ancestrais e o poder do elemento feminino.
Meus sinceros agradecimentos aos deputados José Candido e Leci Brandão, que mesmo sendo de partidos diferente se unem pela causa negra e pelas religiões de matriz africanas.
Momento muito especial foi o recebimento da homenagem por minha mãe Natalia (a qual inclusive fizeram dois diplomas!rs), que teve muito de seus filhos para prestigiá-la nessa data importante.
Tivemos ainda o comparecimento de autoridades africanas no evento, que me comprovaram que parte de minhas teorias sobre determinados aspectos sobre o idioma e vestimentas não são tão absurdas.
Mas isso será assunto para OUTRO dia...
O que vale hoje é ressaltar novamente a homenagem a nossa religião dentro de um dos maiores poderes do nosso estado.
Asè a todos!

quinta-feira, 26 de maio de 2011

HOMENAGEM ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA EM SÃO PAULO

Pessoal, bom dia.
Com imensa satisfação, venho avisar que hoje, a partir das 19:00, minha mãezinha estará sendo homenageada na Assembléia Legislativa de São Paulo.
Tal homenagem se refere ao dia das mães, sendo que acha fundamental esse tipo de manifestação para fincarmos raizes nos poderes existentes em nosso Brasil.
Do maisç já aproveito o ensejo para render minha homenagem a minha mãe. Como sempre digo, jamais posso ter ciumes dela, pois sei que além de conceber eu e meu irmão, o destino fez com que ela entrasse na vida de muitas e muitas pessoas, inclusive suprindo por vezes as carências maternas de algumas pessoas e de outras complementando.
Enfim, o importante é que ela marca as vidas das pessoas e demonstra a elas o que é vivd
er com dignidade e com amor pelos Orişàs.
Mãe parabéns. A senhora é merecedora da homenagem que ocorrerá hoje e de tantas outras.
Aşè

quarta-feira, 25 de maio de 2011

COMO ESTAMOS?

Olá.
Eu realizo esse blog não só para uma realização pessoal, mas para dividir conhecimento.
Porém, com exceção de alguns, não sei o que os demais que acessam pensam desse trabalho.
Que tal se manifestar?

terça-feira, 24 de maio de 2011

RELIGIÕES AFRO E A COPA DO MUNDO

Prezados amigos, bom dia.
Estou amadurecendo essa idéia após reunião que participei.
O que acham?
Certamente retomarei o assunto.
Abraços

segunda-feira, 23 de maio de 2011

O MAIOR ESTELIONATÁRIO DO BRASIL

Pessoal, bom dia.
Hoje não vou postar algo diretamente relacionado a nossa religião.
Não.
Hoje vou comentar sobre o homem que enganou muitos e virou até mesmo filme (VIP) com Wagner Moura, 'ad eterno' Capitão Nascimento, interpretando ele.
Pois é. Mas por que resolvi falar desse cidadão? Essa é sua pergunta?
Simples. Estou falando de alguém que em minha concepção sempre quis viver algo que não é seu, chegando inclusive a se dizer filho do presidente de uma grande companhia aérea.
Vejam: pelo que vi ontem no Pânico na TV, ele é uma pessoa extremamente inteligente e bem articulada. Porém, não buscou utilizar sua inteligência para algo efetivamente correto, se metendo até com tráfico de drogas.
Meu recado e reflexão de hoje é esse: o que você tem feito com suas virtudes? Tem focado coisas boa com ela, ou não?
Outro ponto: você está vivendo sua vida sem se enganar, ou desejando ser algo que você não é?
Espero que você reflita sobre isso.
Abraços e um excelente dia!

sexta-feira, 20 de maio de 2011

CANTIGAS DENTRO DO CANDOMBLÉ

Olá a todos.
Não posso negar que tenho vontade de compartilhar as cantigas que possuo no Candomblé. Mas esbarro (e isso posde ser só da minha cabeça) no pré-conceitos e costume de algumas pessoas acreditarem que somente o jeito que apreenderam está correto.
Vou ver se amadureço a idéia na próxima semana para fazer esse trabalho.
Não serei dono da verdade e aguardarei os comentários.
Aşè

quinta-feira, 19 de maio de 2011

NO DIA 13 DE MAIO...

Bom dia a todos.
Hoje vou escrever um pouco sobre os fundadores, e 'fundamentadores' da nossa querida Umbanda.
No último dia 13, data que se comemora a abolição da escravidão no Brasil, também é o dia deles.
Eles, os preto-velhos, entidades de muita luz, alegria e humildade, aspectos basilares da nossa querida Umbanda. Nosso terrerio já tem a tradição de colocá-los em uma mesa para serem servidos, mas tudo não passa de uma forma de agradecermos por tudo que eles são e pelo que ensinam.
Nessa data ainda é feita uma homenagem a Nossa Senhora de Fátima (sendo este um dos poucos aspectos católicos absorvidos pelo nosso terreiro em minha opinião).
Tudo é muito bonito e alegre, pois é impossível ficar triste do lado dessa e outras entidades.
Porém, paralelo a essa alegria está a sabedoria desses 'velhinhos da Umbanda que encaminham nossas vidas' (Esperança para um novo amanhecer - atabaque de ouro 2008), pois quando eles conversam conosco e esbanjam sabedoria, nos fazendo refletir, e até mesmo emocionar, quando nos fazem refletir sem sequer abrirmos a boca para dizer o que sentimos, nossas dúvidas e erros.
E finalmente, entre tantas outras virtudes, a HUMILDADE, aspecto fundamental em conjunto com a caridade da nossa querida Umbanda. Enfim, espiritos de muita luz e que muito nos ensina, desde que estejamos preparado para aprender e absorver e que possamos entender que a alegria e conhecimento podem, e devem, andar juntos!
Ser rude, ou se achar superior a outro pelo que se conhece apenas demonstra o quão pequena é a pessoa.
Um grito de liberdade e a corrente se quebrou; um grito de liberdade, um grito que me acordou...
Dentro do canavial, um negro se libertou e lá não tinha pra ele nem chibata e nem feitor; e lá não tinha pra ele nem senzala nem senhor.
Parabéns ao ser humano que entendeu, um dia, que a escravidão não era justa. Esperamos agora que isso também inclua a intolerância de todas as formas!
Adorei as almas!
Um excelente dia, com muita sabedoria, alegria e humildade.
Aşè!!!

quarta-feira, 18 de maio de 2011

FESTA CABOCLO PISA N'AREIA

Bom dia a todos.
Hoje vou comentar sobre uma festa que tenho muito orgulho de participar.
A festa da entidade chefe no terreiro de Umbanda: Caboclo Pisa N'areia.
Nesse dia, fugindo um pouco das tradições de outras festas, o caboclo faz questão de entregar a cada filho que participou da festa em louvor a São Cosme Damião e Doun (um grande trabalho social desenvolvido pela casa) uma lembrança, as quais guardo com muito orgulho.
Neste mesmo dia é entregue um troféu, pequeno em tamanho mas de grande importância para mim, pois destaca aquela barraca que melhor trabalhou aquele ano. Nessa festa sempre busco encantar as crianças, com temas e fantasias que mexem com os pequeninos... mas isso será para outro post :).
Na festa do Caboclo tivemos uma grata surpresa com a presença dos netos, filhos do Caboclo Trovão (mãe Helena), os quais frequentam a Umbanda, sem envolvimento com o Candomblé.
Nessas horas que vejo a importância das pessoas conhecerem sua família de santo, sendo que fiquei bem contente em ver uma semente que brotou excelentes frutos.
Tivemos ainda a presença de autoridades do Candomblé, tanto de Angola (Pai Tonho e família) quanto do Ketu (meu pai e avô de santo).
Em suma, foi uma festa muito bonita, com uma excelente feijoada servida no final (quem já experimentou a feijoada da minha mãe sabe do que estou falando...). Apenas fico receoso em relação as pessoas que não conhecem o trabalho da Umbanda nos outros dias e podem entender de forma equivocada a condução da casa e a importância dessa singela homenagem do grande e sábio Caboclo Pisa N'areia.
Este caboclo é quem me passou o alicerce para eu ser quem sou, me ensinando os caminhos da humildade e do amor, além de apoiar sempre e me respeitar, mesmo nas épocas de rebeldia.
Certamente muito dos seus ensinamentos integram minha personalidade e surpreendeu quem duvidava da sabedoria existente em caboclos (afinal, quando eu era pequeno, muitos julgaram meus pais dizendo que eu e meu irmão fatalmente beberiamos e fumariamos, sento que nenhum dos dois, graças à Ayrà, temos esses vicios). Atualmente sou advogado e isso jamais me tornou uma pessoa arrogante que acredite ser superior aos demais.
Nem preciso dizer para ele (mas é bom registrar...) que este blog também é sua influência em conjunto com minha família, pois sempre me ensinou que algo pequeno pode se tornar grande, sem a necessidade de ficarmos nos gabando ou achar que somos melhores que outras pessoas, que possuem outros dons.
Abraços a todos e um excelente dia!
Aşè

terça-feira, 17 de maio de 2011

HOMOFOBIA

Olá a todos.

