Xango Ayrà

Xango Ayrà
Kaô Kabiecilê!

sexta-feira, 29 de abril de 2011

A ORGANIZAÇÃO DO CANDOMBLÉ NO NOVO MUNDO

Antigamente, na Nigéria, os dias da semana eram apenas 04 (quatro) e eram assim denominados:

• 1o dia - Ójumò Exu
• 2o dia - Ójumò Ogun
• 3o dia - Ójumò Xangô
• 4o dia - Ójumò Oxalá

Sendo que estes 04 (quatro) dias estavam ligados aos 04 (quatro) pontos cardeais:

• 1o a leste onde habita Exu
• 2o ao norte onde habita Ogum
• 3o a oeste onde habita Xangô
• 4o ao sul onde habita Oxalá

Como se pode observar, os yorubás tinham sua própria semana organizada que foi modificada ou adaptada à semana ocidental. Isto aconteceu porque não se manteve a tradição milenar de apenas 04 (quatro) dias.
Quando o Candomblé foi estabelecido na Bahia por Yanassó teve-se que se adaptar, como foi visto anteriormente, o culto para os moldes ocidentais, ou seja, cultuar vários orixás no mesmo espaço. Com esta junção, criou-se o que foi chamado Ójumò-osé ou dia de limpar ou ainda Ójumò-uenumó ou dia do descanso. Essa distribuição foi feita da seguinte forma:

• 2a feira cuidaria-se de Exú, Omolú e Iroko
• 3a feira cuidaria-se de Ogun e Oxumaré
• 4a feira cuidaria-se de Xangô e Oyá
• 5a feira cuidaria-se de Ossain, Oxossi e Logunedé
• 6a feira cuidaria-se de Oxalá
No sábado seria a vez de se cuidar de todas as Yabás ou Mães que seriam: Oxum, Yemanjá, Nanã, entre outras. Já no domingo, cuidar-se-ia de Ibeji.
Esta distribuição foi feita para que cada Orixá tivesse seu Osé ligado a um dia da semana e nesse dia o Iyawô estivesse na casa de Candomblé para prestar culto ao seu orixá, não fugindo assim com a sua responsabilidade de cuidá-lo.
Como comprovam vários estudiosos da cultura africana, não só houve a adaptação da semana yorubá para a semana ocidental, como uma série de cerimônias e ritos do culto de orixá teve que se adaptar ao Novo Mundo, conforme mostra o próprio ritual de iniciação que na Nigéria é feito em aldeias que ficam no interior das florestas.
Outra adaptação feita para o Brasil foi o do Jogo de Búzios. Enquanto no culto de orixá na Nigéria apenas o Babalawo faz o culto à adivinhação e é ele, por determinação de Ifá, quem orienta todos os acontecimentos dentro do egbé (povoado); no Brasil, o jogo de búzios foi uma modalidade criada pelo Oluwô Bamboxê para as mulheres ou Yalorixás da época.

quinta-feira, 28 de abril de 2011

NAÇÃO ANGOLA

Hoje vou falar sobre uma naçào que admiro muito, sua vibraçào, seus cantos, SIMPLICIDADE e danças...
Abraço a todos. Mais um texto montado de outros artigos.

Sua linguagem ritual, também intraduzível, originou-se predominantemente das línguas quimbundo e quicongo. Nesta "nação", tem fundamental importância o culto dos caboclos, que são espíritos de índios, considerados pelos antigos africanos como sendo os verdadeiros ancestrais brasileiros, portanto os que são dignos de culto no novo território a que foram confinados pela escravidão. O candomblé de caboclo é uma modalidade da nação angola, centrado no culto exclusivo dos antepassados indígenas.
Foi provavelmente o candomblé angola e o de caboclo que mais contribuiu para a origem da umbanda. Há outras nações menores de origem Banto, como, a Congo e a Cambinda, que hoje foram, quase que, inteiramente absorvidas pela nação angola.
A "nação" Angola, de origem Banto, adotou o panteão dos orixás iorubás (embora os chame pelos nomes de seus esquecidos Inkices, divindades bantos, assim como incorporou muitas das práticas iniciáticas da nação Ketu. Sua linguagem ritual, também intraduzível, originou-se predominantemente das línguas quimbundo e quicongo. O Deus supremo e Criador é Nzambi ou Nzambi Mpungu; abaixo dele estão os Jinkisi/Inkice, divindades do Panteão Banto. Essas divindades se assemelham a Olorum e aos Orixás da Cultura Yorubá.

Alguns Inkices da Angola:

Aluvaiá, Bombo Njila, Pambu Njila: intermediário entre os seres humanos e os outros Inkices.
Nkosi: Senhor dos Caminhos, das estradas de terra.
Gongobira: caçador jovem e pescador.
Ngunzu: engloba as energias dos caçadores de animais, pastores, criadores de gado e daqueles que vivem embrenhados nas profundezas das matas, dominando as partes onde o sol não penetra.
Kabila: o caçador pastor. O que cuida dos rebanhos da floresta.
Lembaranguange: caçador vive em florestas e montanhas; deus de comida abundante.
Mutakalambô: tem o domínio das partes mais profundas e densas das florestas, onde o Sol não alcança o solo por não penetrar pela copa das árvores.
Katendê: Senhor das Jinsabas/Isabás/Unsabás (folhas). Conhece os segredos das ervas medicinais.
NzaziLuango: São os próprios raios.
Kaviungo, Kafungê, Kingongo: deus de saúde e morte.
Nsumbu - Senhor da terra, também chamado de Ntoto pelo povo de Kongo.
Hongolo ou Angorô/Angoroméa: auxilia a comunicação entre os seres humanos e as divindades.
Kitempo/Tempo: Rei de Angola. Senhor do tempo e estações.
Kaiangu: têm o domínio sobre o fogo.
Matamba, Bamburucema, Nunvurucemavula: qualidades ou caminhos de Kaiangu
Kisimbi, Samba_Nkice: a grande mãe; deusa de lagos e rios.
Ndanda Lunda: Senhora da fertilidade, e da Lua, muito confundida com Hongolo e Kisimbi.
Kaitumbá, Mikaiá, Kokueto: deusa do oceano.
Nzumbarandá: a mais velha das Nkisi
Nwunji: Senhora da justiça. Representa a felicidade de juventude e toma conta dos filhos recolhidos.
Lembaranganga, Lembá Dilê, Jakatamba, Kassuté Lembá, Gangaiobanda: conectado à criação do mundo.

Na Angola, os sacramentos são:
1 - Massangá: Ritual de batismo de água doce (menha), na cabeça (mutue), do iniciado (ndumbi), usando-se ainda o kezu (Obi).
2 - Nkudiá Mutuè: (Bori) - ritual de colocação de forças (Kalla ou Ngunzu (Angola) = Asé (Axé) = Muki (Congo), através do sangue (menga) de pequenos animais.
3 - Nguecè Benguè Kamutué: ritual de raspagem, vulgarmente chamado de feitura de santo.
4 - Nguecè Kamuxi Muvu: Ritual de obrigação de 01 ano.
5 - Nguecè Katàtu Muvu: Ritual de obrigação de 03 anos (Nguece = obrigação), nessa obrigação, faz-se o ritual de mudança de grau de santo.
6 - Nguecè Katuno Muvu: Ritual de obrigação de 05 anos, preparação quase que idêntica há de um ano, só que acompanhada de muitas frutas.
7 - Nguecè Kassambá Muvu: ritual de obrigação de 07 anos, quando o iniciado receberá seu cargo, passado na vista do público, sendo elevado ao grau de Tata Nkisi (Zelador) ou Mameto Nkisi (Zeladora).
* As obrigações, são de praxe para os rodantes, porque Makota (Ekéde) e Kambondo (Ogan), já recebem seus cargos na feitura, portanto já nascem com suas ferramentas de trabalho, dão suas obrigações para aprimorar seus conhecimentos.
* Em Angola, quem passa cargo são os enredos de Ndanda Lunda. Isto é, não é preciso ser filho desta Inkice, mas é ela quem autoriza aquela pessoa a receber o cargo.
Após 07 anos de obrigações, se renovarão a cada ano com rito de obi ou borí, conforme o caso, repetindo-se as obrigações maiores de 07 em 07 anos para renovar e conservar o indivíduo forte, transformando-o em Kukala Ni Nguzu - Um ser forte.
Kunha Kele: Sacramento realizado 03 meses e 21 dias após a feitura (tirada de kele), quando o santo soltará a Kuzuela = Ilá.

