Xango Ayrà

Xango Ayrà
Kaô Kabiecilê!

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

O FIM DE UM CICLO; O REINICIO DE OUTRO

Pessoal, bom dia.
Meu Orisà já vinha direcionando minha vida para a decisão que resolvi tomar hoje.
Talvez tenham sido minhas viagens profissionais, que permitiram momentos de reflexão no silêncio da solidão material; talvez tenham sido os problemas cotidianos em uma casa de asè; talvez eu tenha tantos outros motivos que eu pudesse tentar ficar justificando aquilo que Ayrà preparou em minha vida.
Então o primeiro ponto, crucial para meu próprio desenvolvimento, é entender que tudo no caminho do Orisà tem um por que e uma razão de ser. Antes mesmo do texto, acho que o mais importante eram os momentos de reflexão do que eu iria escrever.
Certamente aprendi muito mais do que ensinei com esse blog.
Meu objetivo jamais foi divulgação pessoal. Como sempre disse, o principal objetivo era compartilhar conhecimentos.
A primeira coisa que aprendi é que não adianta tentarmos misturar as diversas religiões de matriz africana. Eu continuo freqüentando a Umbanda e pretendo jamais abandonála; mas não adianta eu querer entender o mundo, ou as coisas que me acontecem, sob sua perspectiva, já que tenho minha fé e iniciação dentro do Candomblé.
Toda vez que tentei escrever algo concomitante, percebia que tinha que medir as palavras e a coisa não fluía como tinha que fluir. Além disso, dentro da rotina de uma casa de Orisà também percebi que isso é um erro, pois a pessoa não consegue aprender nenhuma das duas, gerando muita confusão.
Portanto, meu conselho é o seguinte: se você gosta de Umbanda: estude e se aprofunde nessa religião; se você gosta do Candomblé: estude e se aprofunde; se fosse gosta do Kardecismo: estude e se aprofunde; se você gosta do Catolicismo: estude e se aprofunde; se você gosta das religiões Evangélicas: estude e se aprofunde.
A única ressalva que faço aqui é que nada impede de você conhecer ou gostar de outra religião que não seja a sua (quantos e quantos católicos conheço dentro do espiritismo), mas a partir do momento que você escolhe uma delas para se iniciar tente não misturar as coisas, tentando justificar algo que acontece em uma sob um prisma de outra.
Quando a causa for à igualdade e respeito pela nossa religião espírita ou com as demais, ai sim é a hora de todos darmos as mãos e lutar por algo comum.
Infelizmente, tenho denotado que o Candomblé propagado na Internet e nesses eventos não é o Candomblé que vejo na minha vida real. Muitos cargos que pregam o respeito às diferenças em suas falas e mensagens são os primeiros a zombarem de algo que foge do seu contexto. (ou mesmo zombam com razão, mas sem buscar melhorar o lugar com seu conhecimento).
Pois é.
Como disse no começo, Ayrà certamente preparou esse momento em minha vida para eu perceber que devo ir mais além do que nas palavras de um simples blog, conversando com praticantes que, via de regra, já compartilham da minha opinião.
A mudança que devo exercer é muito maior e vou começar a fazê-la.
Fui iniciado em uma época que as pessoas não tinham vergonha do Candomblé. Não estou dizendo vergonha de DIZER que é do Candomblé; mas sim de não ter vergonha de VIVER o Candomblé.
Acredito que o Candomblé poderá se recuperar; sempre aprendi ao ouvir os mais velhos, por mais que eu discordasse deles em alguns aspectos (não posso negar minha lembrança de que isso também acontecia em minha vivência com minhas avós, quando eu achava que tudo era careta e hoje dou valor ao que elas me ensinaram).
Vim de uma época onde as pessoas tomavam benção de seus pais e mães com a cabeça no chão. E seus pais e mães não eram apenas seus zeladores, mas também seus Ogans e Ekedes. (apesar de muitos hoje nem mesmo dentro do Ilê tomarem benção de seu zelador)
Uma época que as pessoas me tomavam conselhos para suas vidas, pois sempre tiveram a certeza (e com razão) que os cargos possuem a essência de seu Orisà e que suas palavras não eram disparadas de forma leviana. Até hoje me lembro de coisas que disse em idade tenra a pessoas bem mais velhas, e que na época não sabia como eu pensava aquilo e hoje sei que era o próprio Orisà me utilizando para melhorar a vida em um de seus devotos.
Uma época que dia dos pais todos me batiam a cabeça e me abraçavam para ouvir “que meu PAI lhe abençoe”; ou ao menos ligavam para tanto. Não no sentido de vaidade, mas no sentido de me ter o respeito e a consideração como um pai.
Uma época que o Orisà não era vaidade; que o importante não era o quão caro custou o vestido, mas o quanto a vibração do Orisà estava presente em sua matéria, mesmo que com apenas um pano amarrado.
Uma certa época que Iawo era Iawo; onde não se havia questionamento aos bichos escolhidos por seu zelador; que seu zelador lhe escolhia as vestes; que os próprios Eres não permitiam que suas matérias falassem mal dos cargos na casa, ou pior ainda de seus próprios zeladores; na época que se tinha que olhar e “tomar cuidado” com os Eres para eles não aprontarem.
Época que uma Iawo não usava salto em preceito, que sempre botava a cabeça no chão onde encontrava seu zelador, padrinhos e madrinhas, ou pais e mães criadores.
Uma certa época que o sacrifício de uma folha era tão importante quanto o sacrifício de um animal.
Época que mais importante que o turbante na cabeça era o conhecimento e fundamento de um zelador.
Época que Iawo acompanhava seu zelador ou seus cargos em outros toques, para prestigiar os Orisàs de outro Ilê.
É essa época que vou tentar resgatar.
Mas não vou resgatar em textos, conforme já disse. Vou buscar esse resgate iniciando-o em minha casa, onde sou o Alabe (e Ogan também) mais velho.
Sou guardião do segredo e da história de minha religião e vou voltar a fazer o que tenho que fazer. Irei manter meus compromissos novamente em dia, mesmo que tendo que sacrificar outros.
Irei visitar outras casas e ouvir zeladores para aprender cada vez mais sobre o mundo mágico do Candomblé. Irei voltar a estudar, pois percebi o quanto ainda tenho a aprender!
Agradeço imensamente cada um dos quase 2000 acessos em espaço tão curto de tempo (sem falsos “fakes” de acessar diversas durante o dia para ter mais acessos).
Porém, o grande general de Savé propôs novos desafios em minha vida.
E vou começar imediatamente.
Peço a benção, a proteção e novamente falo de meus respeitos aos meus mais velhos.
Aos mais novos, que Ayra abençoe a vida de cada um de vocês e que seus próprios Orisàs possam lhe mostrar um belo caminho a se viver.
Asè.