Hoje meu post vai com bastante atraso se comparado aos demais dias, mas hoje em minha concepção é um comentário necessário e que merece maior dedicação (não que os outros não mereçam...).

A questão da Homofobia.

Hoje é o dia Internacional Contra a Homofobia e fico contente de participar de uma religião que a pessoa não é considerada doente; possuída pelo "demo"; ou outros absurdos que tanto já ouvi.

Acredito que isso seja uma questão de escolha.

Eu, particularmente, não tenho nada contra as pessoas que são homossexuais, mas sempre gostei do meu espaço e do respeito pela minha opção de heterossexual.

É triste imaginar que essa data foi escolhida pelo fato da retirada da homossexualidade, em 17/05/90, da Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde (CID) da OMS (Organização Mundial da Saúde).

Como imaginar que existia uma classificação dessa a 21 anos atrás?

Pois é, tão duro quanto imaginar a legislação que proibia a prática de terreiros e roças...

Talvez a diferença esteja na união e a coragem dos homossexuais e simpatizantes para ir a rua e mostrar ao mundo que eles são iguais.

O que nos falta para termos as mesmas atitudes?

Não sei, mas essa é uma das muitas respostas que busco.

E você, tem opinião sobre isso?

Asè a Todos

segunda-feira, 16 de maio de 2011

COM POSTS...

Olá a todos!
Informo meu retorno ao lar... e aos posts!
Amanhã estarei postando sobre a festa maravilhosa feita em homenagem ao Caboclo Pisa N'Areia no final de Abril.
Me adicionem no twitter e facebook, com o nick JoaoAyra.

Abraços e uma excelente semana.
Aşè

sexta-feira, 6 de maio de 2011

SEM POSTS...

Pessoal, bom dia.
Informo que na semana que vem estarei viajando a trabalho e acredito que não terei como postar...
Porém, acompanhem, pois talvez irei postar sim :)
Abraços e bom final de semana a todos!

quinta-feira, 5 de maio de 2011

INCORPORAÇÃO

Pessoal, bom dia.
Hoje vou falar sobre incorporação, ou radiação de vibrações como prefiro, algo um pouco complexo para mim, já que não tenho esse tipo de mediunidade.
Prefiro não dizer incorporação, pois acredito e já presenciei DIVERSAS vezes que a consciência do médium, ou algum fato vivido naquele momento (um stress por exemplo), acaba por influenciar as vibrações de uma entidade ou Òrìşa.
Dentro desse tipo de mediunidade existem classificações, como consciente, inconsciente, ouvinte, etc.
Apesar de ser hoje uma coisa infelizmente banalizada dentro de nossas religiões, tal ato é o ápice litúrgico do espiritismo , já que é permitida a pessoa ceder seu corpo para aquela força se manifestar.
Triste ver hoje em dia que muitos pensam e agem ao contrário, achando que eles é que são importantes para esses elementos.
Eu como Ogan, que tenho a missão sagrada, entre outras, de emitir a vibração para eles se manifestarem já faço uma preparação especial, quissá se fosse para ceder o meu corpo a eles.
Pois é, bebidas, cigarros, drogas, sexo, tudo isso influencia negativamente esse momento todo especial e digo até crucial para nossa religião.
Outro ponto que considero critico é a necessidade de algumas pessoas em dizer que suas entidades e Òrìşas são 'especiais' ou melhores que as outras, pior ainda aqueles que vão pra frente dos atabaques falarem abobrinhas para mim ou para alguém do meu lado.
Poupem-me desse tipo de coisa.
Por fim hoje gostaria de dizer que infelizmente cada vez mais é comum esse tipo de atitude na Umbanda e Candomblé (será que pelo menos aqui vou ter unanimidade entre os dois povos, rs?), e esse tipo de atitude aceita por muitos zeladores é que me faz acreditar cada vez mais em ibás e cada vez menos na marmotagem.
Sempre acreditei nos fundamentos, mas esse povo que não se prepara, que não estuda, que não tem algo natural para incorporar simplesmente me enojam.
Só digo uma coisa:
VOCÊ NÃO ESTÁ ME ENGANANDO OU ENGANANDO O ÒRİŞA/ENTIDADES - VOCÊ ENGANA APENAS VOCÊ MESMO.
Aşè a todos.

quarta-feira, 4 de maio de 2011

OGANS E EKEDES

OGANS: São eles que tem como uma das principais funções o toque dos atabaques (Rum - o maior, Rumpi - o médio e Lê - o pequeno) para a chegada dos Orixás à casa de santo. São eles que são os detentores dos toques e cantigas específicas para cada situação característica, sendo a função do Ogan imprescindível, por exemplo, num momento de fundamento. Não incorporam e possuem dentro do santo uma função ao nível de Pai de Santo ou Mãe de Santo. Dentro da casa são filhos diretos de algum Orixá, sendo consagrado a este. O ritual do Ogan começa com a suspensão dentro da casa de santo, ritual cujo Orixá da Mãe ou Pai de Santo que o escolheu o suspende, e o apresenta a todos como Ogan e filho dentro do Axé. Esse Ogan passa a ser respeitado dentro da casa de santo, por ter sido confirmado e fica prometida a futura obrigação para feitura. A obrigação do Ogan passa a ser questão de alguns meses. Na obrigação, o Ogan é feito para o Pai ou Mãe de Santo e principalmente para aquele Orixá que o suspendeu há tempos atrás. Dentro do santo, os Ogans e as Ekédes são a forma encontrada pelo próprio santo de fazer com que o Pai ou Mãe de santo possa pedir a benção aos seus próprios Orixás, visto que o Ogan e a Ekéde são filhos diretos de algum Orixá da casa. Dentro do axé são os únicos cuja mãe ou pai de santo tomam a benção, justamente para caracterizar o pedido de benção ao seu próprio Orixá.
Eles têm voz ativa dentro da casa do axé, podendo em certas situações designar obrigações e ordenar funções.
Existem os Ogans Alabês (cuja função principal é cantar e tocar) nos ciclos de festas é obrigado a se levantar de madrugada para que faça a Alvorada mais ou menos 40 min. Se uma autoridade de outro Axé chegar ao Ilê, o Alabê, tem de lhe prestar as devidas homenagens "dobrar o Ilù" e oferecer até sua própria cadeira; os Ogans Axoguns (são aqueles que tem a Mão de Obé, ou seja, tem a Mão de Faca, podendo cortar para os Orixás da casa), traz axé de Ogun. Trabalha em conjunto com Iyalorixá/Babalorixá, Oloyes, Ekédes e Ogans. Soberano nestas obrigações é quem se comunica com o Orixá para quem se destina à obrigação, junto com as Ekédes transmite as respostas e os mandamentos deste; os Ogans Pejigan (são os primeiros Ogans da casa); os Ogans Kalofé (são aqueles que tem a função de cantar o Candomblé) e em algumas casas existem também os Ogans com Mão de Ofá conhecidos como Babalossain (podendo colher somente ele, ervas sagradas).
O Ogan não é simplesmente um tocador de atabaques e um cantador de rezas, são homens cuja função é também deter segredos e rituais cujo conhecimento só é revelado para o Zelador (a) e para o Ogan.
EKÉDES: É uma função pertencente às mulheres, cuja função é de suma importância, sendo elas as ordenanças da casa do santo, escutam o recado e transmitem as ordens. Diferente dos Ogans, não tocam os atabaques, mas utilizam outro instrumento sagrado para invocar os Orixás, o Adjá. Não incorporam e como os Ogans são suspensas e são verdadeiramente filhas e mães do Pai ou da Mãe de Santo. Em geral são as tradutoras da linguagem usada pelo santo. São sempre responsáveis por zelar pelos Axés dentro da casa. São detentoras, como os Ogans, de segredos necessários para a feitura e manutenção das energias (Axés) dentro da casa de santo. O respeito as Ekédes é uma característica bem marcante, sendo elas bem respeitadas e algumas vezes até autoritárias (às vezes é necessário pela função que ocupam). As Ekédes, quando necessário, tem a permissão do santo para atuarem como Ogans, podendo cantar para que respondam. Em muitas casas de santo, são elas as cozinheiras do Axé; acabam sendo as responsáveis pela comida do santo e em algumas vezes atuando como Mães Criadeiras, permanecendo junto com os Yawôs ou Abiãs durante o processo de feitura ou Boris. Como os Ogans, são exímias batedoras de ebós.