Hierarquia:
Tata Ria Inkice: Zelador / Pai
Mameto Ria Inkice: Zeladora / Mãe
Tata Ndenge / Eakota Tororó ou Mameto Ndenge: Pai pequeno / Mãe pequena
Kixika Ingoma ou Kissicaran Gombe: Ogan
Tata Kambuí / Kambondo: Tocador de atabaques
Tata Kivonda: Aquele que sacrifica os animais
Tata Kinsaba: O que colhe folhas
Kikala Mukaxe / Mona Inkice: Filho de santo / Filha de Santo
Tata Kutala: Herdeiro da casa
Makota: Ekéde
Kota: Filhos com mais de 07 anos de feitura. São os Egbomis.
Kijingu: Cargo, dado no Jamberessú (peneira com os direitos “Deká”).
Tata Nganga: O que joga os búzios (Caçueto)
Zakae Npanzo: Troncos de árvores colocados nas portas dos santos. Esses troncos representam os ancestrais (Baculú)
Munzenza: É o iniciado no culto. O termo munzenza significa ignorante, leigo.
Ndunbe: Abiyan
Vumbi: Egum
Kalungombe: Tata de Numbi (Egum)
Dizungu Kilumbe: Saída de santo
Dimba Inkice: Obrigações oferecidas aos Santos
Kumbi Ngoma: Dias de toque
Kufumala: Defumação
Sukurankise: Troca das águas nas quartinhas
Dizungu Nlungu: Ordem do barco***

quarta-feira, 27 de abril de 2011

NAÇÃO JEJÊ

Bom dia!
Hoje vou postar sobre a nação que (por enquanto...) tenho menos conhecimento.
O trxto abaixo é copilado de diversos outros textos.
Aşè

Assim, como os Nagôs ou Yorubas, os Jejes língua Ewe, língua Fon, língua Mina e os Fanti ashantis, formam grupos sudaneses que englobam a África Ocidental hoje denominada de Nigéria, Benin e Togo. Sua entrada no Brasil ocorreu em meados do século XVII.
Djedje (jeje) é uma palavra de origem yoruba que significa estrangeiro, forasteiro e estranho; que recebeu uma conotação pejorativa como “inimigo”, por parte dos povos conquistados pelos reis de Dahomey e seu exército. Quando os conquistadores eram avistados pelos nativos de uma aldeia, muitos gritavam dando o alarme “Pou okan, djedje hum wa!” (olhem, os jejes estão chegando!).
Quando os primeiros daomeanos chegaram ao Brasil como escravos, aqueles que já estavam aqui reconheceram o inimigo e gritaram “Pou okan, djedje hum wa!”; e assim ficou conhecido o culto dos Voduns no Brasil “nação Jeje”.
Dentre os daomeanos escravizados, uma mulher chamada Ludovina Pessoa, natural da cidade Mahi (marri), foi escolhida pelos Voduns para fundar três templos na Bahia. Ela fundou:
Um templo para Dan; Kwe Ceja Hundê, mais conhecido como o Roça do Ventura ou Pó Zehen (pó zerrêm) em Cachoeira e São Felix.
Um templo para Heviossô Zoogodo Bogun Male Hundô Terreiro do Bogum em Salvador.
Um templo para Ajunsun que não se sabe porque não foi fundado. Esse é o segmento jeje-mahi do povo Fon.
O templo de Ajunsun-Sakpata foi fundado mais tarde pela africana Gaiacu Satu, em Cachoeira e São Felix e recebeu o nome de Axé Pó Egi, mais conhecido por Cacunda de Ayá. São os Jeje-Savalu ou Savaluno. Sakpata era rei da cidade Savalu na África, segundo alguns historiadores, Sakpata foi o único rei que preferiu o exílio a se render aos conquistadores do Daomé. O dialeto dos savalus também é o Fon.
No Maranhão encontramos a Casa das Minas fundada por Maria Jesuína, segundo informação de Sergio Ferretti. É com certeza a mais conhecida casa de jeje do Brasil. Esse é o segmento do povo Jeje-Mina.
Ainda no Maranhão encontramos a casa Fanti-Ashante fundada por Euclides Menezes Ferreira (Talabian). Esse é o segmento jeje-Fanti-Ashanti do povo Akan vindo de Ghana, inicialmente teria ligações com a Sitio de Pai Adão Nação Nagô-Egbá.
No Rio de Janeiro, foi fundado pela africana Gaiaku Rosena, natural de Allada, o Terreiro do Pó Dabá no bairro da Saúde, que foi herdado por sua filha Adelaide do Espírito Santo, também conhecida como Ontinha de Oiá (Devodê), que por sua vez foi sucedida por Joana da Cruz de Avimadjé, mais conhecida como Mejitó, que transferiu a casa de santo para o bairro Coelho da Rocha. Os descendentes do Pó Dabá mais ilustres da atualidade são Glorinha Toqüeno, com terreiro no bairro de Engenho de Dentro, no Rio de Janeiro e Helena de Dã, com terreiro em Parque Paulista, em Duque de Caxias.
Depois veio Antonio Pinto de Oliveira. Tata Fomutinho que fundou o Kwe Ceja Nassó, no bairro de Santo Cristo, depois se mudou para Madureira na Estrada do Portela, depois para São João de Meriti onde finalmente se estabeleceu na Rua Paraíba.
Dizem os mais velhos, que Mejitó, ajudou muito Tata Fomutinho no começo de sua vida de santo aqui no Rio de Janeiro.
Tata Fomutinho deixou uma legião de filhos, netos e bisnetos. Dentre esses, Jorge de Yemanja que fundou o Kwe Ceja Tessi, Pai Zezinho da Boa Viagem que fundou o Terreiro de Nossa Senhora dos Navegantes, Tia Belinha que fundou a Colina de Oxossi e Amaro de Xangô.

Alguns Voduns do Jeje:

Mawu é o Ser Supremo dos povos Ewe e Fon.
Lissá, que é masculino, e também co-responsável pela Criação.
Loko é o primogênito dos voduns. Dono da joia de mahi que e o rungbe. (rungebe)
Gu, Vodun dos metais, guerra, fogo, e tecnologia.
Heviossô, Vodun que comanda os raios e relâmpagos.
Sakpatá, Vodun da varíola.
Dan, Vodun da riqueza, representado pela serpente do arco-íris.
Agué, Vodun da caça e protetor das florestas.
Agbê, Vodun dono dos mares.
Ayizan, Vodun feminino dona da crosta terrestre e dos mercados.
Agassu, Vodun que representa a linhagem real do Reino do Daomé.
Aguê, Vodun que representa a terra firme.
Legbá, O caçula de Mawu e Lissá, e representa as entradas e saídas e a sexualidade.
Fá, Vodun da adivinhação e do destino.
Aziri, vodun das águas doces.
Possun, vodun do pó e da terra seca representado pelo tigre.

Na Nação Jeje existe a necessidade do poço (se não existir uma nascente nas terras), o ideal é um sítio com nascente, mata natural, plantas e animais.
Infelizmente nas casas urbanas isto já não é tão possível, pois as casas cada vez mais diminuem de tamanho. Mas ainda assim toda casa Jeje deverá ter pelo menos um poço, um local reservado exclusivamente para as plantas e árvores necessárias ao culto, que chama-se "kpamahin", e alguns animais que são muito importantes para o culto.
Voduns não usam roupas luxuosas não gostam de roupas de festa e geralmente preferem a boa e velha roupa de ração. As danças são cadenciadas em ritmos mais densos e pesados. Os Voduns estão sempre de olhos abertos e salvo algumas exceções, conversam (usando preferencialmente um dialeto próprio) e dão conselhos a quem os procura. Informação de Doté Dorivaldo.
A iniciação ao culto dos voduns é complexa é longa e pode envolver longas caminhadas a santuários e mercados e períodos de reclusão dentro do convento ou terreiro hunkpame, que podem chegar a durar um ano, onde os neófitos são submetidos a uma dura rotina de danças, preces, aprendizagem de línguas sagradas e votos de segredos e obediência.

Hierarquia
Bokonon - Sacerdote do Vodun Fá equivalente ao Babalawo
Doté Sacerdotes (Zeladores) e Doné Sacerdotisas (Zeladoras) esse título é usado no Terreiro do Bogum e casas descendentes.
Pedjigan – É o primeiro “Ogan” da casa Jeje.
Runtó – É o segundo “Ogan” que é o tocador de atabaque exclusivo para o Run, porque na verdade os atabaques Run, Runpi e Lé são Jeje. No Ketu, os atabaques são chamados de Ilú.
Gaipé, Runsó, Gaitó, Arrow, Arrontodé – São os “Ogans” seguintes.
Ekédji – Sacerdotisa feminina encarregada de servir e cuidar dos Voduns. Braço direito do Dote/Doné.
Vodunsi – Iniciados após 01 ano da feitura.
Kajekaji – Qualquer iniciado que ainda não completou todo o ciclo de obrigações.

terça-feira, 26 de abril de 2011

OŞALUFAN

Bom dia a todos.
Hoje vou falar do rei de Ifa (ou Ifan para alguns estudiosos). Nesse post não vou falar sobre qualidades desse querido Orişà, mas sim sobre aspectos de influência em minha vida.
Acredito que a maioria de vocês já conhecem a lenda da prisão injusta deste Orişà em uma visita as terras de Şango, e o grande período de problemas enfrentados por esse Orişà até descobrir o que de fato ocorreu (caso não conheça essa lenda, procure no google 'Lenda osalufan e sango').
Pois bem, muitas vertentes dessa lenda, inclusive, justificam o branco usado por meu Pai Ayrà, pois dizem que Şango, após descobrir a prisão injusta, determinou que Ayrà, um dos seus de maior confiança, levasse o Velho e Sábio Oşalufan em suas costas até seu reino, sendo nessa viagem que Ayrà 'aprendeu' a usar o branco e parte de seus costumes.
Aqui uma pausa: temos nesse ato (de um Şango carregar Oşalufan na sala) um grande ato de liturgia na roda de candomblé. Mas uma análise mais crítica em minha concepção demonstra que o Candomblé, de fato, é um culto de respeito aos meus velhos.
Şango, jovem rei e guerreiro, após descobrir a injustiça que cometeu, determinou que Ayrà fossem as pernas do velho Orişà, mas sem a intenção de ofendê-lo, mas apenas de respeitar a sabedoria dele.