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

OBALUAYE E A PIPOCA!OBALUAYE E A PIPOCA!

Prezados, bom dia.
Segue abaixo linda lenda sobre o senhor das palhas. Aşè!

Chegando de viagem à aldeia onde nascera, Obaluaê viu que estava acontecendo uma festa com a presença de todos os orixás.
Obaluaê não podia entrar na festa, devido à sua medonha aparência.
Então ficou espreitando pelas frestas do terreiro.
Ogum, ao perceber a angústia do orixá, cobriu-o com uma roupa de palha que ocultava sua cabeça
e convidou-o a entrar e aproveitar a alegria dos festejos.
Apesar de envergonhado, Obaluaê entrou,
mas ninguém se aproximava dele.
Iansã tudo acompanhava com o rabo do olho.
Ela compreendia a triste situação de Omulu e dele se compadecia.
Iansã esperou que ele estivesse bem no meio do barracão.
O xirê estava animado.
Os orixás dançavam alegremente com suas equedes.
Iansã chegou então bem perto dele e soprou suas roupas de mariô, levantando as palhas que cobriam sua pestilência.
Nesse momento de encanto e ventania, as feridas de Obaluaê pularam para o alto, transformadas numa chuva de pipocas, que se espalharam brancas pelo barracão.
Obaluaê, o deus das doenças, transformou-se num jovem, num jovem belo e encantador.
Obaluaê e Iansã Igbalé tornaram-se grandes amigos e reinaram juntos sobre o mundo dos espíritos, partilhando o poder único de abrir e interromper as demandas dos mortos sobre os homens.
[Notas Bibliográficas e Comentários]
Transcrito do livro Mitologia dos Orixás de Reginaldo Prandi publicado pela Cia das Letras, págs 206-207. Originalmente em Rita de Cássia Amaral, pesquisa de campo, 1986, 1987. A pipoca, chamada no candomblé de “flor de Obaluaê”, é
uma das comidas prediletas de Obaluaê, sendo também muito usada para fazer um tipo de festão
com que se enfeita o barracão nas festas desse orixá.
Xirê – [siré]: brincar, no candomblé, ritual em que filhos e filhas-de-santo cantam e dançam numa roda para todos os orixás.
Equede – [èkejì]: literalmente, segunda (pessoa); na África, cargo sacerdotal do rei, que só estava abaixo do orixá daquela cidade, de quem se acreditava que o rei descendia diretamente; no Brasil, a iniciada no candomblé para cuidar dos orixás, vesti-los e dançar com eles.
Mariô – [màrìwò]: folha nova da palmeira de dendê.
Fonte: YaoNile, aşè e obrigado pelo conhecimento cimpartilhado!
yaonile.blogspot.com/2011/08/obaluae-tem-as-feridas-transformadas-em.html?m=1

terça-feira, 9 de agosto de 2011

REFLEXÃOREFLEXÃO

Bom dia a todos.
Existem momentos na vida que precisamos refletir.
Nesses momentos o silêncio na maioria das vezes é o mais recomendado. É o que estou fazendo agora.
Houve uma saída linda na casa de minha mãe e devo comentá-la ainda nessa semana.
Aşè

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

É OBALUAYÈ

Bom dia a todos.
Hoje vou postar um ponto muito bonito do senhor das palhas:
É Obaluayè, é Obaluayè
Se você está sofrendo, num leito frio com dor;
Com pipoca e dende, muita gente ele curou;
Se o seu corpo está ferido e não pode mais mais suportar;
Peça proteção a ele que ele vai lhe ajudar;
É Obaluayè, é Obaluayè
Ele tem o segredo da vida, do começo e do fim,
Ó meu senhor das palhas, tenha muita dó de mim,
Na procissão das almas que vagam pro infinito;
Ele vai mostrando a elas como o mundo é mais bonito! É atotô!

Aşè

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

OLUBAJE

Começa hoje na maioria das roças de candomblé as homenagens ao senhor da Terra.
Meus sinceros respeitos ao grande senhor das palhas.
Que Obaluayè nos protega das doenças e traga a cura daquelas que possuímos.
Aşè

OLUBAJEOLUBAJE

Começa a partir de hoje na grande maioria das roças de candomblé as homenagens ao senhor das palhas.
Que Obaluayè nos livre das doenças e traga a cura daquelas que possuímos.
Meus sinceros respeitos ao belo Orişà, senhor da terra, por esse mês que lhe é dedicado.
Aşè