terça-feira, 3 de maio de 2011

A MORTE DE OSAMA BIN LADEN

Bom dia a todos os meus irmãos.
Ontem grande parte da população mundial comemorou, e muito, a morte de Osama Bin Laden, terrorista que chocou o mundo em 11 de setembro de 2001.
Mas você deve estar se questionando: o que tem Bin Laden com esse blog...
Sim, ele tem muito a nos ensinar:
INTOLERÃNCIA
Ontem vi uma reportagem e verifiquei que ele era milhionário, estudado, mas acabou por se tornar um intolerante religioso.
Começou os atentados por invasão americana em seu território, em uma guerra que não era sua.
Ora... O que teria Deus com a morte de tantos inocentes? NADA.
E francamente...me questiono o que tem os Òrìşas com tanta discriminação e até INTOLERÂNCIA dentro das religiões ligadas ao espiritismo.
O que de fato pensa esses elementos da natureza, tão vibrantes em nossas vidas, quando simplesmente o ignoramos e 'lutamos' uma luta para ser o 'perfeito' e provar que todo o restante está errado?
Não digo que não tenhamos que estudar e buscar nosso aprimoramento.
Só quero dizer que podemos fazer isso respeitando nossos irmãos. Afinal como ter o respeito da sociedade no geral se não consegumos sequer nos respeitar?
Enfim, seja você espírita, seja você quem for, aprenda a respeitar as diferenças para não se tornar um intolerante em qualquer aspecto (religioso, orientação sexual, raça), pois mesmo quem tem aparentemente tudo (como o dono do titulo desse post) pode se desviar do caminho.
Que meu pai Ayrà nos livre do fanatismo e da intolerância.
Aşè

segunda-feira, 2 de maio de 2011

CONHECIMENTO, DIFERENÇAS E RESPEITO!

Olá pessoal, bom dia.
Ontem tive a oportunidade de visitar o terreiro de Umbanda de uma filha de minha mãe. Achei muito legal o rtrabalho realizado, inclusive com muitos aspectos particulares do Caboclo Trovão.
E meu post hoje é sobre isso.
O toque nessa casa é o toque conhecido como de 'Umbanda Pura', o qual respeito e admiro muito. Mas ai questiono outro aspecto: será que devemos julgaer (como muitos o fazem) ou tentar transmitir o pouco conhecimento que temos?
eu, particularmente, respeito e 'toco conforme o barco', mas já me coloquei ao dispor para ensinar os toque de Angola sem o intuito de alterar o que já existe de raiz e ordens do Caboclo Trovão.
O que mais admiro na Umbanda é o respeito que (normalmente) existe entre as casas, o que muitas vezes falta entre nações (algumas se julgando superiores a outras); entre casas (eu canto ou toco certo e você toca e canta errado) e muitas vezes entre pais e filhos (muitas vezes pela postura do pai, mas destaco desde já que ABOMINO isso, pois não é o filho que escolhe seu pai, mas sim seu próprio ÒRİŞA).
Um exemplo claro na Umbanda. Existe um ponto de Ogum que diz: um cavaleiro bateu na minha porta...
Outras casas cantam: um cavaleiro na porta bateu...
Via de regrea, com exceção de algumas pessoas, respeitam a foerma que a pessoa está cantando e responde conforme quem está puxando.
Bem irmãos fica o presente para reflexão.
Aşè e abraços!

sexta-feira, 29 de abril de 2011

A ORGANIZAÇÃO DO CANDOMBLÉ NO NOVO MUNDO

Antigamente, na Nigéria, os dias da semana eram apenas 04 (quatro) e eram assim denominados:

• 1o dia - Ójumò Exu
• 2o dia - Ójumò Ogun
• 3o dia - Ójumò Xangô
• 4o dia - Ójumò Oxalá

Sendo que estes 04 (quatro) dias estavam ligados aos 04 (quatro) pontos cardeais:

• 1o a leste onde habita Exu
• 2o ao norte onde habita Ogum
• 3o a oeste onde habita Xangô
• 4o ao sul onde habita Oxalá

Como se pode observar, os yorubás tinham sua própria semana organizada que foi modificada ou adaptada à semana ocidental. Isto aconteceu porque não se manteve a tradição milenar de apenas 04 (quatro) dias.
Quando o Candomblé foi estabelecido na Bahia por Yanassó teve-se que se adaptar, como foi visto anteriormente, o culto para os moldes ocidentais, ou seja, cultuar vários orixás no mesmo espaço. Com esta junção, criou-se o que foi chamado Ójumò-osé ou dia de limpar ou ainda Ójumò-uenumó ou dia do descanso. Essa distribuição foi feita da seguinte forma:

• 2a feira cuidaria-se de Exú, Omolú e Iroko
• 3a feira cuidaria-se de Ogun e Oxumaré
• 4a feira cuidaria-se de Xangô e Oyá
• 5a feira cuidaria-se de Ossain, Oxossi e Logunedé
• 6a feira cuidaria-se de Oxalá
No sábado seria a vez de se cuidar de todas as Yabás ou Mães que seriam: Oxum, Yemanjá, Nanã, entre outras. Já no domingo, cuidar-se-ia de Ibeji.
Esta distribuição foi feita para que cada Orixá tivesse seu Osé ligado a um dia da semana e nesse dia o Iyawô estivesse na casa de Candomblé para prestar culto ao seu orixá, não fugindo assim com a sua responsabilidade de cuidá-lo.
Como comprovam vários estudiosos da cultura africana, não só houve a adaptação da semana yorubá para a semana ocidental, como uma série de cerimônias e ritos do culto de orixá teve que se adaptar ao Novo Mundo, conforme mostra o próprio ritual de iniciação que na Nigéria é feito em aldeias que ficam no interior das florestas.
Outra adaptação feita para o Brasil foi o do Jogo de Búzios. Enquanto no culto de orixá na Nigéria apenas o Babalawo faz o culto à adivinhação e é ele, por determinação de Ifá, quem orienta todos os acontecimentos dentro do egbé (povoado); no Brasil, o jogo de búzios foi uma modalidade criada pelo Oluwô Bamboxê para as mulheres ou Yalorixás da época.

quinta-feira, 28 de abril de 2011

NAÇÃO ANGOLA

Hoje vou falar sobre uma naçào que admiro muito, sua vibraçào, seus cantos, SIMPLICIDADE e danças...
Abraço a todos. Mais um texto montado de outros artigos.

Sua linguagem ritual, também intraduzível, originou-se predominantemente das línguas quimbundo e quicongo. Nesta "nação", tem fundamental importância o culto dos caboclos, que são espíritos de índios, considerados pelos antigos africanos como sendo os verdadeiros ancestrais brasileiros, portanto os que são dignos de culto no novo território a que foram confinados pela escravidão. O candomblé de caboclo é uma modalidade da nação angola, centrado no culto exclusivo dos antepassados indígenas.
Foi provavelmente o candomblé angola e o de caboclo que mais contribuiu para a origem da umbanda. Há outras nações menores de origem Banto, como, a Congo e a Cambinda, que hoje foram, quase que, inteiramente absorvidas pela nação angola.
A "nação" Angola, de origem Banto, adotou o panteão dos orixás iorubás (embora os chame pelos nomes de seus esquecidos Inkices, divindades bantos, assim como incorporou muitas das práticas iniciáticas da nação Ketu. Sua linguagem ritual, também intraduzível, originou-se predominantemente das línguas quimbundo e quicongo. O Deus supremo e Criador é Nzambi ou Nzambi Mpungu; abaixo dele estão os Jinkisi/Inkice, divindades do Panteão Banto. Essas divindades se assemelham a Olorum e aos Orixás da Cultura Yorubá.

Alguns Inkices da Angola:

Aluvaiá, Bombo Njila, Pambu Njila: intermediário entre os seres humanos e os outros Inkices.
Nkosi: Senhor dos Caminhos, das estradas de terra.
Gongobira: caçador jovem e pescador.
Ngunzu: engloba as energias dos caçadores de animais, pastores, criadores de gado e daqueles que vivem embrenhados nas profundezas das matas, dominando as partes onde o sol não penetra.
Kabila: o caçador pastor. O que cuida dos rebanhos da floresta.
Lembaranguange: caçador vive em florestas e montanhas; deus de comida abundante.
Mutakalambô: tem o domínio das partes mais profundas e densas das florestas, onde o Sol não alcança o solo por não penetrar pela copa das árvores.
Katendê: Senhor das Jinsabas/Isabás/Unsabás (folhas). Conhece os segredos das ervas medicinais.
NzaziLuango: São os próprios raios.
Kaviungo, Kafungê, Kingongo: deus de saúde e morte.
Nsumbu - Senhor da terra, também chamado de Ntoto pelo povo de Kongo.
Hongolo ou Angorô/Angoroméa: auxilia a comunicação entre os seres humanos e as divindades.
Kitempo/Tempo: Rei de Angola. Senhor do tempo e estações.
Kaiangu: têm o domínio sobre o fogo.
Matamba, Bamburucema, Nunvurucemavula: qualidades ou caminhos de Kaiangu
Kisimbi, Samba_Nkice: a grande mãe; deusa de lagos e rios.
Ndanda Lunda: Senhora da fertilidade, e da Lua, muito confundida com Hongolo e Kisimbi.
Kaitumbá, Mikaiá, Kokueto: deusa do oceano.
Nzumbarandá: a mais velha das Nkisi
Nwunji: Senhora da justiça. Representa a felicidade de juventude e toma conta dos filhos recolhidos.
Lembaranganga, Lembá Dilê, Jakatamba, Kassuté Lembá, Gangaiobanda: conectado à criação do mundo.