Outro aspecto que admiro nesse Orişà é a PERSISTÊNCIA, sim, pois Oşalufan é o senhor das causas de longa batalha, o Orişà que vence pela persistência, e não pelo ímpeto.
Você tem um sonho, um desejo que envolve MUITO TEMPO E DEDICAÇÃO? Se baseie nesse Orişà, que com seu cajado (Opaşoro) é aquele que mais longe chega.
Enfim, que nosso velho e respeitoso Orişà encha de aşè a vida de todos os adeptos de nossa religião e que tenhamos força e persistência de jamais desistir de nossas raízes!
Um grande abraço a todos.

segunda-feira, 25 de abril de 2011

FREIO DE MÃO PUXADO...

Pessoal, bom dia.
Não vou negar que hoje estou com muitas idéias, mas com a mente ainda 'debilitada' (rs) pelo final de semana prolongado.
Apenas consigo destacar o excelente toque de catiço em meu avô de santo, e a beleza dos catiços do meu ilê que me surpreenderam positivamente e a bonita festa na casa de Pai Tonho, grande angoleiro.
Mas, enfim, hoje sem condições MENTAIS de maiores detalhes... nos falamos amanhã?
Espero que a Pascoá tenha sido tempo de reflexão e que HOJE seja o dia da ATITUDE.
Asè!

quarta-feira, 20 de abril de 2011

NAÇÃO KETO

O termo candomblé designa vários ritos com diferentes ênfases culturais, aos quais os seguidores dão o nome de "nações" (Lima, 1984). Basicamente, as culturas africanas que foram as principais fontes culturais para as atuais "nações" de candomblé vieram da área cultural banto (onde hoje estão os países da Angola, Congo, Gabão, Zaire e Moçambique) e da região sudanesa do Golfo da Guiné, que contribuiu com os iorubás e os ewê-fons, circunscritos principalmente aos atuais territórios da Nigéria e Benin. Mas estas origens na verdade se interpenetram tanto no Brasil como na origem africana.
Na chamada nação Keto, na Bahia, predomina os orixás e ritos de iniciação de origem iorubá. Quando se fala em candomblé, geralmente a referência é o candomblé Keto e seus antigos terreiros são os mais conhecidos: a Casa Branca do Engenho Velho e duas casas derivadas da Casa Branca, o Axé Opô Afonjá e o Gantois; além do candomblé do Alaketo. O candomblé Keto tem tido grande influência sobre outras "nações", que têm incorporado muitas de suas prática rituais. Sua língua ritual deriva do iorubá, mas o significado das palavras e a sintaxe em grande parte se perderam através do tempo. Além do keto, as seguintes "nações" também são do tronco iorubá (ou nagô, como os povos iorubanos são também denominados): efã e ijexá na Bahia, nagô ou eba em Pernambuco, oió-ijexá ou batuque de nação no Rio Grande do Sul, mina-nagô no Maranhão, e a quase extinta "nação" xambá de Alagoas e Pernambuco.
Mais recentemente, quando o candomblé (de origem baiana, nação Keto) já se encontrava espalhado por todos os grandes centros urbanos, tendo já, inclusive, iniciado sua propagação por países do Cone Sul e também da Europa, iniciou-se um movimento de recuperação de raízes africanas conhecido como "africanização", que rejeita o sincretismo católico, procura reaprender o iorubá como língua original e tenta reintroduzir ritos que se perderam ao longo do tempo e redescobrir os mitos esquecidos dos orixás.

A importância dos mitos no Candomblé
O culto dos orixás remonta de muitos séculos, talvez sendo um dos mais antigos cultos religiosos de toda história da humanidade.
O objetivo principal deste culto é o equilíbrio entre o ser humano e a divindade aí chamada de orixá.
A religião de orixá tem por base ensinamentos que são passados de geração a geração de forma oral.
Basicamente este culto está assim organizado:
1o Olorun - Senhor Supremo ou Deus Todo Poderoso
2o Olodumare - Senhor do Destino
3o Orunmilá - Divindade da Sabedoria (Senhor do Oráculo de Ifá)
4o Orixá - Divindade de Comunicação entre Olodumare e os homens, também chamado de elegun, onde a palavra elegun quer dizer "aquele que pode ser possuído pelo Orixá"
5o Egungun - Espíritos dos Ancestrais
Os mitos são muito importantes no culto dos orixás, pois é através deles que encontramos explicações plausíveis para determinados ritos.
Sem estas estórias, lendas ou ìtans seria difícil ter respostas a sérios enigmas, como o envolvimento entre a vida do ser humano e do próprio orixá.

Erê
Todo orixá está ligado a um Exu ou Pombo-gira assim como a um Erê.
A palavra Erê vem do yorubá iré que significa "brincadeira, divertimento". Daí a expressão siré que significa "fazer brincadeiras".
O Erê (não confundir com criança que em yorubá é omodé) aparece instantaneamente logo após o transe do Orixá, ou seja, o Erê é o intermediário entre o iniciado e o orixá.
Durante o ritual de iniciação, o Erê é de suma importância, pois, é o Erê que muitas das vezes trará as várias mensagens do orixá do recém-iniciado. O Erê na verdade é a inconsciência do novo elégun, pois o Erê é o responsável por muita coisa e ritos passados durante o período de reclusão.
O Erê conhece todas as preocupações do iyawo, também, aí chamado de omon-tú ou "criança-nova". O comportamento do iniciado em estado de "Erê" é mais influenciado por certos aspectos de sua personalidade, que pelo caráter rígido e convencional atribuído a seu orixá. Após o ritual do orukó, ou seja, "nome de iyawo" segue-se um novo ritual, ou o reaprendizado das coisas.

terça-feira, 19 de abril de 2011

YALORISÀS E BABALORISÀS FAMOSOS

Prezados, bom dia.

Segue abaixo lista dentre os mais conhecidos líderes de nossa religião. Meu objetivo não vou esgotar: se você conhecesse outros, por favor, insira nos comentãrios.

Dentre estes citados abaixo existem outras personalidades famosas do Candomblé no Brasil:

 Bamboxê Obiticô
Rodolfo Martins de Andrade, tio Bamboxê, foi Babalawo (Sacerdote de Ifá), seu nome significa “aquele que segura o oxê”. Ele veio do reino Yorubá, na Nigéria, e fundou o Candomblé da Casa Branca com a sacerdotisa Iya Nassê. Sua filha Caetana Bamboxê de Oxum foi uma grande sacerdotisa de Ifá;

 Mãe Aninha de Xangô
Anna Eugênia dos Santos, Yalorisà da Bahia, nasceu em 1869. Fundou o Ilê Axé Opô Afonjá, em 1910. Levou pessoalmente ao presidente Getúlio Vargas o pedido da comunidade afro-brasileira para que suas religiões e cultos deixassem de ser proibidos e perseguidos. Mãe Aninha tornou-se personagem do livro Capitães de Areia, de Jorge Amado. Ela morreu em 1938;

 Pulquéria de Oxossi
Uma das fundadoras do Gantóis, mãe-de-santo líder na comunidade afro-brasileira. Quando Pulquéria morreu, foi substituída por Mãe Menininha;

 Cipriano Abedé de Ogum
Africano. Era Babalorixá, Babalawo e também Babalossayn (Sacerdote de Ossayn). Abriu terreiro em Salvador e no Rio de Janeiro. Dizem que tinha o poder de transformar uma folha em outra. Faleceu em 1933;

 João Abada de Omolu
Babalorixá do Rio de Janeiro. Uma de suas filhas-de-santo foi Tia Ciata, famosa por reunir em sua casa músicos como Donga, Pixinguinha e João da Bahia, entre outros, em alegres rodas de samba. Faleceu em 1926;



 Tia Massi
Grande Yalorixá do terreiro “Casa Branca”. Essa filha de Oxum tinha o nome ritual Oin Funké. Iniciou um número considerável de Yalorixás de importantes terreiros no Brasil. Foi bastante citada por estudiosos e romancistas, inclusive Jorge Amado. Faleceu em 1967;

 Mãe Senhora de Oxum
Mãe Bibiana do Espírito Santo comandou o Ilê Axé Opô Afonjá por muitos anos. Foi homenageada no Rio de Janeiro, no estádio do Maracanã, como a “Mãe Preta do Brasil”. Faleceu em 1967;

 Mãe Menininha do Gantóis de Oxum
Escolástica Maria da Conceição Nazaré foi uma das mais famosas Yalorixás do Brasil. Contribuiu para o Candomblé ser considerada uma religião respeitada. Mãe Menininha foi cantada por músicos e poetas. Faleceu em 1986;

