Xango Ayrà

Xango Ayrà
Kaô Kabiecilê!

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

OBALUAYE E A PIPOCA!OBALUAYE E A PIPOCA!

Prezados, bom dia.
Segue abaixo linda lenda sobre o senhor das palhas. Aşè!

Chegando de viagem à aldeia onde nascera, Obaluaê viu que estava acontecendo uma festa com a presença de todos os orixás.
Obaluaê não podia entrar na festa, devido à sua medonha aparência.
Então ficou espreitando pelas frestas do terreiro.
Ogum, ao perceber a angústia do orixá, cobriu-o com uma roupa de palha que ocultava sua cabeça
e convidou-o a entrar e aproveitar a alegria dos festejos.
Apesar de envergonhado, Obaluaê entrou,
mas ninguém se aproximava dele.
Iansã tudo acompanhava com o rabo do olho.
Ela compreendia a triste situação de Omulu e dele se compadecia.
Iansã esperou que ele estivesse bem no meio do barracão.
O xirê estava animado.
Os orixás dançavam alegremente com suas equedes.
Iansã chegou então bem perto dele e soprou suas roupas de mariô, levantando as palhas que cobriam sua pestilência.
Nesse momento de encanto e ventania, as feridas de Obaluaê pularam para o alto, transformadas numa chuva de pipocas, que se espalharam brancas pelo barracão.
Obaluaê, o deus das doenças, transformou-se num jovem, num jovem belo e encantador.
Obaluaê e Iansã Igbalé tornaram-se grandes amigos e reinaram juntos sobre o mundo dos espíritos, partilhando o poder único de abrir e interromper as demandas dos mortos sobre os homens.
[Notas Bibliográficas e Comentários]
Transcrito do livro Mitologia dos Orixás de Reginaldo Prandi publicado pela Cia das Letras, págs 206-207. Originalmente em Rita de Cássia Amaral, pesquisa de campo, 1986, 1987. A pipoca, chamada no candomblé de “flor de Obaluaê”, é
uma das comidas prediletas de Obaluaê, sendo também muito usada para fazer um tipo de festão
com que se enfeita o barracão nas festas desse orixá.
Xirê – [siré]: brincar, no candomblé, ritual em que filhos e filhas-de-santo cantam e dançam numa roda para todos os orixás.
Equede – [èkejì]: literalmente, segunda (pessoa); na África, cargo sacerdotal do rei, que só estava abaixo do orixá daquela cidade, de quem se acreditava que o rei descendia diretamente; no Brasil, a iniciada no candomblé para cuidar dos orixás, vesti-los e dançar com eles.
Mariô – [màrìwò]: folha nova da palmeira de dendê.
Fonte: YaoNile, aşè e obrigado pelo conhecimento cimpartilhado!
yaonile.blogspot.com/2011/08/obaluae-tem-as-feridas-transformadas-em.html?m=1

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