Na Angola, os sacramentos são:
1 - Massangá: Ritual de batismo de água doce (menha), na cabeça (mutue), do iniciado (ndumbi), usando-se ainda o kezu (Obi).
2 - Nkudiá Mutuè: (Bori) - ritual de colocação de forças (Kalla ou Ngunzu (Angola) = Asé (Axé) = Muki (Congo), através do sangue (menga) de pequenos animais.
3 - Nguecè Benguè Kamutué: ritual de raspagem, vulgarmente chamado de feitura de santo.
4 - Nguecè Kamuxi Muvu: Ritual de obrigação de 01 ano.
5 - Nguecè Katàtu Muvu: Ritual de obrigação de 03 anos (Nguece = obrigação), nessa obrigação, faz-se o ritual de mudança de grau de santo.
6 - Nguecè Katuno Muvu: Ritual de obrigação de 05 anos, preparação quase que idêntica há de um ano, só que acompanhada de muitas frutas.
7 - Nguecè Kassambá Muvu: ritual de obrigação de 07 anos, quando o iniciado receberá seu cargo, passado na vista do público, sendo elevado ao grau de Tata Nkisi (Zelador) ou Mameto Nkisi (Zeladora).
* As obrigações, são de praxe para os rodantes, porque Makota (Ekéde) e Kambondo (Ogan), já recebem seus cargos na feitura, portanto já nascem com suas ferramentas de trabalho, dão suas obrigações para aprimorar seus conhecimentos.
* Em Angola, quem passa cargo são os enredos de Ndanda Lunda. Isto é, não é preciso ser filho desta Inkice, mas é ela quem autoriza aquela pessoa a receber o cargo.
Após 07 anos de obrigações, se renovarão a cada ano com rito de obi ou borí, conforme o caso, repetindo-se as obrigações maiores de 07 em 07 anos para renovar e conservar o indivíduo forte, transformando-o em Kukala Ni Nguzu - Um ser forte.
Kunha Kele: Sacramento realizado 03 meses e 21 dias após a feitura (tirada de kele), quando o santo soltará a Kuzuela = Ilá.

Hierarquia:
Tata Ria Inkice: Zelador / Pai
Mameto Ria Inkice: Zeladora / Mãe
Tata Ndenge / Eakota Tororó ou Mameto Ndenge: Pai pequeno / Mãe pequena
Kixika Ingoma ou Kissicaran Gombe: Ogan
Tata Kambuí / Kambondo: Tocador de atabaques
Tata Kivonda: Aquele que sacrifica os animais
Tata Kinsaba: O que colhe folhas
Kikala Mukaxe / Mona Inkice: Filho de santo / Filha de Santo
Tata Kutala: Herdeiro da casa
Makota: Ekéde
Kota: Filhos com mais de 07 anos de feitura. São os Egbomis.
Kijingu: Cargo, dado no Jamberessú (peneira com os direitos “Deká”).
Tata Nganga: O que joga os búzios (Caçueto)
Zakae Npanzo: Troncos de árvores colocados nas portas dos santos. Esses troncos representam os ancestrais (Baculú)
Munzenza: É o iniciado no culto. O termo munzenza significa ignorante, leigo.
Ndunbe: Abiyan
Vumbi: Egum
Kalungombe: Tata de Numbi (Egum)
Dizungu Kilumbe: Saída de santo
Dimba Inkice: Obrigações oferecidas aos Santos
Kumbi Ngoma: Dias de toque
Kufumala: Defumação
Sukurankise: Troca das águas nas quartinhas
Dizungu Nlungu: Ordem do barco***

quarta-feira, 27 de abril de 2011

NAÇÃO JEJÊ

Bom dia!
Hoje vou postar sobre a nação que (por enquanto...) tenho menos conhecimento.
O trxto abaixo é copilado de diversos outros textos.
Aşè

Assim, como os Nagôs ou Yorubas, os Jejes língua Ewe, língua Fon, língua Mina e os Fanti ashantis, formam grupos sudaneses que englobam a África Ocidental hoje denominada de Nigéria, Benin e Togo. Sua entrada no Brasil ocorreu em meados do século XVII.
Djedje (jeje) é uma palavra de origem yoruba que significa estrangeiro, forasteiro e estranho; que recebeu uma conotação pejorativa como “inimigo”, por parte dos povos conquistados pelos reis de Dahomey e seu exército. Quando os conquistadores eram avistados pelos nativos de uma aldeia, muitos gritavam dando o alarme “Pou okan, djedje hum wa!” (olhem, os jejes estão chegando!).
Quando os primeiros daomeanos chegaram ao Brasil como escravos, aqueles que já estavam aqui reconheceram o inimigo e gritaram “Pou okan, djedje hum wa!”; e assim ficou conhecido o culto dos Voduns no Brasil “nação Jeje”.
Dentre os daomeanos escravizados, uma mulher chamada Ludovina Pessoa, natural da cidade Mahi (marri), foi escolhida pelos Voduns para fundar três templos na Bahia. Ela fundou:
Um templo para Dan; Kwe Ceja Hundê, mais conhecido como o Roça do Ventura ou Pó Zehen (pó zerrêm) em Cachoeira e São Felix.
Um templo para Heviossô Zoogodo Bogun Male Hundô Terreiro do Bogum em Salvador.
Um templo para Ajunsun que não se sabe porque não foi fundado. Esse é o segmento jeje-mahi do povo Fon.
O templo de Ajunsun-Sakpata foi fundado mais tarde pela africana Gaiacu Satu, em Cachoeira e São Felix e recebeu o nome de Axé Pó Egi, mais conhecido por Cacunda de Ayá. São os Jeje-Savalu ou Savaluno. Sakpata era rei da cidade Savalu na África, segundo alguns historiadores, Sakpata foi o único rei que preferiu o exílio a se render aos conquistadores do Daomé. O dialeto dos savalus também é o Fon.
No Maranhão encontramos a Casa das Minas fundada por Maria Jesuína, segundo informação de Sergio Ferretti. É com certeza a mais conhecida casa de jeje do Brasil. Esse é o segmento do povo Jeje-Mina.
Ainda no Maranhão encontramos a casa Fanti-Ashante fundada por Euclides Menezes Ferreira (Talabian). Esse é o segmento jeje-Fanti-Ashanti do povo Akan vindo de Ghana, inicialmente teria ligações com a Sitio de Pai Adão Nação Nagô-Egbá.
No Rio de Janeiro, foi fundado pela africana Gaiaku Rosena, natural de Allada, o Terreiro do Pó Dabá no bairro da Saúde, que foi herdado por sua filha Adelaide do Espírito Santo, também conhecida como Ontinha de Oiá (Devodê), que por sua vez foi sucedida por Joana da Cruz de Avimadjé, mais conhecida como Mejitó, que transferiu a casa de santo para o bairro Coelho da Rocha. Os descendentes do Pó Dabá mais ilustres da atualidade são Glorinha Toqüeno, com terreiro no bairro de Engenho de Dentro, no Rio de Janeiro e Helena de Dã, com terreiro em Parque Paulista, em Duque de Caxias.
Depois veio Antonio Pinto de Oliveira. Tata Fomutinho que fundou o Kwe Ceja Nassó, no bairro de Santo Cristo, depois se mudou para Madureira na Estrada do Portela, depois para São João de Meriti onde finalmente se estabeleceu na Rua Paraíba.
Dizem os mais velhos, que Mejitó, ajudou muito Tata Fomutinho no começo de sua vida de santo aqui no Rio de Janeiro.
Tata Fomutinho deixou uma legião de filhos, netos e bisnetos. Dentre esses, Jorge de Yemanja que fundou o Kwe Ceja Tessi, Pai Zezinho da Boa Viagem que fundou o Terreiro de Nossa Senhora dos Navegantes, Tia Belinha que fundou a Colina de Oxossi e Amaro de Xangô.