 Professor Agenor de Oxalá e Ewá
Agenor Miranda da Rocha nasceu na África em 1907. Com menos de quatro anos foi morar em Salvador. Ficou doente e foi desenganado pelos médicos. Consultada sobre a doença da criança, Mãe Aninha, do Ilê Axé Opô Afonjá, jogou os búzios e viu que o destino do menino era ser Oluô. A Yalorixá tratou de Agenor, que se recuperou e, quando fez cinco anos, foi iniciado no Candomblé.
Aos dezenove anos, ligou-se a casa-de-santo de Abedé, no Rio de Janeiro. Com mais de 90 anos, o professor Agenor é Babalorixá, Babalawo, Babalossayn. Ele está ligado a três grandes casas de candomblé de Salvador, o Gantóis, a Casa Branca do Engenho Velho e o Opô Afonjá. Quando morre uma Mãe-de-santo, ele é o único a ser chamado para realizar o jogo que escolhe quem vai comandar a casa-de-santo, pois ele é o único Oluwô da nação de Ketu no Brasil.

segunda-feira, 18 de abril de 2011

CAMINHADA OGUM ALTO TIETE 2011

Pessoal, bom dia.
Estarei postando essa semana fotos da bela caminhada realizada ontem para Ogum.
Mesmo com a virada cultural, tivemos ótimo público, ótimo tempo, e muito asè!
Preciso dizer que gostei? :)
Parabéns e cada participante, cada simpatizante presente, mas especialmentw ao Luz da manhã e ao Mestre Quim, pela coragem de 'por o santo na rua'.
Obrigado aos Ogans do meu Ile, Sandro e Marcelinho, pois ontem fui surpreendido positivamente por vocês.
Meu amor e minha família: mais uma vez mostraram o quanto são capazes; aos irmãos de Ile muito asè pela participação ativa.
Peço perdão se esqueci de alguém, mas também se sinta homenageado e agradecido por sua colaboração.
Asè a todos e que Ogum permita que estejamos todos juntos no próximo ano!

sexta-feira, 15 de abril de 2011

CARGOS (OLOYES) PERTENCENTES AO CANDOMBLÉ DA NAÇÃO KETO

Iyalorixá / Babalorixá Mãe ou Pai de Santo é o posto mais elevado do Ilê; tem a função de iniciar e completar o ato de iniciação dos eléguns.
Iyalaxé Mãe do axé, a que zela e distribui o axé no Ilê.
Iyakekere /
Babakekere Mãe pequena ou Pai pequeno do axé. Sempre pronta a ajudar e ensinar a todos no Ilê.
Pedigan Herdeiro do Axé do Ilê. Sendo este confirmado após o falecimento do Pai ou Mãe de Santo, pelo Oluwô.
Ojubonã É a mãe criadeira. Responsável pelos cuidados para com o yawô, durante as feituras.
Iyaefun / Babaefun Responsável pela pintura dos yawôs.
Iyamoro Responsável pelo Ipadê de Exú.
Iyadagan Auxilia nos dias de fundamentos como também nos xirês de orixás. Pode ajudar a Iyamoro e vice-versa. Também possui sub-postos Otun-Dagan e Osi-dagan.
Iyabassé Responsável no preparo dos alimentos sagrados. Todos Oloyes podem auxilia-la, mas será ela a única responsável por esta função. Sendo este cargo de muita importância
Babalossayn Responsável pela colheita das folhas. Cargo de extrema importância.
Axogun Responsável pelos sacrifícios. Não pode errar. Responsável direto pelos sacrifícios do inicio ao fim do ato. Deve ser chamado de Pai.
Alagbê Responsável pelos toques e cantigas rituais, alimentação, conservação e preservação dos Ilùs, os instrumentos musicais sagrados. Deve ser chamado de Pai.
Kalofé Responsável pela função de cantar o Candomblé e marca-lo com o Gan.
Pejigan Primeiro Ogan a ser feito na casa.
Àjòiè Responsável por cuidar dos Orixás (Ibás e Incorporados), auxiliar nos eventos (orôs e xirês) e zelar pelo bom andamento do Ilê. Ekéde. Deve ser chamada de Mãe.
Oluwô Sacerdote da Nação de Keto próprio para exercer a função de confirmar o herdeiro da casa após o falecimento do pai e/ou mãe de santo. No Brasil temos o Profº Agenor Miranda Rocha, Pai Agenor.
Babalawo Um Babalawo, ou Pai dos segredos (awô) é muito respeitado pela cultura yorubá. O Babalawo, como o nome diz, é o conhecedor de todos os mistérios e segredos no culto a Orunmilá, sendo, portanto Sacerdote de Ifá. Somente o Babalawo pode manipular o Rosário de Ifá que em yorubá recebe o nome de opele-ifá.
Ebomy Cargo conseqüente por atingir os sete anos de feitura.

quinta-feira, 14 de abril de 2011

NOTA ESCLARECIMENTO POST SOBRE ASSASSINO REALENGO

Hoje minha postagem será curta.
Apenas venho esclarecer que JAMAIS disse ser favorável ao assassino; apenas estou dizendo que ele precisa de muita oração...
Se alguém tem alguma dúvida é só ver os videos e cartas, tão bem aproveitados pela mídia.
Asè

quarta-feira, 13 de abril de 2011

ASESE

Olá a todos.
Algumas pessoas, após ler o post polêmico de ontem, ficaram me perguntando sobre o que seria o asese. Portanto, resgatei o texto abaixo que certamente irá auxiliar na compreensão.
Não há nenhum erro em afirmar que o axexê (àsèsè) é a cerimônia fúnebre do Candomblé, mas é preciso acrescentar que o axexê é acima de tudo, uma celebração da vida e apenas encontra a morte a seu pretexto. A morte de qualquer membro da comunidade do Candomblé implica na realização desse ritual fúnebre, cuja finalidade é desfazer o assentamento do ORI e os vínculos com o Orixá pessoal, significando desfazer, também, os vínculos com todos os membros do barracão e despachar o EGUN do morto, para que o mesmo deixe a Terra e vá para o ORUN.
Estas fases acima são as que permeiam a iniciação ao Candomblé.
Nesta religião existem muitos recursos e alguns deles são, os oráculos, as oferendas, os defumadores, os banhos e as ervas medicinais, estes recursos também são usados para resolver problemas do quotidiano dos fiéis. Na África, onde o Orixá era cultuado dentro da casa da família, as pessoas iam todos os dias ao sacerdote, que fazia um jogo para ver o que o Orixá dizia sobre os acontecimentos do dia da pessoa. Acontecimentos especiais, como viagens e negócios, pediam consultas especiais. Sempre o sacerdote fala uma orientação sobre o que a pessoa deveria fazer naquele dia para anular uma influencia ruim e atrair o favor dos deuses. Embora hoje não exista mais essa facilidade de contato quotidiano com a religião, os oráculos ainda são o grande recurso a que as pessoas recorrem quanto têm algum problema difícil de resolver.
Os pais e mães-de-santo (Babalorixás e Yalorixás) são os mais altos sacerdotes na hierarquia do Candomblé. Na religião mais tradicional existe uma nítida separação entre as atribuições de homens e mulheres (embora hoje em dia esta norma seja bem mais flexível).
Os (as) filhos (as) – de – santo são responsáveis diretos (as) pelo cuidado cotidiano com os Orixás: são eles (as) que “viram no santo”, trazendo para o meio dos vivos, através do próprio corpo, as divindades protetoras;
Dentro da hierarquia do Candomblé há diversos cargos no qual serão citados em um quadro explicativo, após este artigo. Ainda sim se é ressaltada a presença e a importância dos Ogans e das Ekédes sendo estes considerados servos sagrados dentro da religião, são cargos natos, ou seja, já nascem com essa missão, ao contrário dos outros cargos que são confiados pelos Orixás devido à devoção e dedicação a casa de santo. Tratando-se de Ogans e Ekédes na Umbanda serão encontrados como sendo os atabaqueiros e as cambones, e também dentro desta religião ainda desenvolvem um papel importante, tendo a função de observar os trabalhos enquanto o Zelador ou Zeladora encontra-se incorporado por uma das entidades chefes da casa, como também tocar para que se manifestem as entidades (Atabaqueiros) e servindo as entidades (Cambones).

terça-feira, 12 de abril de 2011

ONDE ESTÁ O ASSASSINO DO REALENGO?

Olá meus amigos!
Hoje sim vou tratar de um assunto muito delicado. Gostaria de esclarecer desde já que essa é MINHA OPINIÃO, não gerando qualquer ligação com a casa que freqüento, ou com as opiniões da religião como um tudo.
Talvez minha profissão (advogado) vai me ajudar muito nesse momento, pois irei separar bem a razão da emoção, já que nesse último campo deixo minha nota de repúdio: se você é uma pessoa que está à beira do abismo ou da loucura, procure uma religião, seja qual for, e se trate com um psicólogo.
Mas vamos lá... onde será que está agora o assassino de 12 crianças inocentes, imaculadas, já que alguns relatam que ele procurava virgens para executar?
Ardendo no inferno deve ser a opinião da maioria dos senhores...
Pois bem, vou relatar MINHA opinião frente a tudo aquilo que aprendi.

