Xango Ayrà

Xango Ayrà
Kaô Kabiecilê!

terça-feira, 12 de abril de 2011

ONDE ESTÁ O ASSASSINO DO REALENGO?

Olá meus amigos!
Hoje sim vou tratar de um assunto muito delicado. Gostaria de esclarecer desde já que essa é MINHA OPINIÃO, não gerando qualquer ligação com a casa que freqüento, ou com as opiniões da religião como um tudo.
Talvez minha profissão (advogado) vai me ajudar muito nesse momento, pois irei separar bem a razão da emoção, já que nesse último campo deixo minha nota de repúdio: se você é uma pessoa que está à beira do abismo ou da loucura, procure uma religião, seja qual for, e se trate com um psicólogo.
Mas vamos lá... onde será que está agora o assassino de 12 crianças inocentes, imaculadas, já que alguns relatam que ele procurava virgens para executar?
Ardendo no inferno deve ser a opinião da maioria dos senhores...
Pois bem, vou relatar MINHA opinião frente a tudo aquilo que aprendi.

Onde estará na visão da Umbanda?
Conforme aprendi, mesmo seres como esse que acabou por regredir muito ao cometer tantos atos de atrocidade, contra si (suicídio e reclusão fugindo de seus problemas) e contra outros (agravados por se tratarem de seres inocentes que ainda tinham muito que cumprir nessa passagem terrena), terá uma oportunidade, após muito sofrimento, para evoluir.
Ora... você lendo isso pode estar até com raiva de mim, mas não cabe a nós julgarmos as pessoas e seus atos. Ele estará acompanhando o sofrimento de todas as famílias, bem como de suas próprias vítimas, que passarão por um estágio muito complexo de evolução também: o de perdoar.
“Perdoar é divino” diz o ditado popular e realmente é fácil falar para quem não está sofrendo o que essas famílias, e as vitimas, estão passando. Mas, o verdadeiro Cristão Umbandista sabe que tanto quanto as vítimas, o próprio ser que realizou esses atos precisa, e merece, oração.
O tempo que ele precisará para evoluir frente aos dois desvarios que ele teve nessa vida terrena já será suficiente para ele ser uma pessoa digna literalmente de pena, pois diferentemente do que ele próprio imaginava, aquela situação não terminou ali.
Talvez gerações e gerações de vidas serão remexidas por todo o ato de loucura: os espíritos que aguardavam a fase adulta dessas crianças para virem como seus filhos; os espíritos já reencarnados para amar e perdoá-los; todos esses tiveram sua vida terrena prejudicada e também precisarão saber perdoar esse ser.
Os sofrimentos que ele terá, inclusive até entender o que de fato vez, talvez não se compare ao que ele irá sofrer quando tiver a compreensão de todos os atos praticados e quantas vidas destruídas.
Acredito que fatalmente ele não terá permissão para vir em qualquer linha que seja (diferentemente do que muitos pensam no que tange a linha de “Exu”), pois seus atos de crueldade e desequilíbrio não permitirão que ele avance degraus de luz dessa forma.
Portanto, só resta em minha opinião, a sua família, e todas as pessoas que lêem esse post, rezarem para que ele possa entender de forma mais breve possível os atos que praticou para que possa voltar a caminhar para a luz.
Se você ainda se julga tão superior a ele, olhe para o lado e veja quanta discriminação (como minha religião tem) você deixou passar, ou até se divertiu com ela. Ele necessitava de ajuda como muitas pessoas ainda necessitam.
Veja: eu também fui vitima de muito preconceito: religioso; estética; profissional, mas felizmente sempre soube lidar com isso! (e como soube!!!) Mas nem todos possuem a mesma base que eu tive.
Portanto, em minha opinião, OREM.
PS: vejam que essa opinião se aproxima, em muito, com a opinião Kardecista, pois em minha concepção conceitos de vida e morte na Umbanda esbarram muito nesses ensinamentos, pois minha base foi nas palavras de Caboclo, que sempre me ensinaram o que expus acima.

Onde estará na visão do Candomblé?
Aqui, antes de adentrar no mérito da questão, gostaria de postar parte do comentário do Ogan Buda, grande amigo, após questioná-lo sobre isso:
CASO FOSSE o rapaz iniciado, nem mesmo o ato do asese poderia ser realizado, já que esse não é permitido aos suicidas, pois apenas Olodunmare tem o poder de tirar a vida.
Concordo com a sua tese, e mesmo não sendo iniciado, em relação ao Candomblé, temos um culto de ANCESTRALIDADE, ou seja, seus antepassados fatalmente virão o que ele cometeu e devem estar, mesmo em um estado maior de evolução, com um sentimento misto de pena e ódio, já que foram marcados (até que me provem o contrário) por tamanho ato de crueldade.
Em minha concepção, nesse momento ele esteja vagando, e assim poderá ficar por muito tempo ou eternamente, como um verdadeiro “encosto”, já que nunca terá discernimento completo de tudo que cometeu e terá possibilidade de não ser aceito entre seus ancestrais.
Mas também poderá haver a perdão, e novamente oração, é algo que ele necessitará e muito! As vitimas, ainda mais por serem inocentes, certamente serão acolhidas entre os seus e após tratadas as feridas poderão viver no Itun La.
Vejam novamente que meu texto induz a uma maior necessidade de oração ao chamado de “monstro” ao invés das vítimas. E isso não é por acaso... é difícil julgar seres humanos como nós; em minha carreira profissional vi muitas pessoas normais estarem em situações que jamais imaginariam (não sei porque mas me recordo do filme Jogos Mortais nesse momento...) e não cabe a nós espíritas julgarmos.
Irmãos, sei que o assunto é polemico e meu texto poderá dar uma reviravolta em seus pensamentos... será que isso não é o melhor?
Axé a todos nós, e que Ayra afaste esses tipos de pensamento na mente de todas as pessoas que vivem nesse mundo.

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