Alguns Voduns do Jeje:

Mawu é o Ser Supremo dos povos Ewe e Fon.
Lissá, que é masculino, e também co-responsável pela Criação.
Loko é o primogênito dos voduns. Dono da joia de mahi que e o rungbe. (rungebe)
Gu, Vodun dos metais, guerra, fogo, e tecnologia.
Heviossô, Vodun que comanda os raios e relâmpagos.
Sakpatá, Vodun da varíola.
Dan, Vodun da riqueza, representado pela serpente do arco-íris.
Agué, Vodun da caça e protetor das florestas.
Agbê, Vodun dono dos mares.
Ayizan, Vodun feminino dona da crosta terrestre e dos mercados.
Agassu, Vodun que representa a linhagem real do Reino do Daomé.
Aguê, Vodun que representa a terra firme.
Legbá, O caçula de Mawu e Lissá, e representa as entradas e saídas e a sexualidade.
Fá, Vodun da adivinhação e do destino.
Aziri, vodun das águas doces.
Possun, vodun do pó e da terra seca representado pelo tigre.

Na Nação Jeje existe a necessidade do poço (se não existir uma nascente nas terras), o ideal é um sítio com nascente, mata natural, plantas e animais.
Infelizmente nas casas urbanas isto já não é tão possível, pois as casas cada vez mais diminuem de tamanho. Mas ainda assim toda casa Jeje deverá ter pelo menos um poço, um local reservado exclusivamente para as plantas e árvores necessárias ao culto, que chama-se "kpamahin", e alguns animais que são muito importantes para o culto.
Voduns não usam roupas luxuosas não gostam de roupas de festa e geralmente preferem a boa e velha roupa de ração. As danças são cadenciadas em ritmos mais densos e pesados. Os Voduns estão sempre de olhos abertos e salvo algumas exceções, conversam (usando preferencialmente um dialeto próprio) e dão conselhos a quem os procura. Informação de Doté Dorivaldo.
A iniciação ao culto dos voduns é complexa é longa e pode envolver longas caminhadas a santuários e mercados e períodos de reclusão dentro do convento ou terreiro hunkpame, que podem chegar a durar um ano, onde os neófitos são submetidos a uma dura rotina de danças, preces, aprendizagem de línguas sagradas e votos de segredos e obediência.

Hierarquia
Bokonon - Sacerdote do Vodun Fá equivalente ao Babalawo
Doté Sacerdotes (Zeladores) e Doné Sacerdotisas (Zeladoras) esse título é usado no Terreiro do Bogum e casas descendentes.
Pedjigan – É o primeiro “Ogan” da casa Jeje.
Runtó – É o segundo “Ogan” que é o tocador de atabaque exclusivo para o Run, porque na verdade os atabaques Run, Runpi e Lé são Jeje. No Ketu, os atabaques são chamados de Ilú.
Gaipé, Runsó, Gaitó, Arrow, Arrontodé – São os “Ogans” seguintes.
Ekédji – Sacerdotisa feminina encarregada de servir e cuidar dos Voduns. Braço direito do Dote/Doné.
Vodunsi – Iniciados após 01 ano da feitura.
Kajekaji – Qualquer iniciado que ainda não completou todo o ciclo de obrigações.

terça-feira, 26 de abril de 2011

OŞALUFAN

Bom dia a todos.
Hoje vou falar do rei de Ifa (ou Ifan para alguns estudiosos). Nesse post não vou falar sobre qualidades desse querido Orişà, mas sim sobre aspectos de influência em minha vida.
Acredito que a maioria de vocês já conhecem a lenda da prisão injusta deste Orişà em uma visita as terras de Şango, e o grande período de problemas enfrentados por esse Orişà até descobrir o que de fato ocorreu (caso não conheça essa lenda, procure no google 'Lenda osalufan e sango').
Pois bem, muitas vertentes dessa lenda, inclusive, justificam o branco usado por meu Pai Ayrà, pois dizem que Şango, após descobrir a prisão injusta, determinou que Ayrà, um dos seus de maior confiança, levasse o Velho e Sábio Oşalufan em suas costas até seu reino, sendo nessa viagem que Ayrà 'aprendeu' a usar o branco e parte de seus costumes.
Aqui uma pausa: temos nesse ato (de um Şango carregar Oşalufan na sala) um grande ato de liturgia na roda de candomblé. Mas uma análise mais crítica em minha concepção demonstra que o Candomblé, de fato, é um culto de respeito aos meus velhos.
Şango, jovem rei e guerreiro, após descobrir a injustiça que cometeu, determinou que Ayrà fossem as pernas do velho Orişà, mas sem a intenção de ofendê-lo, mas apenas de respeitar a sabedoria dele.

Outro aspecto que admiro nesse Orişà é a PERSISTÊNCIA, sim, pois Oşalufan é o senhor das causas de longa batalha, o Orişà que vence pela persistência, e não pelo ímpeto.
Você tem um sonho, um desejo que envolve MUITO TEMPO E DEDICAÇÃO? Se baseie nesse Orişà, que com seu cajado (Opaşoro) é aquele que mais longe chega.
Enfim, que nosso velho e respeitoso Orişà encha de aşè a vida de todos os adeptos de nossa religião e que tenhamos força e persistência de jamais desistir de nossas raízes!
Um grande abraço a todos.

segunda-feira, 25 de abril de 2011

FREIO DE MÃO PUXADO...

Pessoal, bom dia.
Não vou negar que hoje estou com muitas idéias, mas com a mente ainda 'debilitada' (rs) pelo final de semana prolongado.
Apenas consigo destacar o excelente toque de catiço em meu avô de santo, e a beleza dos catiços do meu ilê que me surpreenderam positivamente e a bonita festa na casa de Pai Tonho, grande angoleiro.
Mas, enfim, hoje sem condições MENTAIS de maiores detalhes... nos falamos amanhã?
Espero que a Pascoá tenha sido tempo de reflexão e que HOJE seja o dia da ATITUDE.
Asè!

quarta-feira, 20 de abril de 2011

NAÇÃO KETO

O termo candomblé designa vários ritos com diferentes ênfases culturais, aos quais os seguidores dão o nome de "nações" (Lima, 1984). Basicamente, as culturas africanas que foram as principais fontes culturais para as atuais "nações" de candomblé vieram da área cultural banto (onde hoje estão os países da Angola, Congo, Gabão, Zaire e Moçambique) e da região sudanesa do Golfo da Guiné, que contribuiu com os iorubás e os ewê-fons, circunscritos principalmente aos atuais territórios da Nigéria e Benin. Mas estas origens na verdade se interpenetram tanto no Brasil como na origem africana.
Na chamada nação Keto, na Bahia, predomina os orixás e ritos de iniciação de origem iorubá. Quando se fala em candomblé, geralmente a referência é o candomblé Keto e seus antigos terreiros são os mais conhecidos: a Casa Branca do Engenho Velho e duas casas derivadas da Casa Branca, o Axé Opô Afonjá e o Gantois; além do candomblé do Alaketo. O candomblé Keto tem tido grande influência sobre outras "nações", que têm incorporado muitas de suas prática rituais. Sua língua ritual deriva do iorubá, mas o significado das palavras e a sintaxe em grande parte se perderam através do tempo. Além do keto, as seguintes "nações" também são do tronco iorubá (ou nagô, como os povos iorubanos são também denominados): efã e ijexá na Bahia, nagô ou eba em Pernambuco, oió-ijexá ou batuque de nação no Rio Grande do Sul, mina-nagô no Maranhão, e a quase extinta "nação" xambá de Alagoas e Pernambuco.
Mais recentemente, quando o candomblé (de origem baiana, nação Keto) já se encontrava espalhado por todos os grandes centros urbanos, tendo já, inclusive, iniciado sua propagação por países do Cone Sul e também da Europa, iniciou-se um movimento de recuperação de raízes africanas conhecido como "africanização", que rejeita o sincretismo católico, procura reaprender o iorubá como língua original e tenta reintroduzir ritos que se perderam ao longo do tempo e redescobrir os mitos esquecidos dos orixás.

A importância dos mitos no Candomblé
O culto dos orixás remonta de muitos séculos, talvez sendo um dos mais antigos cultos religiosos de toda história da humanidade.
O objetivo principal deste culto é o equilíbrio entre o ser humano e a divindade aí chamada de orixá.
A religião de orixá tem por base ensinamentos que são passados de geração a geração de forma oral.
Basicamente este culto está assim organizado:
1o Olorun - Senhor Supremo ou Deus Todo Poderoso
2o Olodumare - Senhor do Destino
3o Orunmilá - Divindade da Sabedoria (Senhor do Oráculo de Ifá)
4o Orixá - Divindade de Comunicação entre Olodumare e os homens, também chamado de elegun, onde a palavra elegun quer dizer "aquele que pode ser possuído pelo Orixá"
5o Egungun - Espíritos dos Ancestrais
Os mitos são muito importantes no culto dos orixás, pois é através deles que encontramos explicações plausíveis para determinados ritos.
Sem estas estórias, lendas ou ìtans seria difícil ter respostas a sérios enigmas, como o envolvimento entre a vida do ser humano e do próprio orixá.