Onde estará na visão da Umbanda?
Conforme aprendi, mesmo seres como esse que acabou por regredir muito ao cometer tantos atos de atrocidade, contra si (suicídio e reclusão fugindo de seus problemas) e contra outros (agravados por se tratarem de seres inocentes que ainda tinham muito que cumprir nessa passagem terrena), terá uma oportunidade, após muito sofrimento, para evoluir.
Ora... você lendo isso pode estar até com raiva de mim, mas não cabe a nós julgarmos as pessoas e seus atos. Ele estará acompanhando o sofrimento de todas as famílias, bem como de suas próprias vítimas, que passarão por um estágio muito complexo de evolução também: o de perdoar.
“Perdoar é divino” diz o ditado popular e realmente é fácil falar para quem não está sofrendo o que essas famílias, e as vitimas, estão passando. Mas, o verdadeiro Cristão Umbandista sabe que tanto quanto as vítimas, o próprio ser que realizou esses atos precisa, e merece, oração.
O tempo que ele precisará para evoluir frente aos dois desvarios que ele teve nessa vida terrena já será suficiente para ele ser uma pessoa digna literalmente de pena, pois diferentemente do que ele próprio imaginava, aquela situação não terminou ali.
Talvez gerações e gerações de vidas serão remexidas por todo o ato de loucura: os espíritos que aguardavam a fase adulta dessas crianças para virem como seus filhos; os espíritos já reencarnados para amar e perdoá-los; todos esses tiveram sua vida terrena prejudicada e também precisarão saber perdoar esse ser.
Os sofrimentos que ele terá, inclusive até entender o que de fato vez, talvez não se compare ao que ele irá sofrer quando tiver a compreensão de todos os atos praticados e quantas vidas destruídas.
Acredito que fatalmente ele não terá permissão para vir em qualquer linha que seja (diferentemente do que muitos pensam no que tange a linha de “Exu”), pois seus atos de crueldade e desequilíbrio não permitirão que ele avance degraus de luz dessa forma.
Portanto, só resta em minha opinião, a sua família, e todas as pessoas que lêem esse post, rezarem para que ele possa entender de forma mais breve possível os atos que praticou para que possa voltar a caminhar para a luz.
Se você ainda se julga tão superior a ele, olhe para o lado e veja quanta discriminação (como minha religião tem) você deixou passar, ou até se divertiu com ela. Ele necessitava de ajuda como muitas pessoas ainda necessitam.
Veja: eu também fui vitima de muito preconceito: religioso; estética; profissional, mas felizmente sempre soube lidar com isso! (e como soube!!!) Mas nem todos possuem a mesma base que eu tive.
Portanto, em minha opinião, OREM.
PS: vejam que essa opinião se aproxima, em muito, com a opinião Kardecista, pois em minha concepção conceitos de vida e morte na Umbanda esbarram muito nesses ensinamentos, pois minha base foi nas palavras de Caboclo, que sempre me ensinaram o que expus acima.

Onde estará na visão do Candomblé?
Aqui, antes de adentrar no mérito da questão, gostaria de postar parte do comentário do Ogan Buda, grande amigo, após questioná-lo sobre isso:
CASO FOSSE o rapaz iniciado, nem mesmo o ato do asese poderia ser realizado, já que esse não é permitido aos suicidas, pois apenas Olodunmare tem o poder de tirar a vida.
Concordo com a sua tese, e mesmo não sendo iniciado, em relação ao Candomblé, temos um culto de ANCESTRALIDADE, ou seja, seus antepassados fatalmente virão o que ele cometeu e devem estar, mesmo em um estado maior de evolução, com um sentimento misto de pena e ódio, já que foram marcados (até que me provem o contrário) por tamanho ato de crueldade.
Em minha concepção, nesse momento ele esteja vagando, e assim poderá ficar por muito tempo ou eternamente, como um verdadeiro “encosto”, já que nunca terá discernimento completo de tudo que cometeu e terá possibilidade de não ser aceito entre seus ancestrais.
Mas também poderá haver a perdão, e novamente oração, é algo que ele necessitará e muito! As vitimas, ainda mais por serem inocentes, certamente serão acolhidas entre os seus e após tratadas as feridas poderão viver no Itun La.
Vejam novamente que meu texto induz a uma maior necessidade de oração ao chamado de “monstro” ao invés das vítimas. E isso não é por acaso... é difícil julgar seres humanos como nós; em minha carreira profissional vi muitas pessoas normais estarem em situações que jamais imaginariam (não sei porque mas me recordo do filme Jogos Mortais nesse momento...) e não cabe a nós espíritas julgarmos.
Irmãos, sei que o assunto é polemico e meu texto poderá dar uma reviravolta em seus pensamentos... será que isso não é o melhor?
Axé a todos nós, e que Ayra afaste esses tipos de pensamento na mente de todas as pessoas que vivem nesse mundo.

segunda-feira, 11 de abril de 2011

A RELIGIÃO: CANDOMBLÉ

Os povos africanos trazidos para o Brasil como escravos entre os séculos XVI e XIX, os mais importantes para a formação da cultura nacional afro-brasileira foram os Yorubás e os Bantus, oriundos, respectivamente, das bacias dos Rios Níger (atual Nigéria) e Congo (atual Congo e Angola). Esses povos possuíam uma estrutura social e econômica muito complexa e avançada. Organizados em Reinos que ocupavam vastas áreas divididas em províncias, distritos e aldeias, tinham uma estrutura sofisticada de comunicações, manufatura (inclusive metalurgia), comércio (inclusive com povos de regiões distantes), finanças, governo e força militar. Um traço característico desses povos era a organização de tendência matriarcal das aldeias, que se refletia em sua religião. Muito organizada rica e complexa, a religião desses povos contava com dois tipos de hierarquia sacerdotal: as mulheres eram responsáveis pelo contato direto com os deuses, através do êxtase ritual e dos cuidados do templo; os homens cuidavam da adivinhação e da cura. Os ritos fúnebres do culto dos ancestrais eram separados do culto dos deuses, que são forças da natureza ou heróis divinizados. Entre os Yorubás, era dada grande importância ao culto dos Orixás; uma característica dessa religião é a jovialidade dos deuses, que geralmente se mantinham bem distantes dos mortos. Já os Vodus do Dahomé, alguns dos quais chegaram ao Brasil trazidos diretamente pelos Jejes ou através da religião Yorubá, eram deuses austeros e temíveis, muito ligados a terra e à morte. Os Inkices, deuses dos Bantus, foram assimilados pelos Orixás Yorubás, que a eles pareciam. Como os Bantus foram trazidos para o Brasil desde o início da colonização e se espalharam por um vasto território, tendo grande contato com portugueses e índios, sua religião foi pouco a pouco se misturando ao xamanismo indígena e às crenças religiosas e mágicas européias. Por isso, enquanto a religião Yorubá foi renascendo e se reorganizando na Bahia, onde esse povo ficou mais concentrado, a religião Bantu foi amalgamada com inúmeros outros elementos, desde os rituais caboclos até o espiritismo abraçado pelas classes médias urbanas no final do século XIX, resultando numa religião totalmente nova e essencialmente brasileira. Portanto teve bastante influência ritualística e de pronuncias na nova religião chamada Umbanda. Nas Regiões Norte e Nordeste, as crenças africanas foram fortemente influenciadas pelas tradições ameríndias e européias, originando várias tradições religiosas e mágicas típicas dessas regiões do país.
Em suma, desenvolveu-se basicamente na Bahia, onde é mais forte, embora tenha representantes nas outras regiões do país. Sua estrutura foi determinada principalmente pela religião do povo Yorubá, mas também recebeu influências de povos do Dahomé e Congo, embora estas tenham sido incorporadas à base da religião Yorubá, cuja organização e culto foram reconstituídos quase sem a interferência de elementos cristãos e indígenas. Das centenas de divindades locais e regionais africanas, restou um pequeno grupo que resume os elementos essenciais da natureza e da vida humana.
Segundo os mitos mais divulgados, Olorum criou Ifá (o destino), Obatalá (o céu) e Odudua (a terra). Obatalá e Odudua tiveram dois filhos: Iemanjá (o mar) e Oxalá (a luz do céu). Estes dois a Grande Mãe e o Grande Pai geraram quase todos os Orixás que governam o mundo: Exu, Ogum, Xangô, Oxossi, Ossaim, Oxum, Iansã e Obá. Da união de Xangô com Iansã nasceu Ibeji e de Oxum e Oxossi nasceu Logunedé. Oxalá também se casou com Nanã, que gerou Omolu, Ewá, Iroko e Oxumaré; este é um grupo de Vodus (deuses do Dahomé) incorporados à religião Yorubá ainda na África.
Uma pessoa descobre quem é seu Orixá por vários motivos: quando algum desequilíbrio em sua vida a faz procurar auxílio religioso, quando o Orixá se manifesta espontaneamente se apossando de seu corpo, ou quando a criança ou o jovem é levado pela família para o interior do culto. Embora as características do Orixá possam aparecer em traços físicos e psicológicos, somente o Pai – de – santo pode identificá-lo com segurança. Na África, o Orixá era o ancestral mítico protetor de uma aldeia, de todas as suas famílias e, portanto, de todas as pessoas que aí nascessem. No Brasil, como os escravos tiveram seus grupos familiares despedaçados, precisaram reconstituir seus laços com os deuses. A solução encontrada foi o uso da intuição do Sacerdote, que através do jogo de búzios pôde identificar a filiação espiritual de cada um.
O objetivo do Candomblé é promover a harmonia total, física e psíquica, interior e exterior, dos fiéis. Para isso, conta com dois tipos de práticas. No culto público, a família espiritual formada pelos filhos – de – santo da casa ou terreiro se reúne periodicamente para, através do êxtase provocado por cantos e danças rituais, entrar em contato com os Orixás que governam suas cabeças, ligando-se ao arquétipo que alimenta sua vida psíquica. Para participar do culto público, os filhos – de – santo, após identificar seus Orixás, passam por um período de iniciação em que “morrem” para a vida comum, renascendo para a vida em contato com o Orixá, e passam por todo um processo de reeducação que simboliza a infância de sua nova vida. Depois dessa fase, o filho – de – santo assume o compromisso de realizar uma série de atividades destinadas a cuidar de seus deuses pessoais.
No culto privado, o fiel realiza uma série de práticas periódicas destinadas a cuidar de seu Orixá, incorporando ao seu quotidiano o elo de ligação com essa figura arquetípica. Estas práticas incluem o uso das cores e adereços característicos de seu Orixá, a oferta de alimentos e presentes em altar doméstico ou em locais externos adequados, o uso de banhos, perfumes e defumadores feitos das ervas que sintonizam com o Orixá. Os rituais de iniciação ao culto do Candomblé de Keto no Brasil se desenvolvem através das seguintes fases:
Bori
Da fusão da palavra bó, que em yorubá significa oferenda, com ori, que quer dizer cabeça surge o termo bori, que literalmente traduzido significa “oferenda à cabeça”. Do ponto de vista da interpretação do ritual, pode-se afirmar que o bori é uma iniciação à religião, na realidade, a grande iniciação, sem a qual nenhum noviço pode passar pelos rituais de raspagem, ou seja, pela iniciação ao sacerdócio. Sendo assim, quem deu bori é lésè òrisà.
Feitura
O ritual de feitura de iniciação ao sacerdócio no Candomblé recebe vários nomes; fazer o santo, fazer a cabeça, deitar para o santo, aba baxé ori ou simplesmente oro, que é sinônimo de sacrifício e consagração. A pessoa que se inicia no Candomblé torna-se adoxu, ou seja, passa a possuir um oxu, que é o canal de comunicação entre o iniciado e seu orixá. Todo iniciado no Candomblé, toda pessoa “feita no santo” – do neófito ao sacerdote – é adoxu.
Feitura representa um renascimento; é o reconhecimento e a admissão do ori escolhido no orum. É o mesmo que entregar a cabeça (principio da individualidade) ao orixá (o deus maior de cada ser), permitindo que os deuses conduzam sua vida e seu destino. A feitura é um divisor de águas na vida e tudo será novo, inclusive o seu nome, pois todo o iniciado recebe um Orukó, ou seja, um nome dado por seu orixá.
Obrigações de um, três e cinco anos.
Nestas fases são ofertadas comidas aos Orixás, tendo seus sacrifícios e preceitos, é também o tempo ao qual o Iyawo utiliza para adquirir conhecimentos prévios (aprender a fazer comidas para os Orixás, aprender as rezas, aprender a tirar um ebó, aprender a montar uma mesa de bori, aprender a tratar o Orixá como um todo, participar os osés e orôs), para sua futura nomeação de Ebomy.
Obrigação de sete anos
A maioridade no Candomblé é atingida quando o Iyawo atinge os sete anos de iniciação. O ritual de passagem que se processa é chamado de Obrigação de sete anos (oyé ou deká). Nesse ritual o filho-de-santo deixa de ser yawô e passa a ser um ebomy, que quer dizer irmão mais velho, e recebe o cargo (oyé): seja de sacerdote, seja de autoridade na comunidade. Um filho-de-santo quando reconhecido pela comunidade como um membro importante pode ser emancipado e assumir essas funções antes de completar sete anos, mas a obrigação não pode ser adiantada. Lembrando sempre que ninguém pode dar o que não têm.

