Xango Ayrà

Xango Ayrà
Kaô Kabiecilê!

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Pessoal, bom dia.
Como estamos? Muito tempo desde meu último post...
Esse final de semana tive a oportunidade de ir a saída de um grande amigo, que conheço desde tenra idade, o Ogan 'Ka' e tive a oportunidade de rever outros antigos amigos como Ogan Tuca.
Nessa saída teve ainda uma bela fogueira de Şango que, dentro do que estudo foi feita de forma correta.
As chamas já ardiam a 12 dias, de forma a não se extinguir; as rezas eram diárias conforme fui informado e as rezas do ato eram as que eu conhecia.
Diversos filhos, todos possivelmente ligados ao Rei (como filhos de Oyà, Obà, Yemonjà...), estavam prostados levantando a poeira (elemento terra) em direção ao fogo.
Depois, veio Ayrà com um amalá em seu Ori, com todas as luzes apagadas, reluzindo perante o fogo que aumentara de volume, luz e calor com a dança ao seu redor. Todos comeram da comida do rei, eu agradecendo por minha viagem bem sucedida; minhas obrigações; por minha família e tudo mais.
Ao final, claro, dei um abraço acalorado em meu pai que respondeu-me com seu Ilà, balançando inclusive minha alma. Grande general de Savè, agradeço por sua presença em minha vida!
Após veio mulheres com as comidas do rei, colocando-as no calor do fogo da fogueira. Muitos podem não entender o porquê desse ato, mas vou expor minha opinião.
Şango e Ayrà são o PRÓPRIO FOGO, ou seja, não existe lugar com maior representatividade do Grande Rei que sua fogueira para colher seu aşè.
Após suas danças, a qual certamente toquei para meu pai (agradeço aos Ogans da casa por me receberem tão bem) outros Orişàs vieram engrandecer a festa do grande rei, que agora assistia em seu lugar as danças em sua homenagem, com ar de grande satisfação.
Aqui faço uma ressalva também a uma Oyà presente.
Esse zelador, pelos caminhos do Orişà, teve alguns atritos com minha mãe (nada grave, mas sabemos como funciona nossa religião). Por todo o respeito que aprendi, pedi a benção dele que me abençoou.
Porém, quando seu Orişà veio, recebi um abraço muito sincero de Oyà, com uma vibração única.
O detalhe dela dançar com os pés a beira das brasas virou apenas isso: um detalhe...
Por isso digo que admiro tanto minha religião, pois o Orişà não carrega as mágoas de suas matérias.
Pai Luis de Yemonjà parabéns pela sua festa e pelo seu Aşè.
Abraços a todos!

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