Erê
Todo orixá está ligado a um Exu ou Pombo-gira assim como a um Erê.
A palavra Erê vem do yorubá iré que significa "brincadeira, divertimento". Daí a expressão siré que significa "fazer brincadeiras".
O Erê (não confundir com criança que em yorubá é omodé) aparece instantaneamente logo após o transe do Orixá, ou seja, o Erê é o intermediário entre o iniciado e o orixá.
Durante o ritual de iniciação, o Erê é de suma importância, pois, é o Erê que muitas das vezes trará as várias mensagens do orixá do recém-iniciado. O Erê na verdade é a inconsciência do novo elégun, pois o Erê é o responsável por muita coisa e ritos passados durante o período de reclusão.
O Erê conhece todas as preocupações do iyawo, também, aí chamado de omon-tú ou "criança-nova". O comportamento do iniciado em estado de "Erê" é mais influenciado por certos aspectos de sua personalidade, que pelo caráter rígido e convencional atribuído a seu orixá. Após o ritual do orukó, ou seja, "nome de iyawo" segue-se um novo ritual, ou o reaprendizado das coisas.

terça-feira, 19 de abril de 2011

YALORISÀS E BABALORISÀS FAMOSOS

Prezados, bom dia.

Segue abaixo lista dentre os mais conhecidos líderes de nossa religião. Meu objetivo não vou esgotar: se você conhecesse outros, por favor, insira nos comentãrios.

Dentre estes citados abaixo existem outras personalidades famosas do Candomblé no Brasil:

 Bamboxê Obiticô
Rodolfo Martins de Andrade, tio Bamboxê, foi Babalawo (Sacerdote de Ifá), seu nome significa “aquele que segura o oxê”. Ele veio do reino Yorubá, na Nigéria, e fundou o Candomblé da Casa Branca com a sacerdotisa Iya Nassê. Sua filha Caetana Bamboxê de Oxum foi uma grande sacerdotisa de Ifá;

 Mãe Aninha de Xangô
Anna Eugênia dos Santos, Yalorisà da Bahia, nasceu em 1869. Fundou o Ilê Axé Opô Afonjá, em 1910. Levou pessoalmente ao presidente Getúlio Vargas o pedido da comunidade afro-brasileira para que suas religiões e cultos deixassem de ser proibidos e perseguidos. Mãe Aninha tornou-se personagem do livro Capitães de Areia, de Jorge Amado. Ela morreu em 1938;

 Pulquéria de Oxossi
Uma das fundadoras do Gantóis, mãe-de-santo líder na comunidade afro-brasileira. Quando Pulquéria morreu, foi substituída por Mãe Menininha;

 Cipriano Abedé de Ogum
Africano. Era Babalorixá, Babalawo e também Babalossayn (Sacerdote de Ossayn). Abriu terreiro em Salvador e no Rio de Janeiro. Dizem que tinha o poder de transformar uma folha em outra. Faleceu em 1933;

 João Abada de Omolu
Babalorixá do Rio de Janeiro. Uma de suas filhas-de-santo foi Tia Ciata, famosa por reunir em sua casa músicos como Donga, Pixinguinha e João da Bahia, entre outros, em alegres rodas de samba. Faleceu em 1926;



 Tia Massi
Grande Yalorixá do terreiro “Casa Branca”. Essa filha de Oxum tinha o nome ritual Oin Funké. Iniciou um número considerável de Yalorixás de importantes terreiros no Brasil. Foi bastante citada por estudiosos e romancistas, inclusive Jorge Amado. Faleceu em 1967;

 Mãe Senhora de Oxum
Mãe Bibiana do Espírito Santo comandou o Ilê Axé Opô Afonjá por muitos anos. Foi homenageada no Rio de Janeiro, no estádio do Maracanã, como a “Mãe Preta do Brasil”. Faleceu em 1967;

 Mãe Menininha do Gantóis de Oxum
Escolástica Maria da Conceição Nazaré foi uma das mais famosas Yalorixás do Brasil. Contribuiu para o Candomblé ser considerada uma religião respeitada. Mãe Menininha foi cantada por músicos e poetas. Faleceu em 1986;

 Professor Agenor de Oxalá e Ewá
Agenor Miranda da Rocha nasceu na África em 1907. Com menos de quatro anos foi morar em Salvador. Ficou doente e foi desenganado pelos médicos. Consultada sobre a doença da criança, Mãe Aninha, do Ilê Axé Opô Afonjá, jogou os búzios e viu que o destino do menino era ser Oluô. A Yalorixá tratou de Agenor, que se recuperou e, quando fez cinco anos, foi iniciado no Candomblé.
Aos dezenove anos, ligou-se a casa-de-santo de Abedé, no Rio de Janeiro. Com mais de 90 anos, o professor Agenor é Babalorixá, Babalawo, Babalossayn. Ele está ligado a três grandes casas de candomblé de Salvador, o Gantóis, a Casa Branca do Engenho Velho e o Opô Afonjá. Quando morre uma Mãe-de-santo, ele é o único a ser chamado para realizar o jogo que escolhe quem vai comandar a casa-de-santo, pois ele é o único Oluwô da nação de Ketu no Brasil.

segunda-feira, 18 de abril de 2011

CAMINHADA OGUM ALTO TIETE 2011

Pessoal, bom dia.
Estarei postando essa semana fotos da bela caminhada realizada ontem para Ogum.
Mesmo com a virada cultural, tivemos ótimo público, ótimo tempo, e muito asè!
Preciso dizer que gostei? :)
Parabéns e cada participante, cada simpatizante presente, mas especialmentw ao Luz da manhã e ao Mestre Quim, pela coragem de 'por o santo na rua'.
Obrigado aos Ogans do meu Ile, Sandro e Marcelinho, pois ontem fui surpreendido positivamente por vocês.
Meu amor e minha família: mais uma vez mostraram o quanto são capazes; aos irmãos de Ile muito asè pela participação ativa.
Peço perdão se esqueci de alguém, mas também se sinta homenageado e agradecido por sua colaboração.
Asè a todos e que Ogum permita que estejamos todos juntos no próximo ano!

sexta-feira, 15 de abril de 2011

CARGOS (OLOYES) PERTENCENTES AO CANDOMBLÉ DA NAÇÃO KETO

Iyalorixá / Babalorixá Mãe ou Pai de Santo é o posto mais elevado do Ilê; tem a função de iniciar e completar o ato de iniciação dos eléguns.
Iyalaxé Mãe do axé, a que zela e distribui o axé no Ilê.
Iyakekere /
Babakekere Mãe pequena ou Pai pequeno do axé. Sempre pronta a ajudar e ensinar a todos no Ilê.
Pedigan Herdeiro do Axé do Ilê. Sendo este confirmado após o falecimento do Pai ou Mãe de Santo, pelo Oluwô.
Ojubonã É a mãe criadeira. Responsável pelos cuidados para com o yawô, durante as feituras.
Iyaefun / Babaefun Responsável pela pintura dos yawôs.
Iyamoro Responsável pelo Ipadê de Exú.
Iyadagan Auxilia nos dias de fundamentos como também nos xirês de orixás. Pode ajudar a Iyamoro e vice-versa. Também possui sub-postos Otun-Dagan e Osi-dagan.
Iyabassé Responsável no preparo dos alimentos sagrados. Todos Oloyes podem auxilia-la, mas será ela a única responsável por esta função. Sendo este cargo de muita importância
Babalossayn Responsável pela colheita das folhas. Cargo de extrema importância.
Axogun Responsável pelos sacrifícios. Não pode errar. Responsável direto pelos sacrifícios do inicio ao fim do ato. Deve ser chamado de Pai.
Alagbê Responsável pelos toques e cantigas rituais, alimentação, conservação e preservação dos Ilùs, os instrumentos musicais sagrados. Deve ser chamado de Pai.
Kalofé Responsável pela função de cantar o Candomblé e marca-lo com o Gan.
Pejigan Primeiro Ogan a ser feito na casa.
Àjòiè Responsável por cuidar dos Orixás (Ibás e Incorporados), auxiliar nos eventos (orôs e xirês) e zelar pelo bom andamento do Ilê. Ekéde. Deve ser chamada de Mãe.
Oluwô Sacerdote da Nação de Keto próprio para exercer a função de confirmar o herdeiro da casa após o falecimento do pai e/ou mãe de santo. No Brasil temos o Profº Agenor Miranda Rocha, Pai Agenor.
Babalawo Um Babalawo, ou Pai dos segredos (awô) é muito respeitado pela cultura yorubá. O Babalawo, como o nome diz, é o conhecedor de todos os mistérios e segredos no culto a Orunmilá, sendo, portanto Sacerdote de Ifá. Somente o Babalawo pode manipular o Rosário de Ifá que em yorubá recebe o nome de opele-ifá.
Ebomy Cargo conseqüente por atingir os sete anos de feitura.