sexta-feira, 8 de abril de 2011

COLETANEA PONTOS DE OGUM II

Pessoal, bom dia.

Algumas pessoas me qeuestionaram, pois não tinha mais nada de Umbanda.

Aproveitando a caminhada divulgada na noite de ontem, resolvi pegar diversos pontos de Ogum que eu possuia.

Espero que aproveitem!!! Com a licença dos meus velhos...


Ogum já venceu já venceu já venceu
Ogum vem de aruanda
E quem lhe manda é Deus

E ele vem beirando o rio
Ele vem beirando o mar
O salve Ogum Megê
Ogum Rompimato
E Ogum beira-mar

O filhos de Umbanda
Seu sete ondas vem do Maitá
Que bela surpresa
Vem de Arunda nos abençoar
O Bela surpresa, bela surpresa como vai você?
Que bela surpresa vem de Aruanda pra nos proteger

Eu tenho sete espadas pra me defender
Eu tenho sete espadas pra me defender
Eu tenho Ogum em minha companhia
Mas Ogum é meu pai.
Mas Ogum é meu guia.
Mas Ogum é meu pai.
Filho de Deus e da Virgem Maria.

O beira rio o beira rio o beira mar
O que se ganha de Ogum só Ogum pode tirar
Seu Ogum de ronda é quem vem girar
Vem trazendo folhas pra descarregar
Pisa na Linha de Umbanda que eu quero ver
Ogum sete ondas
Pisa na Linha de Umbanda que eu quero ver
Ogum beira mar
Pisa na Linha de Umbanda que eu quero ver
Ogum Iara Ogum Mege (olha banda aruê)

A primeira espada quem ganhou foi ele x2
Mas ele é, ele é Ogum Mege
Ele veio de Aruanda pra seus filhos proteger x2
Na alta da romaria
Eu vi um cavaleiro de ronda
Trazia um escudo no braço e uma lança na mão
Ogum venceu a guerra e matou o dragão

Ogum em seu cavalo corre
E a sua espada reluz
Ogum ogum mege sua bandeira
Cobre os filhos de Jesus ogun nhê

Lá vem Ogum em seu cavalo
Com sua lança sua espada na mão
Se o campo é largo deixa correr
Vamos saravar Ogum Mege

Quem está de ronda é São Jorge
Deixa São Jorge rondar
(São Jorge é Guerreiro,
São Jorge é Cavaleiro
São Jorge é vencedor de demanda)
São Jorge é guerreiro que manda
Na terra e no Mar x2
Sarava meu pai...
Sarava meu pai...
Girar é bom
Girar é bom
Girar é bom (é bom girar)

Ogum ganhou a guerra
Ogum tocou clarim
Com seu exército branco
Ele lutou por mim
Sua falange toda foi comandada por ele
O salve Ogum Iara
O salve Ogum Megê
Salve Ogum Rompimato
O Salve Naruê

Bandeira branca é de Ogum
Que está exposta lá no Maiatá
Ogum é general da Umbanda
Ogum vence demanda em qualquer lugar

Ogum ele tem três bandeiras
Uma branca uma azul e a outra é vermelha
A branca é a bandeira da paz
Vermelha é a bandeira da guerra
Azul a bandeira azul é bandeira do mar
Olha São Jorge com a matula de Umbanda
Olha ogum ta de ronda
É da umbanda auê
É da umbanda auê
É da umbanda auá
É da umbanda auê
É da umbanda auá

Um cavaleiro bateu na minha porta
Eu passei a mão na pempa para vem quem era
Era São Jorge Guerreiro minha gente
Cavaleiro da Força e da Fé

Que cavaleiro é aquele
Que vem cavalgando pelo céu azul
É seu Ogun Matinata
Ele é defensor do Cruzeiro do Sul
Pata cori olê olé
Pata cori olá olá
Salve seu Matinata das sete estrelas de prata

Ogum não devias beber
Ogum não devias fumar
Mas a fumaça representa as nuvens
E a cerveja espuma do mar
(Mas a fumaça é a nuvem que passa
E a cerveja é a espuma do mar)

O seu cavalo corre
Sua espada reluz
Sua bandeira cobre
Todos os filhos de Jesus
Se o seu cavalo corre
Sua espada reluz
Aê Ogum Iara aos pés da santa Cruz
Aê Ogum Iara aos pés da santa Cruz

Se meu pai é ogum (ogum)
Vencedor de demanda
Quando vem de Aruanda
É pra salvar filhos de Umbanda
Ogum Ogum Iara
Ogum Ogum Iara
Salve os campos de batalha
Salve a sereia no mar
Ogum Ogum Iará
Ogum Ogum Iará
Ogum ele já venceu a guerra
Para salvar os seus filhos nesta terra
Salve os campos de batalha
Salve a sereia no mar
Ogum Ogum Iará
Se meu pai é Ogum
Ogum Iara

Se a sua espada é de ouro
Sua coroa é de rei
Ogum é tatá na Umbanda
Corre a gira no congo
Ogum nhê

Iansã virou o tempo
Pra Oxum não governar
Mas durante o barra vento
Oxum se pos a cantar
Auê Auê Ogum Beira Mar
Auê

Ó que noite tão bonita
Ó que céu tão estrelado
Carruagem tão bonita
Carruagem tão formosa
Que Ogum ganhou

Beira mar auê Beira mar x2
Beira mar beira maré
Tão bonito que ele é
Ele vem com a mãe sereia
Pra salvar filhos de fé
Beira mar auê Beira mar x2
É o riacho que corre pro rio (beira-mar)
É o rio que corre pro mar
E no mar é morada de peixe
Quero ver quem vai brincar
Com as ondas do mar
Beira mar auê Beira mar x2
De dia raiando o sol
De noite raiando a lua
Sarava Exu Morcego
Sarava Seu Tranca Rua
Beira mar!
Beira mar auê Beira mar x2
Ogum é pequenininho
Mas na Umbanda ele é grande
Ogum venceu a guerra
Vamos todos Sarava!

Ogum Beira Mar
O que trouxe do mar?
Quando ele vem
Vem beirando a areia
Vem trazendo no braço direito
O rosário de mamãe sereia

Estava em alto mar (em alto mar)
Eu vi eu vi mamãe sereia
Sereia é que vinha navegando
Ogum beira mar é quem vinha remando

O Salve Ogum Megê
Ogum Rompimato
Ogum Naruê
Ele trabalha na areia
Ele trabalha no mar
Ele trabalha no sol
E na lua
Ele é filho de pai Oxalá

Ogum tenha pena de mim
Não me deixe sofrer
tanto assim meu pai
Quando eu morrer vou passar pela Aruanda
Vou pedir a Ogum pra salvar filhos de Umbanda

Oxossi assoviou pra passar no Humaitá x2
Foi falar com Ogum Mege mensageiro de oxalá x2

Quebra demanda é meu pai Ogum
Quem rola as pedras é Xangô Kaô!
Flecha de Oxossi certeira é
É É É Oxalá ele é o meu senhor
Ô ô ô
Sete linhas da Umbanda
Sete linhas pra vencer
Dentro da lei de Oxalá
Ninguém pode perecer
Mãe Oxum nas cachoeiras
Iemanjá nas ondas do mar
Iansã pra defender
Pai Ogum pra demandar

Ogum dile pelo mundo andei
Ogum dile pelo munda andas
Mas olha eu senhor Ogum
Pelo mundo andei
Pelo mundo andas

Mas quem abre os caminhos?
É o senhor Ogumx3

Ronda ronda rondador
Se Ogum é de ronda ele vem rondar
Se ele é ronda, quero ver rondar x2
Ogum chegou aqui, neste casuá x2

Na Lua nova eu adorei Ogum x2
Adorei adorei Ogumx2


SUBIDA DE OGUM
Mandei selar o seu cavalo
Para Ogum viajar
Agradeço a nossa senhora da glória
Ele vai mas torna a voltar

Selei Selei
O seu cavalo Selei
Sr. Ogum vai embora
Seu cavalo selei

A Umbanda de ara ra ô
Pai Oxalá que lhe coroou
Filho de Umbanda
Porque tanto choras?
É o Sr. Ogum que já vai embora
A umbanda gira gira girou x2

Oxalá está chamando
Ogum lá no Maitá
Pra lhe dar uma bandeira
E mandar ele jurar
Se ele é capitão?
Ele vai jurar
E se for de Angola?
Também vai jurar
Se for Ogum de lê?
Ele vai jurar
E se for de nagô?
Também vai jurar

quinta-feira, 7 de abril de 2011

CAMINHADA PARA OGUM ALTO TIETÊ

Pessoal, está na hora de nos unirmos pela nossa religião!

ATITUDE ENTRE NÓS, AMANTES DOS ORIXÁS E CABOCLOS!!!




Axé a todos!!!

CANDOMBLÉ E O MAL... SERÁ?

Ola a todos.
Ontem tivemos um daqueles momentos de reflexão e aprendizagem com minha querida mãe.
O assunto transcorreu muito bem, com muita aprendizagem aos mais novos, porém, logo esbarrou em um assunto muito delicado: verdadeiros ERROS de alguns zeladores, que utilizam rituais para fazer mal a pessoas e dizem estar ligados diretamente ao Candomblé.
Vamos com calma... Ok?
Como já dito aqui anteriormente, de fato após a abolição da escravidão muitos negros, com nenhuma instrução, utilizaram seus poderes de magia e conhecimentos para sustentar-se e sobreviver.
Mas quem disse que isso era o Candomblé?
O Candomblé cultua e respeita os elementos da natureza, da vida e da renovação. Claro que tem trabalhos que utilizam os elementos dos Orixás, mas em minha humilde opini
ão não é Candomblé.
Na nossa religião aprendemos que devemos nos DEDICAR ao Orixá, e não fazer o mal. A prática desses outros rituais nada mais foi do que uma forma de utilizar os poderes que possui de uma forma bem negativa e contrárias, em muitas vezes, a própria concepção do Orixá.
CONFUSO?
Vou dar um exemplo de como acho que funciona: Oxum é o Orixá ligado ao amor. Existem trabalhos feitos para afastar um casal que utilizam elementos próprios desse Orixá.
Primeira pergunta: alguém aqui acredita que pedir a Oxum a falta de seu elemento você será 'atendido'?
Segunda pergunta: você acha que o Orixá fica feliz ao ver seu elemento ser simplesmente destruído?
Pois é... Não estava lá para ver, mas tenho em minha concepção que esse povo negro sem o chamado estudo tinha lá atrás a sabedoria necessária para dosar essas feitiçarias (e ainda creio que sabiam com certeza que aquilo não era Candomblé) e vou mais longe...
Acredito que sabiam realizar certos agrados ao Orixá para impedir que lhe fosse tirado as coisas, o que hoje em dia não acontece com muitos zeladores, que passam grandes dificuldades, normalmente financeiras, por fazerem verdadeiros absurdos utilizando o nome da nossa queroda religião.
Novamente destaco que a ESSÊNCIA da nossa religião é o culto e respeito aos elementos da natureza, e que atualmente é simplesmente ignorado por parte dos lideres de nossa religião.
Com todo o respeito a outras opiniões, essa é a minha.
Se você não é adepto de nossa religião e está lendo esse post por curiosidade, saiba que minha religião é muito bonita e cultua o BEM, sendo alguns praticantes ignorantes e que causam todo esses comentários que denigrem a imagem do culto ao Orixá.
Axé a todos!

quarta-feira, 6 de abril de 2011

CANTO, TOQUE E VIBRAÇÃO

Olá a todos.
Hoje vou escrever sobre algo que considero fundamental, mas muitas vezes é simplesmente ignorado pelas pessoas que frequentam nossa religião.
Um ponto ou cantiga serve para contar a história de determinado Orixá ou Caboclo, inclusive podendo se saber através dele as linhas de determinada entidade ou o histórico daquele Orixá.
Aqui,via de regra, começa a mainor parte da discórdia, seja em relação a Umbanda ou no Candomblé, já que algumas pessoas querem ter a verdade absoluta e não respeitam as outras casas em seus cantos ou forma de conduzir um toque.
Para quem ainda pensa dessa forma, recomendo a leitura de meu post sobre atitude.
No que tange os toques temos outro grande problema: já sofremos coma regionalização dos ogans, onde no Rio de Janeiro, por exemplo, temos um toque mais cadenciado, enquanto que São Paulo e Bahia esses são mais rápidos.
Além disso, temos divergência entre as casas e as vezes entre os próprios frequentadores, pois o toque está muito lento, muito rápido, muito baixo, muito alto, muito repicado, muito só base...
Pois é.
Nesse momento, nós Ogans e atabaqueiros, e os próprios sacerdotes das casas não podemos cair na tentação que a 'grama' do Ogan que está visitando é mais verde, pois as vezes uma dobrada diferente, um canto novo ou uma voz mais bonita (rs) não quer dizer mais conhecimento.
Aqui também reside uma preocupação no Ogan responsável pelos atabaques na casa: qual a melhor forma de conduzir um toque?
Simples... muito simples...
Da forma que seu zelador de santo achar melhor, pois o objetivo dos atabaques é auxiliar na condução das festividades, já que o principal, apesar de algumas pessoas esquecerem, é o Orixá ou Caboclo e não os atabaques.
Nós temos um dom sagrado, mas a liturgia de nossas religiões está nos espiritos e muitas casas simplesmente esquecem isso.
No que tange velocidade e volume dos toques, ressalto mais uma vez o respeito que deverá existir sobre a opinião do sacerdote, mas destaco desde já que o atabaque é vibração, e como todos os elementos ligados a natureza, ponto de principio de nossa religião, eixstem diversas vibrações: por exemplo, a vibração de uma leve chuva é completamente diferente da vibração de uma tempestade, mas ambas são importantes.
Portanto pais ogans, com a licença e respeito a outras opiniões, temos que sentir a vibração naquele momento e fazer parte dela, com o intuito de tornar a festividade ainda mais bonita.
Hoje escrevo sobre algo que sempre tive vontade de compartilhar.
Fico ao dispor para comentarmos e discutirmos.

Axé para todos nós!

terça-feira, 5 de abril de 2011

A CASA DE CANDOMBLÉ - UM POUCO DA ROTINA

O objetivo nesse post é demonstrar as pessoas, com todo o respeito, o modo que aprendi que devemos nos portar em uma casa de santo.
Logo, não se trata de verdade absoluta e que varia de casa para a casa, porém, a essência de toda a casa, independente da nação, é próximo do exposto abaixo.
Fico a disposição de todos os meus irmão!~

Axé!