quinta-feira, 14 de abril de 2011

NOTA ESCLARECIMENTO POST SOBRE ASSASSINO REALENGO

Hoje minha postagem será curta.
Apenas venho esclarecer que JAMAIS disse ser favorável ao assassino; apenas estou dizendo que ele precisa de muita oração...
Se alguém tem alguma dúvida é só ver os videos e cartas, tão bem aproveitados pela mídia.
Asè

quarta-feira, 13 de abril de 2011

ASESE

Olá a todos.
Algumas pessoas, após ler o post polêmico de ontem, ficaram me perguntando sobre o que seria o asese. Portanto, resgatei o texto abaixo que certamente irá auxiliar na compreensão.
Não há nenhum erro em afirmar que o axexê (àsèsè) é a cerimônia fúnebre do Candomblé, mas é preciso acrescentar que o axexê é acima de tudo, uma celebração da vida e apenas encontra a morte a seu pretexto. A morte de qualquer membro da comunidade do Candomblé implica na realização desse ritual fúnebre, cuja finalidade é desfazer o assentamento do ORI e os vínculos com o Orixá pessoal, significando desfazer, também, os vínculos com todos os membros do barracão e despachar o EGUN do morto, para que o mesmo deixe a Terra e vá para o ORUN.
Estas fases acima são as que permeiam a iniciação ao Candomblé.
Nesta religião existem muitos recursos e alguns deles são, os oráculos, as oferendas, os defumadores, os banhos e as ervas medicinais, estes recursos também são usados para resolver problemas do quotidiano dos fiéis. Na África, onde o Orixá era cultuado dentro da casa da família, as pessoas iam todos os dias ao sacerdote, que fazia um jogo para ver o que o Orixá dizia sobre os acontecimentos do dia da pessoa. Acontecimentos especiais, como viagens e negócios, pediam consultas especiais. Sempre o sacerdote fala uma orientação sobre o que a pessoa deveria fazer naquele dia para anular uma influencia ruim e atrair o favor dos deuses. Embora hoje não exista mais essa facilidade de contato quotidiano com a religião, os oráculos ainda são o grande recurso a que as pessoas recorrem quanto têm algum problema difícil de resolver.
Os pais e mães-de-santo (Babalorixás e Yalorixás) são os mais altos sacerdotes na hierarquia do Candomblé. Na religião mais tradicional existe uma nítida separação entre as atribuições de homens e mulheres (embora hoje em dia esta norma seja bem mais flexível).
Os (as) filhos (as) – de – santo são responsáveis diretos (as) pelo cuidado cotidiano com os Orixás: são eles (as) que “viram no santo”, trazendo para o meio dos vivos, através do próprio corpo, as divindades protetoras;
Dentro da hierarquia do Candomblé há diversos cargos no qual serão citados em um quadro explicativo, após este artigo. Ainda sim se é ressaltada a presença e a importância dos Ogans e das Ekédes sendo estes considerados servos sagrados dentro da religião, são cargos natos, ou seja, já nascem com essa missão, ao contrário dos outros cargos que são confiados pelos Orixás devido à devoção e dedicação a casa de santo. Tratando-se de Ogans e Ekédes na Umbanda serão encontrados como sendo os atabaqueiros e as cambones, e também dentro desta religião ainda desenvolvem um papel importante, tendo a função de observar os trabalhos enquanto o Zelador ou Zeladora encontra-se incorporado por uma das entidades chefes da casa, como também tocar para que se manifestem as entidades (Atabaqueiros) e servindo as entidades (Cambones).

terça-feira, 12 de abril de 2011

ONDE ESTÁ O ASSASSINO DO REALENGO?

Olá meus amigos!
Hoje sim vou tratar de um assunto muito delicado. Gostaria de esclarecer desde já que essa é MINHA OPINIÃO, não gerando qualquer ligação com a casa que freqüento, ou com as opiniões da religião como um tudo.
Talvez minha profissão (advogado) vai me ajudar muito nesse momento, pois irei separar bem a razão da emoção, já que nesse último campo deixo minha nota de repúdio: se você é uma pessoa que está à beira do abismo ou da loucura, procure uma religião, seja qual for, e se trate com um psicólogo.
Mas vamos lá... onde será que está agora o assassino de 12 crianças inocentes, imaculadas, já que alguns relatam que ele procurava virgens para executar?
Ardendo no inferno deve ser a opinião da maioria dos senhores...
Pois bem, vou relatar MINHA opinião frente a tudo aquilo que aprendi.

Onde estará na visão da Umbanda?
Conforme aprendi, mesmo seres como esse que acabou por regredir muito ao cometer tantos atos de atrocidade, contra si (suicídio e reclusão fugindo de seus problemas) e contra outros (agravados por se tratarem de seres inocentes que ainda tinham muito que cumprir nessa passagem terrena), terá uma oportunidade, após muito sofrimento, para evoluir.
Ora... você lendo isso pode estar até com raiva de mim, mas não cabe a nós julgarmos as pessoas e seus atos. Ele estará acompanhando o sofrimento de todas as famílias, bem como de suas próprias vítimas, que passarão por um estágio muito complexo de evolução também: o de perdoar.
“Perdoar é divino” diz o ditado popular e realmente é fácil falar para quem não está sofrendo o que essas famílias, e as vitimas, estão passando. Mas, o verdadeiro Cristão Umbandista sabe que tanto quanto as vítimas, o próprio ser que realizou esses atos precisa, e merece, oração.
O tempo que ele precisará para evoluir frente aos dois desvarios que ele teve nessa vida terrena já será suficiente para ele ser uma pessoa digna literalmente de pena, pois diferentemente do que ele próprio imaginava, aquela situação não terminou ali.
Talvez gerações e gerações de vidas serão remexidas por todo o ato de loucura: os espíritos que aguardavam a fase adulta dessas crianças para virem como seus filhos; os espíritos já reencarnados para amar e perdoá-los; todos esses tiveram sua vida terrena prejudicada e também precisarão saber perdoar esse ser.
Os sofrimentos que ele terá, inclusive até entender o que de fato vez, talvez não se compare ao que ele irá sofrer quando tiver a compreensão de todos os atos praticados e quantas vidas destruídas.
Acredito que fatalmente ele não terá permissão para vir em qualquer linha que seja (diferentemente do que muitos pensam no que tange a linha de “Exu”), pois seus atos de crueldade e desequilíbrio não permitirão que ele avance degraus de luz dessa forma.
Portanto, só resta em minha opinião, a sua família, e todas as pessoas que lêem esse post, rezarem para que ele possa entender de forma mais breve possível os atos que praticou para que possa voltar a caminhar para a luz.
Se você ainda se julga tão superior a ele, olhe para o lado e veja quanta discriminação (como minha religião tem) você deixou passar, ou até se divertiu com ela. Ele necessitava de ajuda como muitas pessoas ainda necessitam.
Veja: eu também fui vitima de muito preconceito: religioso; estética; profissional, mas felizmente sempre soube lidar com isso! (e como soube!!!) Mas nem todos possuem a mesma base que eu tive.
Portanto, em minha opinião, OREM.
PS: vejam que essa opinião se aproxima, em muito, com a opinião Kardecista, pois em minha concepção conceitos de vida e morte na Umbanda esbarram muito nesses ensinamentos, pois minha base foi nas palavras de Caboclo, que sempre me ensinaram o que expus acima.

Onde estará na visão do Candomblé?
Aqui, antes de adentrar no mérito da questão, gostaria de postar parte do comentário do Ogan Buda, grande amigo, após questioná-lo sobre isso:
CASO FOSSE o rapaz iniciado, nem mesmo o ato do asese poderia ser realizado, já que esse não é permitido aos suicidas, pois apenas Olodunmare tem o poder de tirar a vida.
Concordo com a sua tese, e mesmo não sendo iniciado, em relação ao Candomblé, temos um culto de ANCESTRALIDADE, ou seja, seus antepassados fatalmente virão o que ele cometeu e devem estar, mesmo em um estado maior de evolução, com um sentimento misto de pena e ódio, já que foram marcados (até que me provem o contrário) por tamanho ato de crueldade.
Em minha concepção, nesse momento ele esteja vagando, e assim poderá ficar por muito tempo ou eternamente, como um verdadeiro “encosto”, já que nunca terá discernimento completo de tudo que cometeu e terá possibilidade de não ser aceito entre seus ancestrais.
Mas também poderá haver a perdão, e novamente oração, é algo que ele necessitará e muito! As vitimas, ainda mais por serem inocentes, certamente serão acolhidas entre os seus e após tratadas as feridas poderão viver no Itun La.
Vejam novamente que meu texto induz a uma maior necessidade de oração ao chamado de “monstro” ao invés das vítimas. E isso não é por acaso... é difícil julgar seres humanos como nós; em minha carreira profissional vi muitas pessoas normais estarem em situações que jamais imaginariam (não sei porque mas me recordo do filme Jogos Mortais nesse momento...) e não cabe a nós espíritas julgarmos.
Irmãos, sei que o assunto é polemico e meu texto poderá dar uma reviravolta em seus pensamentos... será que isso não é o melhor?
Axé a todos nós, e que Ayra afaste esses tipos de pensamento na mente de todas as pessoas que vivem nesse mundo.