Um pouco do dia – a – dia de uma casa de Candomblé.

Como a própria pronuncia já diz esta religião constrói muito mais do que um templo religioso ela é uma “casa”, com todos os problemas e alegrias de um lar comum (preocupações com sua conservação, ou seja, manter água, luz, encanamento, pintura produtos de limpeza e a própria limpeza em si). E além do mais em casa de Candomblé se exige mais um pouco do que uma casa dita comum. Porque? A casa de Candomblé recebe freqüentemente pessoas que buscam de alguma forma ajuda, também recebe filhos de santo, amigos, entre outras pessoas, precisando-se recepcionar estas pessoas da melhor forma possível.
Quando alguém procura uma casa de Candomblé ela merece ser recebida de braços abertos, sem se preocupar com sua educação, sua condição social e cultural, sua profissão e situação financeira, sua aparência física, sua raça e sua opção sexual. Agindo desta forma além de tratarmos nosso semelhante com benevolência estaremos trazendo para nós um futuro irmão que irá fazer parte do AXÉ. Ao ser iniciado no AXÉ, um filho de santo acaba por assumir diversas responsabilidades, a partir deste momento começam as modificações de vivência na sociedade da casa, pois mesmo sendo amigo da Zeladora da casa, existe ainda a hierarquia que a religião pede para ser cumprida, tais como:
- A pessoa não se senta na mesma altura que seu Sacerdote, você procura um lugar mais baixo para não ficar de igual com quem te iniciou;
- Não anda de cabeça erguida perto de seu Sacerdote, pois se tem que ter postura de Yawô;
- Não fala em tom alto dentro da casa de santo, pois é necessário que se tenha um comportamento mais calmo e um tom de voz mais baixo, pois os orixás merecem respeito.
Dentre estas existem diversas outras coisas que não se deve fazer dentro de uma casa de Candomblé. Em algumas casas após se encerrar o shirê, forra-se à esteira no barracão e alguns membros da casa entram trazendo o ajeum (comida), dançando ao som da seguinte cantiga:
AJEUM, AJEUM, AJEUM BÓ. CANTA
AJEUM, AJEUM, AJEUM BÓ. RESPONDE
Mas, na NOSSA CASA, com o toque fino de nossa mãe, costuma-se deixar as mesas prontas para receber todos os convidados, sendo que cada membro fica encarregado de uma determinada função, para melhor atender as nossas visitas, que são encaminhadas até as mesas pelos anfitriões, para que sejam servidos pelos filhos da casa, em nosso Ilê todos comem juntos, sentados em mesas, de garfos e facas (exceto aqueles que se encontram de preceito). Não que outras casas façam errado, mas a nossa zela pela boa educação de tratar muito bem os nossos convidados, e isto se dá com simplicidade e com educação.

segunda-feira, 4 de abril de 2011

PRECONCEITO II

Olá a todos, bom dia!
Não podia (ou conseguiria) postar qualquer outra coisa que não fosse a conclusão do meu último post.
No anterior mencionei o preconceito dentro do próprio espiritismo. Agora vou falar daquilo que denomino preconceito externo.
Não sei quanto a você espirita que está lendo isso, mas eu já sofri diversos preconceitos durante toda minha vida. Ainda na escola fizeram de tudo para me evangelizar, dizendo que tudo que eu fazia era coisa do 'demo' (o pior é que o cidadão hoje é traficante...); depois disso na 8a. Série fui obrigado a cantar a música de uma moda que surgia a época, inclusive com coreografia: Padre Marcelo (até gosto dele, mas fui OBRIGADO para não ser ainda mais discriminado, incluindo minha professora).
Mas pessoal... alguém aqui acha que o preconceito é só no âmbito escolar?
Negativo! Até emprego perdi quando minha coordenadora descobriu que eu era espirita, e destaco que não houve qualquer outro atrito, pois fui do céu ao inferno com ela no dia que descobriu e não sossegou até me demitir (claro que Ayra me deu um emprego MUITO melhor um mês melhor :p).
Mas vejam o desgaste...
Comete na minha opinião um grande erro as pessoas que dizem que o preconceito é só dentro de religião e religião. Pergunte a um ateu sem noção religiosa o que ele pensa de um espirita?
O problema está na prática de alguns líderes que misturam a essência da religião com magias e feitiçarias. Jamais vamos conseguir reverter esse quadro enquanto sermos ignorantes da nossa cultura e não conseguirmos divulgar a essência da nossa religião e suas subdivisões.
Tive a alegria e o previlégio de sempre ter um caboclo que me orientasse a estudar, estudar e estudar.
Gostaria de compartilhar isso com todos vocês que estão lendo esse post: cantar, tocar e dançar não é simples; mas a maior dificuldade está em entender o PORQUÊ está sendo tocado, o que está sendo louvado, enfim, entender o que estamos fazendo.
Esses são em minha concepção, o início do necessário para conseguirmos vencer o preconceito. Afinal, o que você fez hoje para vencer o preconceito? E ontem???
Não espere que o mundo mude; você deve mudar para que todo o mundo conspire em seu favor.
Axé a todos os meus irmãos!

sexta-feira, 1 de abril de 2011

PRECONCEITO

Olá a todos novamente.
Existe, em minha concepção, dois preconceitos bem fortes e presente na vida do espirita.
A primeira, não em ordem de importância já que ambas são igualmente ruins, é o preconceito 'interno' que consiste na desunião dos seguimentos e de casas/templos do mesmo seguimento.
Nesse momento ressalto, por exemplo, o conceito de ALGUNS candomblecistas de julgar a Umbanda, religião 100% brasileira e com mais de 100 anos de existência, como 'Umbandinha', julgando-se superiores a essa religião.
Ora! Se inexistente o respeito dentro do próprio espiritismo, como imaginar respeito 'externo' onde temos que quebrar toda a visão negativa existente?
O que me causa mais espanto, e infelizmente o que considero mais comum, é o preconceito existente dentro do MESMO seguimento: casas de Umbanda julgando outras casas, dizendo que sua forma ritualística é certa e outro é errado; dentro do Candomblé não só o desrespeito entre as nações, mas principalmente entre casas da mesma nação, que sempre buscam canto, dança, toque, palavras, vestimentas ou qualquer outra coisa para dizer que o outro está errado e ele está certo.
Essa é uma peculiaridade de nossa religião, já que lidamos ora com dialetos mortos (Candomblé) ou guias que comandam a casa (Umbanda). Isso é peculiaridade, pois o problema está na IGNORÂNCIA e falta de humildade dos praticantes. Para agravar a situação não temos uma unidade centralizadora (como o Vaticano no catolicismo) que sinalize a forma ritualística de nossa religião (ainda bem na minha opinião, mas um grave problema pelos ignorantes).
Portanto, como já disse em outra oportunidade, TENHA ATITUDE E DIMINUA O PRECONCEITO DENTRO DA NOSSA RELIGIÃO!!!
Em outra aportunidade vou postar sobre o segundo preconceito, via de regra muito mais agressivo, que é o preconceito externo, ou seja, daqueles que não conhecessem nossa maravilhosa religião.
Abraços e bom final de semana, se Ayra permitir segunda estou postando de nvo!

CURIOSIDADES II - SENTIDO DAS PALAVRAS

Nas casas de Santo, as pessoas utilizam muitas palavras com sentido diferente daquilo que falam.

Você dúvida? Vejam abaixo alguns exemplos!!! Segunda curiosidade, já que ontem esclareci o nome 'candomblé'.

As palavras yorubás, ewes e as do dialeto kimbundo são as mais usadas nas casas de Candomblé. Muitas dessas palavras sofreram modificações nos seus sentidos reais, ou seja, muitas delas são empregadas de forma diferente do seu real sentido. É isso que vamos entender agora:

* A palavra "perdão" em yorubá é afó-riji.

*A primeira Casa Jeje no Rio de Janeiro foi, em 1848, de D.Rozena, cuja filha de santo foi D.Adelaide Santos

* Monà em yorubá significa "certamente; sim". Não confundir com a palavra mona da língua kimbundo. "Mulher" em yorubá é obin-rin e em ewe, ionú.

* A palavra "licença" em yorubá é aiyè-lujará. No Brasil, a palavra "licença" foi identificada com a palavra àgò, que na verdade em yorubá é yàgò, ou seja, àgò é uma contração da palavra yorubá yàgò que na verdade significa "abram caminho".

* Os vodun-ses da família de Dan são chamados de Megitó, enquanto que da família de Kaviungo, do sexo masculino, são chamados de Doté; e do sexo feminino, de Doné.

* Os cumprimentos ou pedidos de bençãos entre os iniciados da família de Dan seria “Megitó Benoí?” Resposta: “Benoí”; e aos iniciados da família Kaviuno, ou seja, Doté e Doné seria “Doté Ao?” Resposta: "Aótin".

*Doné – cargo feminino na casa Jeje, similar a Yalorixá.

*Doté – cargo ilustre do filho de Sogbô

E então? Surpreendeu-se?