segunda-feira, 11 de abril de 2011

A RELIGIÃO: CANDOMBLÉ

Os povos africanos trazidos para o Brasil como escravos entre os séculos XVI e XIX, os mais importantes para a formação da cultura nacional afro-brasileira foram os Yorubás e os Bantus, oriundos, respectivamente, das bacias dos Rios Níger (atual Nigéria) e Congo (atual Congo e Angola). Esses povos possuíam uma estrutura social e econômica muito complexa e avançada. Organizados em Reinos que ocupavam vastas áreas divididas em províncias, distritos e aldeias, tinham uma estrutura sofisticada de comunicações, manufatura (inclusive metalurgia), comércio (inclusive com povos de regiões distantes), finanças, governo e força militar. Um traço característico desses povos era a organização de tendência matriarcal das aldeias, que se refletia em sua religião. Muito organizada rica e complexa, a religião desses povos contava com dois tipos de hierarquia sacerdotal: as mulheres eram responsáveis pelo contato direto com os deuses, através do êxtase ritual e dos cuidados do templo; os homens cuidavam da adivinhação e da cura. Os ritos fúnebres do culto dos ancestrais eram separados do culto dos deuses, que são forças da natureza ou heróis divinizados. Entre os Yorubás, era dada grande importância ao culto dos Orixás; uma característica dessa religião é a jovialidade dos deuses, que geralmente se mantinham bem distantes dos mortos. Já os Vodus do Dahomé, alguns dos quais chegaram ao Brasil trazidos diretamente pelos Jejes ou através da religião Yorubá, eram deuses austeros e temíveis, muito ligados a terra e à morte. Os Inkices, deuses dos Bantus, foram assimilados pelos Orixás Yorubás, que a eles pareciam. Como os Bantus foram trazidos para o Brasil desde o início da colonização e se espalharam por um vasto território, tendo grande contato com portugueses e índios, sua religião foi pouco a pouco se misturando ao xamanismo indígena e às crenças religiosas e mágicas européias. Por isso, enquanto a religião Yorubá foi renascendo e se reorganizando na Bahia, onde esse povo ficou mais concentrado, a religião Bantu foi amalgamada com inúmeros outros elementos, desde os rituais caboclos até o espiritismo abraçado pelas classes médias urbanas no final do século XIX, resultando numa religião totalmente nova e essencialmente brasileira. Portanto teve bastante influência ritualística e de pronuncias na nova religião chamada Umbanda. Nas Regiões Norte e Nordeste, as crenças africanas foram fortemente influenciadas pelas tradições ameríndias e européias, originando várias tradições religiosas e mágicas típicas dessas regiões do país.
Em suma, desenvolveu-se basicamente na Bahia, onde é mais forte, embora tenha representantes nas outras regiões do país. Sua estrutura foi determinada principalmente pela religião do povo Yorubá, mas também recebeu influências de povos do Dahomé e Congo, embora estas tenham sido incorporadas à base da religião Yorubá, cuja organização e culto foram reconstituídos quase sem a interferência de elementos cristãos e indígenas. Das centenas de divindades locais e regionais africanas, restou um pequeno grupo que resume os elementos essenciais da natureza e da vida humana.
Segundo os mitos mais divulgados, Olorum criou Ifá (o destino), Obatalá (o céu) e Odudua (a terra). Obatalá e Odudua tiveram dois filhos: Iemanjá (o mar) e Oxalá (a luz do céu). Estes dois a Grande Mãe e o Grande Pai geraram quase todos os Orixás que governam o mundo: Exu, Ogum, Xangô, Oxossi, Ossaim, Oxum, Iansã e Obá. Da união de Xangô com Iansã nasceu Ibeji e de Oxum e Oxossi nasceu Logunedé. Oxalá também se casou com Nanã, que gerou Omolu, Ewá, Iroko e Oxumaré; este é um grupo de Vodus (deuses do Dahomé) incorporados à religião Yorubá ainda na África.
Uma pessoa descobre quem é seu Orixá por vários motivos: quando algum desequilíbrio em sua vida a faz procurar auxílio religioso, quando o Orixá se manifesta espontaneamente se apossando de seu corpo, ou quando a criança ou o jovem é levado pela família para o interior do culto. Embora as características do Orixá possam aparecer em traços físicos e psicológicos, somente o Pai – de – santo pode identificá-lo com segurança. Na África, o Orixá era o ancestral mítico protetor de uma aldeia, de todas as suas famílias e, portanto, de todas as pessoas que aí nascessem. No Brasil, como os escravos tiveram seus grupos familiares despedaçados, precisaram reconstituir seus laços com os deuses. A solução encontrada foi o uso da intuição do Sacerdote, que através do jogo de búzios pôde identificar a filiação espiritual de cada um.
O objetivo do Candomblé é promover a harmonia total, física e psíquica, interior e exterior, dos fiéis. Para isso, conta com dois tipos de práticas. No culto público, a família espiritual formada pelos filhos – de – santo da casa ou terreiro se reúne periodicamente para, através do êxtase provocado por cantos e danças rituais, entrar em contato com os Orixás que governam suas cabeças, ligando-se ao arquétipo que alimenta sua vida psíquica. Para participar do culto público, os filhos – de – santo, após identificar seus Orixás, passam por um período de iniciação em que “morrem” para a vida comum, renascendo para a vida em contato com o Orixá, e passam por todo um processo de reeducação que simboliza a infância de sua nova vida. Depois dessa fase, o filho – de – santo assume o compromisso de realizar uma série de atividades destinadas a cuidar de seus deuses pessoais.
No culto privado, o fiel realiza uma série de práticas periódicas destinadas a cuidar de seu Orixá, incorporando ao seu quotidiano o elo de ligação com essa figura arquetípica. Estas práticas incluem o uso das cores e adereços característicos de seu Orixá, a oferta de alimentos e presentes em altar doméstico ou em locais externos adequados, o uso de banhos, perfumes e defumadores feitos das ervas que sintonizam com o Orixá. Os rituais de iniciação ao culto do Candomblé de Keto no Brasil se desenvolvem através das seguintes fases:
Bori
Da fusão da palavra bó, que em yorubá significa oferenda, com ori, que quer dizer cabeça surge o termo bori, que literalmente traduzido significa “oferenda à cabeça”. Do ponto de vista da interpretação do ritual, pode-se afirmar que o bori é uma iniciação à religião, na realidade, a grande iniciação, sem a qual nenhum noviço pode passar pelos rituais de raspagem, ou seja, pela iniciação ao sacerdócio. Sendo assim, quem deu bori é lésè òrisà.
Feitura
O ritual de feitura de iniciação ao sacerdócio no Candomblé recebe vários nomes; fazer o santo, fazer a cabeça, deitar para o santo, aba baxé ori ou simplesmente oro, que é sinônimo de sacrifício e consagração. A pessoa que se inicia no Candomblé torna-se adoxu, ou seja, passa a possuir um oxu, que é o canal de comunicação entre o iniciado e seu orixá. Todo iniciado no Candomblé, toda pessoa “feita no santo” – do neófito ao sacerdote – é adoxu.
Feitura representa um renascimento; é o reconhecimento e a admissão do ori escolhido no orum. É o mesmo que entregar a cabeça (principio da individualidade) ao orixá (o deus maior de cada ser), permitindo que os deuses conduzam sua vida e seu destino. A feitura é um divisor de águas na vida e tudo será novo, inclusive o seu nome, pois todo o iniciado recebe um Orukó, ou seja, um nome dado por seu orixá.
Obrigações de um, três e cinco anos.
Nestas fases são ofertadas comidas aos Orixás, tendo seus sacrifícios e preceitos, é também o tempo ao qual o Iyawo utiliza para adquirir conhecimentos prévios (aprender a fazer comidas para os Orixás, aprender as rezas, aprender a tirar um ebó, aprender a montar uma mesa de bori, aprender a tratar o Orixá como um todo, participar os osés e orôs), para sua futura nomeação de Ebomy.
Obrigação de sete anos
A maioridade no Candomblé é atingida quando o Iyawo atinge os sete anos de iniciação. O ritual de passagem que se processa é chamado de Obrigação de sete anos (oyé ou deká). Nesse ritual o filho-de-santo deixa de ser yawô e passa a ser um ebomy, que quer dizer irmão mais velho, e recebe o cargo (oyé): seja de sacerdote, seja de autoridade na comunidade. Um filho-de-santo quando reconhecido pela comunidade como um membro importante pode ser emancipado e assumir essas funções antes de completar sete anos, mas a obrigação não pode ser adiantada. Lembrando sempre que ninguém pode dar o que não têm.